Pôr a Revolução no lugar – as políticas de memória da democracia através dos “monumentos ao 25 de Abril” (original) (raw)
Este artigo propõe uma reflexão acerca das políticas de memória do Portugal democrático através do mapeamento e análise dos “monumentos ao 25 de Abril”. As transformações dos primeiros anos da democracia ressoaram na arte pública, que passou a celebrar figuras, episódios e valores que, durante anos, só puderam ser evocados em privado. Cingindo-nos às evocações escultóricas da Revolução, pretendemos identificar os momentos em que foram erigidas, a sua distribuição geográfica, os espaços que ocupam, os seus promotores e os símbolos e significados que inscrevem no espaço público. Dessa análise geral partimos para quatro casos de estudo, significativos das tendências, controvérsias e silêncios que caracterizam estas homenagens. Trata-se de monumentos configuram um observatório privilegiado das disputas pela memória coletiva da democracia, servindo, por um lado, estratégias de fixação e normalização de uma determinada ideia de Revolução e, por outro, contranarrativas resistentes aos discursos oficiais.
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Comemorações do 25 de Abril: política e memória (1975-1986)
2015
À memória do meu avô Joaquim Severino Quinze-Reis (1920-1997), minha eterna referência na resistência à ditadura salazarista pelo proletariado alentejano. 2 Resumo A presente dissertação de mestrado, intitulada Comemorações do 25 de Abril: Política e Memória (1975-1986), visa estudar as práticas comemorativas subjacentes ao 25 de Abril. Na análise que fizemos sobre as ritualizações desta efeméride, quisemos compreender como se processaram as comemorações, buscando linhas de continuidade em relação ao passado e/ou eventuais inovações introduzidas ao nível das práticas rituais associadas à rememoração históricaou seja, perceber que evolução houve na memorialização do passado, e que tipos de mensagem política que se tenha procurado, dessa forma, veicular. Os problemas centrais a que procuraremos dar resposta ao longo da nossa tese são, pois, os seguintes: Que transformações houve na memória do 25 de Abril? Quais as continuidades e inovações? Que figuras e acontecimentos históricos do passado foram evocados? Tendo em vista responder a estas perguntas, delimitámos o nosso objecto de estudo com duas balizas cronológicas bem definidas: a primeira, em 1975, marca o primeiro aniversário da revolução (simultâneo, aliás, da eleição da Assembleia Constituinte, encarregada de redigir o novo texto constitucional, aprovado cerca de um ano depois); a segunda, 1986, é justificada com a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (C.E.E.), ponto de viragem significativo, de diversos pontos de vista, na história recente. Este estudo baseia-se sobretudo em periódicos de diferentes tendênciasentre os quais destacamos o Diário de Lisboa, República, Jornal Novo, Expresso, O Dia ou O Diabo-, bem como memórias dos intervenientes e ainda documentários audiovisuais que foram produzidos sobre o período em causa.
Movimentos da memória - da ditadura à ditadura
MOARA – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras ISSN: 0104-0944, 2016
RESUMO: Esta pesquisa se propõe a analisar fotos e reportagens das duas últimas campanhas para a Presidência da República do Brasil. Para tanto, se inscreve no campo teórico da Análise do Discurso francesa. A nossa proposta é analisar discursivamente fotos das campanhas da candidata Dilma Rousseff em 2010 e em 2014 e enunciados que circularam na Revista Época em 2010 e no site de notícias R7 da Record em 2014. Buscamos compreender o funcionamento da memória discursiva mobilizada em um caso e em outro, na forma do pré-construído. A relação desses pré-construídos com os processos de constituição, formulação e circulação, permitiu compreender os deslocamentos de sentido nas campanhas.
A Revolução de 25 de janeiro de 2011, 5 anos depois – um balanço
Argumentum
Cinco anos após a grande rebelião chamada "A Revolução de 25 de janeiro de 2011", no Egito, um balanço é oportuno. Após este intervalo de tempo, estamos mais capazes para julgar os eventos. Agora, é óbvio que essa revolta é apenas o começo de um longo caminho revolucionário. Ainda há muito mais a ser realizado. 1 Tradução do inglês para o português por Kenton James Keys e Eugênia Magna Broseguini Keys.
“No 40.º Aniversário do 25 de Abril – A Revolução na Ordem”, in Ingenium N.º 140
2014
Notícias 9 rEgiõEs 15 tEma dE capa muNdo rural 16 Programa de desenvolvimento rural 2014-2020 A Agricultura e a silvicultura e os territórios rurais 19 Agricultura-Um setor renovado e em Espiral de Crescimento 22 Espaço rural-o Quadro Português 24 A Realidade Agroflorestal-Uma Visão Crítica 27 o Espaço rural, a tecnologia e as Pessoas 28 Coesão Territorial-Uma Prioridade para Portugal, um Desafio à Engenharia 30 Conservar os solos e recuperar as terras degradadas para Combater a Desertificação e Prevenir ou Adaptar às Mudanças Climáticas em Portugal 34 o Preço da água e os seus Custos 36 Certificação Florestal FSC®-A Criar Valor para o Futuro
Os caminhos das democracias e as memórias políticas
Com Boaventura de Sousa Santos, Paulo Abrão e Cecília MacDowell Santos. Prefácio para a obra coletiva "Repressão e Memória Política no Contexto Ibero-Americano" - Ministério da Justiça e Universidade de Coimbra (2010).
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