Notas para uma reflexão crítica sobre Recriação Histórica e História Viva (original) (raw)
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Recriação Histórica e Didática
2018
Many doubts remain about the phenomenon of Historical Reenactment. It is simultaneously methodology, language and practice. It is heterogeneous and multifaceted. Truth is that it is not easy to find other cases where a form of handling the past is shared by so many actors with such different goals. Schools are one of the venues of Historical Reenactment. In order to differentiate Historical Reenactment in a school context (the focus of this report) in relation to other categories, it was necessary a) conceptually frame the activity. b) establish parameters to identify the key characteristics of each one. c) systematize the set of events that can be considered Historical Reenactment within the scope of its actors and formats. Through Multiple Intelligences theory and Learning Styles theory, we seek to find theoretical foundations that confirm the existence of a teaching-learning process within Historical Reenactment. Through the methodological framework, we place Historical Reenactment within the modern currents and identify the different teaching practices associated with this strategy. Our case study focused on Manuel Gomes de Almeida Secondary School, an exemplary model of the use of Historical Reenactment in school settings. We collected information that allowed us to identify the dynamics of the implementation of this methodology, the elements involved and the evaluation of the process.
O presente trabalho centra-se no estudo do conceito de História Viva: origens, sua introdução em Portugal, primeiras intervenções, evolução, práticas actuais e projecções futuras, e por fim, o estudo de um caso. Através da realização deste trabalho ambicionámos sistematizar toda a informação encontrada de forma a redigir um documento onde esta se congregasse, proporcionando um melhor conhecimento de um todo, a possibilidade de reflexão sobre o tema e seus fundamentos essenciais e o renovar das suas práticas. A História ao Vivo é um método didáctico para a difusão e aprendizagem da História, da cultura, da memória de determinada época num dado contexto, com recurso à expressão dramática. A técnica de Living History foi criada em Inglaterra nos anos de 1970, teve a sua evolução naquele país e em outros que, como Portugal, a importaram, sendo no presente uma prática indissociável da museologia, servindo a educação, o lazer e o turismo cultural. Em 1986 foi introduzida em Portugal pela Associação Portuguesa de Museologia com o intuito de dinamizar e de dar novo fôlego ao ensino e interpretação da História e valorização da nossa memória colectiva. Nos primeiros anos, em que houve grande empenhamento na divulgação desta técnica, houve uma forte adesão ao conceito que se disseminou e foi posto em prática através da realização de acções sobre os mais variados temas. A adesão do Grupo de Trabalho do Ministério da Educação para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, entre 1988 e 2000, foi fundamental para o enraizamento desta prática. Passados mais de vinte anos desde a sua introdução em Portugal pudemos investir numa observação cuidada deste percurso e propor estratégias para a sua revitalização. Estamos cientes de que o recurso à dramatização nesta área teve adesão no nosso país, contudo carece de elementos teóricos que a suportem para que não se alheie da essência da sua razão de existir: a Educação Patrimonial com base na investigação.
Reflexões sobre a abordagem macro e micro na História
Mneme - Revista de Humanidades (UFRN), 2011
Resumo O texto apresenta uma reflexão sobre a possibilidade de integração entre duas abordagens historiográficas-a macro, que permite a construção de séries, e a micro, que permite a reconstrução de trajetórias e relações sociais-, com a finalidade de disponibilizar ao pesquisador um melhor aproveitamento das informações históricas a seu alcance. Palavras-Chave Macro-História, Micro-História, História Social. Abstract The text presents a reflection on the possibility of integration between two historiographical approaches-a macro one, which allows for the making of series, and a micro one, which allows for the reconstruction of social trajectories and relations-with the aim of providing the researcher with better use of the available historical information.
A HISTÓRIA VISTA PELO COTIDIANO: LUGAR DE VIVÊNCIAS E RESISTÊNCIAS
A FINA FLOR DOS "BAS-FONDS" CURITIBANOS: UMA ANÁLISE SOBRE A CIRCULAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE MERETRIZES ESTRANGEIRAS (1928-1932), 2021
Em A fina flor dos "bas-fonds" curitibanos: uma análise sobre a circulação e identificação de meretrizes estrangeiras (1928-1932), oitavo capítulo, Wellington do Rosário de Oliveira aborda as questões das meretrizes em Curitiba. Preocupadas com a circulação de meretrizes estrangeiras na capital do Paraná, autoridades policiais e a imprensa se propuseram a delimitar os espaços de transgressão na cidade, identificando os bas-fonds curitibanos, em meio ao desenvolvimento da criminalidade, onde transitavam essas mulheres de origem europeia. Suas principais fontes são os prontuários oriundos do Gabinete de Identificação e Estatísticas do Paraná.
Biografia e História: reflexões sobre uma experiência
Lisboa, em especial a Yanda Anastacio e a Maria das Gra~as Moreira de Sa, este convite para me juntar avos nesta jornada de trabalho sobre cultura portuguesa. Tiveram elas a iniciativa de me sugerir que viesse trazer aqui algumas reflex6es sobre as re1a~oes entre a biografia e a historia, desenvol venda e aprofundando as breves notas sobre 0 assunto que incluf na abertura da biografia do rei Dom Fernando que publiquei recentemente.
POSSIBILIDADES PARA PENSAR A ARQUITETURA DOS RECINTOS MURADOS DA PRÉ-HISTÓRIA RECENTE
Olhares sobre Castelo Velho de Freixo de Numão: Revisitar um Recinto Pré-Histórico do Alto Douro Português (coord. Susana Soares Lopes), 2019
Este texto procura abordar os recintos murados da Pré-história Recente, tendo por base os estudos efetuados em contexto português e partindo da análise da arquitetura destes sítios. Apresenta as periodizações propostas e as problemáticas inerentes à analise da temporalidade de cada sítio e pro-cura questionar as múltiplas formas construtivas e modos de usar o espaço. Finalmente propõe-se discutir as possibilidades do tipo "recintos murados" em articulação com a singularidade de cada sítio particular. This text aims to approach late prehistoric walled enclosures, mainly based on research conducted within a Portuguese context and through the study of the architecture of the sites. The periodization of the sites will be presented, and the problems involved in studying temporality at the "site level" will be addressed. The multiple ways of constructing and using space will also be questioned. Finally, the use of the typological designation "wal-led enclosure" will be discussed bearing in mind the singularity of each site.
Comentário VI: para ver o passado e imaginar a historiografia
Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, 2007
A principal virtude do texto Vendo o passado: representação e escrita da história, de autoria do prof. Manoel Luiz Salgado Guimarães, é a originalidade na busca de referências para pensar um campo de problemas relevante na historiografia na atualidade, centrado nas visões do passado e em suas relações com a memória, o patrimônio, a escrita e a teoria da história. O autor evita lugares comuns e convenções da leitura historiográfica contemporânea e lançase a sondar diferentes cenários históricos e suas problemáticas, resgatando paradigmas culturais no trato com a visão do (e no) passado e, eventualmente, sua formulação como problema do conhecimento histórico. Neste roteiro, incluemse reflexões teóricas sobre a visualidade na história, questões sobre passado, presente, visão e patrimônio, Berlim como cenário de questões de memória, texto e imagem face à iconofobia judaica, o antiquariado e, por fim, a historiografia moderna representada pelo espírito cientificista do século XIX. A originalidade aqui significa não apenas diferença mas, especialmente, uma contribuição importante para que estas questões sejam pensadas em um marco de erudição e compreendendo um sentido de universalidade da história, muito bem-vindo na província historiográfica brasileira. Os riscos de tal périplo, porém, são grandes, e o autor os colhe, ou é colhido por eles, sobejamente. Entre esses, destaca-se que a abordagem de tais domínios temáticos-entre a teoria histórica, a antiguidade (oriental e tardia), o medievo, a renascença, a modernidade e a contemporaneidade-requer uma efetiva carga de erudição que não se vê na escrita do artigo, que, em cada tópico, é guiada por escassos avatares, na maioria dos casos insuficientes para dar conta seja da problemática histórica específica seja de sua atualidade e profundidade crítica. O segundo risco, parcialmente mitigado pela conclusão
Recriação, O Retorno e O Eterno Novo
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2021
Propõe-se, neste artigo, ao se retomarem as relações entre Filosofia e Literatura, uma discussão sobre a tradução de poesia, levando-se em conta, principalmente, o pensamento de Walter Benjamin, Roman Jakobson, Ezra Pound, Jacques Derrida e Haroldo de Campos. Para além da discussão, o trabalho traz ainda recriações de epigramas latinos da autoria de Décimo Magno Ausônio, um poeta do séc. IV e.c., também ele recriador de outros poemas. Nessas recriações, realizadas a partir da edição crítica de Roger Green, experimenta-se o exercício de enfrentamento de poemas inçados de dificuldades e, portanto, mais abertos a recriações, conforme propõe Campos. Trata-se, pois, de uma forma de investimento criativo em um dos tipos do make it new poundiano, uma vez que as recriações lidam com aspectos do extratexto cuja tradução se mostrou esteticamente potente e produtiva não via transcriação, mas via recriação, reimaginação ou reinvenção.
Análise historiográfica e cultural do primeiro ano de publicação da revista “História Viva”
Eclética 2005. Publicação eventual do Departamento de História/ FFLCH/ USP., 2005
Este trabalho tem como objetivo analisar, sob o ponto de vista da produção cultural, a decodificação da produção historiográfica, da disciplina histórica e do conhecimento histórico-científico para o consumo de massa. Para isso tomamos como objeto o primeiro ano de publicação da revista “História Viva” (de novembro de 2003 a outubro de 2004), no período em que se viu um verdadeiro revival das publicações que trazem a História como tema central, fenômeno assistido fundamentalmente após o segundo semestre de 2003. Nesta análise não nos interessa estabelecer critérios hierarquizados entre alta e baixa cultura, teremos como principal hipótese de resultado o fato de o estabelecimento de uma produção cultural de massa ter instituído uma confluência entre as hierarquias culturais, erudita e popular, para uma linguagem que vem tentando a síntese entre ambas. Como metodologia utilizaremos os preceitos historiográficos da História Social, História do pensamento político, História da Cultura, das Idéias, História vista de baixo, História oral, Micro-História, História das imagens e História do cotidiano e da vida privada. Esperamos com este breve estudo não restabelecer o óbvio: que veículos destinados ao público em geral no campo historiográfico não se tratam de publicações científicas, metodologicamente alinhadas e cuidadosamente colocados sobre trilhos teóricos; mas sim evidenciar através de quais mecanismos o conhecimento produzido pela ciência histórica pôde ser socializado a um público muito maior que o acadêmico especializado ou a uma elite intelectual restrita. Trabalho publicado em Eclética 2005. Publicação eventual do Departamento de História/ FFLCH/ USP. A História em Bancas de Jornal. Ago. 2006 (disponível no sítio: http://www.raquelglezer.pro.br/paginasASP/eedicoes.asp).