Estratégias de mobilização comunitária, redes e resistências (original) (raw)
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Das mobilizações às redes de movimentos sociais
Sociedade e Estado, 2006
A realidade dos movimentos sociais é bastante dinâmica e nem sempre as teorizações têm acompanhado esse dinamismo. Com a globalização e a informatização da sociedade, os movimentos sociais em muitos países, inclusive no Brasil e em outros países da América Latina, tenderam a se diversificar e se complexificar. Por isso, muitas das explicações paradigmáticas ou hegemônicas nos estudos da segunda metade do século XX necessitam de revisões ou atualizações ante a emergência de novos sujeitos sociais ou cenários políticos. Este estudo busca, inicialmente, uma compreensão acerca da nova configuração da sociedade civil organizada, explicitando os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio. 1 A partir desta compreensão, busca-se explorar a diversidade identitária dos sujeitos, a transversalidade nas demandas por direitos, as formas de ativismo e de empoderamento através de articulações em rede e, finalmente, a participação política das organizações em rede.
As manifestações de junho: Estratégia em rede para resistência civil
Versões anteriores deste trabalho foram apresentadas no Colóquio sobre Democracia e Tecnologia, promovido pela UFMG em outubro de 2013, e no GT Comunicação e Política da Compós, em maio de 2014. As manifestações ocorridas no Rio de Janeiro ao longo dos meses de junho e julho de 2013 mostram paralelos notáveis com as dinâmicas registradas em muitos outros casos de desobediência civil e ação não violenta analisados pelo projeto Civil Resistance & Power Politics (Roberts e Ash, 2009). Entendemos que é possível avançar na análise deste caso através da associação entre o conceito de redes policêntricas (Gerlach, 2001) e a ideia de dramaturgia estratégica, conferindo centralidade à linguagem orientada para a exposição pública de posições nem sempre verbalizáveis e/ou racionalmente defensáveis, bem como à sua adaptação a um cenário complexo de meios e públicos, como é possível verificar em movimentos bem sucedidos de desobediência civil.
Uma reflexão acerca das estratégias mobilizadoras nas “adoções necessárias”
Cadernos de Comunicação, 2021
Com o objetivo de refletir acerca de determinadas estratégias mobilizadoras das “adoções necessárias”, foram analisadas as Campanhas de incentivo à adoção, a Busca Ativa e o Apadrinhamento Afetivo, por meio de investigação documental e sob a perspectiva psicanalítica. Os resultados indicaram que embora elas procurem seguir a doutrina da proteção integral, há prós e contras em suas implantações.
Comunicação, comunidades e os desafios da mobilização social
A extraordinária mudança nas formas de vida coletiva corresponde ao intenso desenvolvimento contemporâneo dos meios de comunicação, de tal forma que o conceito de "comunidade" como local de referência é progressivamente desafiado. O formato emergente das comunidades gera dificuldades e constrangimentos à dinâmica dos movimentos sociais e dos processos de mobilização na atualidade, exigindo especial atenção para as estratégias comunicativas que possam não apenas dar visibilidade às suas causas, mas alcançar um ambiente de cooperação que transcenda o âmbito local.
Ações coletivas, identidade e mobilizações políticas
2021
Atualmente, as mobilizações da comunidade surda no Brasil têm como um dos objetivos principais a conquista das escolas bilíngues para surdos. O principal coletivo organizado em nome desses direitos é denominado "Movimento Surdo em favor da Educação e da Cultura Surda", constituído em 2011, agregando lideranças das instituições representativas por várias cidades do Brasil. Essa dissertação tem o intuito de refletir sobre as estratégias utilizadas na condução de algumas das ações organizativas desse coletivo, procurando compreender as suas formas de representação, a fim de ampliar o conhecimento no que tange aos processos de construção dos sentidos investidos nesse grupo. Considera-se que a articulação dos sujeitos envolvidos, as suas performances e táticas utilizadas na luta pela conquista dos seus direitos e por reconhecimento apresentam evidências sobre a complexa dinâmica das disputas pela construção de normatividades, em um contexto de ressignificação das concepções de surdez e deficiência. A partir de dados etnográficos, diários de campo, documentos oficiais e entrevistas, foi possível perceber as distintas interpretações da ideia de inclusão por parte do Estado e do Movimento Social, notando em que medida os processos contínuos de reformulação dos estigmas contribuiu para dar novos sentidos aos discursos presentes na disputa política em questão.