As manifestações de junho: Estratégia em rede para resistência civil (original) (raw)
Related papers
Estratégias de mobilização comunitária, redes e resistências
Ciência & Trópico, 2021
O artigo apresenta questões relativas aos processos de luta e resistência vivenciados por lideranças comunitárias brasileiras. Deu-se ênfase às estratégias utilizadas para a mobilização de sujeitos individuais e/ou coletivos – notadamente moradores dos lugares em que vivem ou viviam –, bem como às redes formadas, que delas fazem parte e seus objetivos. O conteúdo empírico do texto é oriundo dos depoimentos elaborados e apresentados pelas lideranças no II Seminário de Desnaturalização dos Desastres e Mobilização. Foi possível evidenciar que as estratégias são diversificadas e criativas, entre elas: 1) sensibilização e engajamento das pessoas mais próximas para ações diversas, incluindo elaboração de blogs e manifestações; 2) ampliação desse coletivo com a adesão de aliados institucionais na elaboração de estudos, jornais, vídeos e projetos para obtenção de recursos; 3) apresentação dos pleitos e projetos aos órgãos públicos e corporações, e 4) estruturação de redes. Palavras-chave: M...
Multidão: redes de ação coletiva na Zona Leste de São Paulo
XII Seminario Internacional de Investigación en Urbanismo, São Paulo-Lisboa, 2020, 2020
O presente trabalho investiga a aplicação do conceito de comum, de Dardot & Laval, em paralelo à noção de fazer coletivo da multidão, de Hardt & Negri, e às considerações de Lemke sobre as proposições desses últimos, aproximando-os à observação empírica da ação dos grupos coletivos periféricos oriundos da Vila Flávia, distrito de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Os resultados apontam para a transformação da cidade por meio da ação social em rede, evidenciando que a ressignificação do espaço urbano não deve estar sujeita exclusivamente às lógicas estatal e mercantil, mas pode, diversamente, atrelar-se diretamente aos processos sociais vinculados à autonomia de organização e à produção dos indivíduos em atividades comunitárias e coletivas, prezando por processos de codecisão e colaboração, a fim de propor um ambiente de convivência plural e democrático. The present work investigates the application of the concept of common, by Dardot & Laval, in parallel to Hardt & Negri's ...
Entre protestos e fluxos: rede e escala nas jornadas de junho de 2013 no Brasil
2018
Em junho de 2013, manifestacoes populares tomaram as ruas e se alastraram pelos 26 estados brasileiros, o Distrito Federal e 12 de capitais. As demandas, inicialmente concentradas em reivindicacoes sobre transporte publico e mobilidade urbana, se tornaram conclames a necessidades sociais como educacao, saude, emprego, renda e representacao politica. Alem da tomada das ruas e espacos publicos, os atos concentraram esforcos tambem pelas vias do ciberespaco por meio de redes sociais e dispositivos moveis, complexificando os esforcos ativistas e oferecendo um novo panorama em termos de dinâmicas socioespaciais e insurgentes. Neste sentido, este trabalho se debrucou em analisar as dinâmicas de rede e escalas nas Jornadas de Junho de 2013 no Brasil, adotando como suporte documental o conteudo noticioso de jornais de maior circulacao no periodo e outras fontes jornalistica em uma articulacao entre espaco e movimentos sociais. Palavras-chave: Jornadas de Junho. Rede. Escala. Movimentos soci...
Análise de redes e ciclos de protesto
Métodos em Movimento, 2022
Neste capítulo verifico e comparo as relações ao longo do tempo entre os principais atores da esquerda envolvidos nos protestos iniciados em 2011 na Espanha e em 2013 no Brasil, por meio da técnica da análise de redes. Os dados sobre os quais aplico o método são oriundos do Facebook, mídia social que foi de grande relevância para a organização dos eventos, para a ampliação do debate político e para a divulgação das informações dos movimentos. A análise das redes mostrou diferenças significativas entre os protestos espanhol e brasileiro, sendo os primeiros compostos por uma rede mais densa onde se destacaram novos atores políticos, enquanto os segundos apresentaram uma composição mais híbrida, articulando antigos e novos atores.
Juventude, movimentos sociais e redes digitais de protesto em época de crise
Comunicação Mídia e Consumo, 2016
Temos assistido, nos últimos anos, em diversos contextos, ao aparecimento de novas formas de contestação. Entre os aspetos a destacar, encontra-se a utilização de media digitais como recursos para a mobilização cívica. Partindo dos resultados de um projeto de pesquisa qualitativa sobre participação da juventude na esfera pública em Portugal, com especial ênfase à utilização de tecnologias e media digitais, o presente artigo pretende dar resposta a um conjunto de questões. Que papel têm os meios digitais nos repertórios de ação dos atores coletivos presentes no recente ciclo de protestos? Qual o papel das chamadas redes sociais (como o Facebook) e de outras ferramentas digitais nestes protestos? Como são utilizadas por determinados coletivos ativistas e que representações suscita o seu uso em diferentes circunstâncias do “trabalho ativista”?
Diálogos Interdisciplinares: Cultura, Comunicação e Diversidade no Contexto Contemporâneo
Resumo: Como parte de um projeto que estuda narrativas jornalísticas produzidas por coletivos midiáticos em contexto de movimentos em rede, este artigo faz uma análise comparativa entre os conteúdos produzidos pelo Mídia Ninja e pelo G1 nos dias 13 e 31 de março de 2016, datas em que ruas de diversas cidades do Brasil foram ocupadas por protestos a favor e contra o governo de Dilma Rousseff. As publicações no Facebook desses atores nesses dois dias são analisados a partir das narrativas, técnicas e estratégias de produção e circulação de conteúdo. Palavras-chave: Narrativas, técnicas e estratégias. Jornalismo. Midiatização do Ativismo. Convergência e Espalhamento. Abstract: As part of a project that studies journalistic narratives produced by collective media in a contexto of networked movements, this article makes a comparative analysis of the content produced by Mídia Ninja and G1 on 13 and 31 March 2016, dates on which the streets of several cities in Brazil were occupied by protests for and against the government of Dilma Rousseff. Publications on Facebook of these actors in these two days are analyzed about narratives, techniques and strategies of production and circultation of content.
A conjuntura após junho de 2013: olhares cruzados sobre participação política e resistência
Resumo: Buscamos compreender o que pensam jovens sobre a conjuntura, especialmente no Brasil, após as chamadas manifestações de junho. Em um cenário marcado pela crise social e econômica do capitalismo, quisemos entender como estudantes universitários e de um cursinho popular relacionam-se com o contexto político atual. Foram realizadas entrevistas e o conteúdo foi interpretado com base no materialismo histórico e dialético. Com isto, notamos que os participantes não enxergam um caminho concreto para superação dos problemas identificados nesta conjuntura, a saber: a existência de uma onda conservadora e corrupção, associados à retirada de direitos sociais. Em geral, partidos e movimentos sociais não estão no horizonte de participação, assim como as eleições não foram citadas como um caminho para alcançar demandas populares, corroborando a existência de uma crise de representatividade política, que é reforçada pela falta de alternativa política ao que está posto.