Racismo na literatura infantil: a representação da História e Cultura Afro-Brasileira no livro Abecê da Liberdade (original) (raw)

Literatura Afro-Brasileira e O Lugar Da Infância Negra

Building the way - Revista do Curso de Letras da UEG (ISSNe 2237-2075)

As raízes da história ocidental diferenciavam aqueles que desviavam dos ideais europeus como inimigos, depravados, desumanos e incivilizados. Tal pensamento arraigou as produções artísticas e a literatura infanto-juvenil com estereótipos que constantemente inundam o imaginário coletivo. Ao contrário de repetir de estigmas racistas das literaturas dos séculos passados, o movimento negro tem como objetivo reforçar a importância da escrevivência e da literatura afro-brasileira, com o objetivo trazer representações mais honestas e potentes, de forma a ir na direção oposta à dita proliferação, na qual a literatura foi influenciada pelos ideais normativos de branquitude. Tendo isso em vista, neste artigo objetiva-se desenvolver, inicialmente, um breve histórico da racialização das diferenças corporais para, em seguida, pensar nos lugares da literatura afro-brasileira para a infância negra. Palavras-chave: Literatura Afro-brasileira. Infância. Negritude.

Literaturas Africanas e Afro-Brasileiras na Creche de Educação Infantil. Desafios à Diversidade Etnicorracial

Revista Brasileira Multidisciplinar, 2011

As literaturas africanas e afro-brasileiras vêm despontando na prática educacional nacional, principalmente depois da promulgação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino da história e da cultura africana, afro-brasileira e indígena, promovendo o trato das relações etnicorraciais na educação básica. O artigo objetiva apresentar uma reflexão advinda dos resultados de uma prática pedagógica semanal, abordando a educação das relações etnicorraciais por meio da literatura infantil africana e afro-brasileira no contexto de uma classe de maternal I (crianças de 2 a 3 anos) de uma creche de educação infantil. Com uma abordagem qualitativa de pesquisa, utilizou-se o método da pesquisa participante com a elaboração de relatos de pesquisa. As observações registradas nos relatos permitiram constatar o que pesquisas ao longo dos anos vêm confirmando, quanto à resistência de se tratar a questão racial no espaço escolar. Permitiram também constatar que as literaturas africanas e afro-brasileiras são um substitutivo a algumas literaturas que afirmam e enrijecem o mito da democracia racial e, portanto, são obstáculos às Leis 10.639/03 e 11.645/08 nas escolas de educação básica.

Literatura Infantil Brasileira e Identidade Da Criança Negra

2014

This article aims to analyze how the black child is characterized in relation to the stereotypes created around the black , in the course of Brazilian history in children's narratives , from a sociological approach to the literary text and the assumptions of comparative literature . To this end , we selected some childish narratives that feature characters black children , and you can see that these works reveal the transformations that occurred in Brazilian society with regard to black . This work is based on the theoretical support in the works of Rosangela Malachias and Florestan Fernandes , among others . The analysis was organized to observe the difficulties of identifying the black child before the European cultural dictates about the standard model of beauty . In general , one can observe that the production of works whose characters are black children intensified after the 1988 Constitution and the Law 10.639/2003 . The literary discourse aimed at children , so undergoes...

Literatura Afro-brasileira na escola: letramento racial e Afroletramento como instrumento de formação antirracista

EccoS – Revista Científica

O presente artigo trata da relação entre a utilização da Literatura Afro-Brasileira na escola como recurso para o desenvolvimento do letramento racial e do afroletramento. Buscando relacionar ambos os conceitos (letramento racial e afroletramento) com práticas vinculadas à utilização social da linguagem, propõe-se, ainda, sua relação com uma formação antirracista, como modo de valorização da identidade brasileira afrodescendente e luta contra o preconceito e a discriminação.

Literatura Infantil e Juvenil Com Personagens Negras: Uma Abordagem Afrocentrada

Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, 2021

O texto tem como objetivo principal analisar a representação de três personagens femininas em contos destinados ao público infantil e juvenil, com temática africana. Para tanto, foi escolhido o livro Ulomma – A casa da beleza e outros contos, do escritor nigeriano Sunny e ilustrado por Denise Nascimento. Parte-se do reconhecimento da importância dos estudos clássicos sobre contos de fadas e literatura infantil e juvenil, todavia a análise apresentada assume uma perspectiva afrocentrada, buscando a importância da palavra nas culturas africanas e afro-brasileira, o papel das narrativas nas sociedades africanas, onde a oralidade é um elemento central na produção e manutenção das mais diversas culturas, dos valores, conhecimentos, ciência, história, modos de vida, formas de compreender a realidade, religiosidade, arte e ludicidade. O segundo ponto de análise será a representação das personagens femininas, sendo um bloco para cada personagem. A análise se dá tanto do ponto de vista imagé...

Racismo e representatividade da criança negra na literatura infantil: reflexões sobre o projeto de extensão e cultura “construindo a própria história”

Zero-a-Seis, 2019

Os livros, “Eu posso ser... o que eu quiser ser” e “Clube da Alegria’, são frutos do projeto de extensão, CONSTRUINDO A PRÓPRIA HISTÓRIA: racismo e representatividade da criança negra na literatura infantil, com fomento do edital Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte - PROCARTE, cujo número do registro é 026.2.035-2017. O primeiro livro indicado, conta a história de uma criança negra que desejava ser princesa, mas que diante da imagem e comportamentos idealizados dessa figura, historicamente carregada de estereótipos, se angustia ao perceber que o seu sonho não “cabe” no mito. A história foi idealizada para ser trabalhada em uma escola de educação infantil, nesse caso, o CMEI da Bela Vista, localizada em um bairro periférico da cidade de Diamantina. A história foi apresentada e contada para as crianças de cinco anos desta instituição, que a partir dos questionamentos feitos pela personagem principal do livro, foram instigadas a construírem a sua própria história.

Reescrevendo a narrativa: racismo em livros infantis da época de Monteiro Lobato

2021

Resumo Os debates sobre a representação estereotipada e racista na literatura infanto-juvenil de Monteiro Lobato apontam uma questão central nos estudos literários: como ler obras em diferentes contextos históricos, sociais e culturais e cujos padrões morais e éticos podem entrar radicalmente em conflito com os nossos? Este artigo propõe investigar o contexto literário em torno da obra infantil de Lobato por meio da análise de obras de literatura infantojuvenil que circularam no Brasil entre o fim do século XIX e o começo do século XX. O estudo permite compreender o repertório com o qual as obras de Lobato dialogavam e, ao comparar representações de personagens negros, oferece nova perspectiva para o entendimento da literatura infantil de Monteiro Lobato.

Fruição e Magia: Do Silenciamento À Visibilidade Negra Na Leitura De Livros De Literatura De Temática Da Cultura Africana e Afro-Brasileira Na Educação Infantil

Diversidade: Diferentes, não Desiguais 3, 2019

Elaborado por Maurício Amormino Júnior-CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. www.atenaeditora.com.br APRESENTAÇÃO Em pleno século XXI deveria ser natural vivenciar a diversidade, pois aceitá-la não é apenas conseguir lidar com gêneros, cores ou orientações sexuais distintas, mas principalmente respeitar ideias, culturas e histórias de vida diferentes da sua. A intolerância muitas vezes manifestada em virtude de uma generalização apressada ou imposta por uma sociedade, leva ao preconceito. E, esse preconceito leva as pessoas a fazerem juízo de valor sem conhecer ou dar oportunidade de relacionamento, privando-as de usufruir de um grande benefício: aprender e compartilhar ideias com pessoas diferentes. A partir da discussão de conceitos de cor, raça, gênero, que nada mais é do que um dispositivo cultural, constituído historicamente, que classifica e posiciona o mundo a partir da relação entre o que se entende como feminino e masculino, negro e branco, os autores deste livro nos convidam a pensar nas implicações que esse conceito tem na vida cotidiana e como os arranjos da diversidade podem muitas vezes restringir, excluir e criar desigualdade.