Informalidade: um conceito em busca de uma teoria (original) (raw)

A Informação como Utopia

"Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade / Nem veio nem se foi: o Erro mudou." -Fernando Pessoa O problema da informação -a informação como problema -não é de hoje. Tal problema remonta, pelo menos, a Platão que, no Fedro, citando um velho mito egípcio, alerta para o perigo de, com a escrita, a mera informação (considerada, pelo filósofo, como "uma a p a r ê n c i a d e s a b e d o r i a " ) i r, p r o g r e s s i v a m e n t e , substituindo a educação (sem a qual não pode existir "a sabedoria em si mesma"). 1 Já mais perto de nós, em "O Narrador" (publicado em 1936), Walter Benjamin constata, num tom não isento de nostalgia, a crise da narrativa, da "capacidade de trocar experiências", que se torna manifesta a partir da 1ª Guerra Mundial. Segundo o filósofo alemão, essa crise tem a sua origem mais remota (e fundamental) na arte da impressão, que vai constituir um dos instrumentos fundamentais da afirmação da burguesia; consolidado o seu domínio, a burguesia cria uma forma de comunicação que vai pôr em causa quer a narrativa quer o próprio romance (que contribuira, a seu tempo, p a r a a p e r d a d e i m p o r t â n c i a d a n a r r a t i v a ) : a 1 -Cf. Platão, Fedro, 274e-275b, Lisboa, Guimarães Editores, 1989, pp. 120-123. Ver, acerca desta posição de Platão, Paul Ricoeur, Teoria da Interpretação, Porto, Porto Editora, 1995, p. 87. Uma interpretação desta posição de Platão no contexto mais vasto das tecnologias aparece em Neil Postman, Tecnopolia. Quando a Cultura se Rende à Tecnologia, Lisboa, Difusão Cultural, 1994, pp. 11-25.

A Informação do Informador

Apresenta uma seqüência de fatos condensados, em três décadas, e ainda pouco estudados que exige o repensar do fazer profissional da Biblioteconomia e se procure um lugar para ela, mesmo que seja preciso recriá-la. Reflete sobre a formação tradicional do bibliotecário e a necessidade de formar profissionais que sejam necessários à sociedade e preparados para atuar em áreas distintas face a diversidade de públicos e quadros sociais. Aponta para a necessidade das instituições formadoras realizarem pesquisa das necessidades e das demandas reais por meio de um constante mapeamento da sociedade para detectar as suas carências de informação, os quadros seculares de misérias em todos os segmentos, da educação fundamental às áreas de especialização. Propõe um novo formato para formação de profissionais competentes e críticos.

Informatiquês: múltiplos olhares

Quando o assunto é a língua empregada na comunicação via internet, já não se estranham mais afirmações do tipo: “Português errado na internet preocupa” (O Globo, 1o. de agosto de 2004). Pais, professores e gramáticos ortodoxos são unânimes em apontar uma “vilã” para os “graves erros” encontrados nos textos produzidos pelos alunos nas escolas. No entanto, essa atitude simplista não esclarece, por exemplo, por que antes da existência dessa “vilã” também existiam tantos “erros”... Assim, antes de apontar o dedo para uma “culpada” por tamanhos “desastres” no emprego da Língua Portuguesa, há que se entender o assunto considerando que esse espaço virtual faz emergir novas modalidades de língua diferentes daquelas com que convivíamos antes da internet. Embora, esses novos gêneros textuais, ou digitais (Marcuschi & Xavier, 2004), mantenham similaridades com os seus congêneres, deles se distinguem por circularem em um contexto sócio-comunicativo particular, isto é, o espaço virtual. Neste espaço virtual, para que a comunicação seja mais rápida, mais barata ou mesmo viável, entram em cena as técnicas de compressão de dados. Existem disponíveis técnicas de compressão com perda e sem perda de informação, sendo a última muito utilizada no cotidiano, desde que a perda seja em níveis aceitáveis para o intérprete. Uma análise matemático-linguística mostra uma tendência involuntária de adaptação da Língua Portuguesa ao universo digital.

Esboço de uma concepção informacional da inteligência

Investigamos algumas noções de inteligência e de informação e sugerimos um esboço de uma concepção informacional da inteligência. Apresentamos algumas caracterizações da inteligência e da informação. Em seguida esboçamos uma concepção própria de informação e de sua manipulação, a partir da qual sugerimos uma definição de inteligência.

Informação segundo Niklas Luhmann: base teórica para uma “ciência do informar-se”

Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, 2011

0 0 1 129 736 Massive Dinamics 6 1 864 14.0 96 Normal 0 false false false PT-BR JA X-NONE /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Table Normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman";} No âmbito de sua oniabarcadora teoria de sistemas, Niklas Luhmann (2010 [1995]) recusou a “metafora da transferencia de informacao”, conceito hegemonico desde a “teoria da comunicacao” de Claude Shannon (1948), o que o colocou em uma “posicao minoritaria” em relacao a pesquisa academica de sua epoca. No esforco de erigir “um edificio suficientemente complexo, capaz de servir de contraste ao que foi obtido pela tradicao”, Luhmann propos entao um conceito de informacao substitutivo, que e aqui interpretado a luz de argumentos linguisticos. Concluimos que, para Luhmann, informacao e tanto a propria “acao de informar-se” quanto o “resultado ou efeito” dessa acao, que deve ser compreendida no sentido de “instrucao de processos”. C onsideramos, por fim, que seus conceito e teoria sao capazes de expandir os horizontes epistemologicos da Ciencia da Informacao.

A informação como utopia.pdf

"Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade / Nem veio nem se foi: o Erro mudou." -Fernando Pessoa O problema da informação -a informação como problema -não é de hoje. Tal problema remonta, pelo menos, a Platão que, no Fedro, citando um velho mito egípcio, alerta para o perigo de, com a escrita, a mera informação (considerada, pelo filósofo, como "uma a p a r ê n c i a d e s a b e d o r i a " ) i r, p r o g r e s s i v a m e n t e , substituindo a educação (sem a qual não pode existir "a sabedoria em si mesma"). 1 Já mais perto de nós, em "O Narrador" (publicado em 1936), Walter Benjamin constata, num tom não isento de nostalgia, a crise da narrativa, da "capacidade de trocar experiências", que se torna manifesta a partir da 1ª Guerra Mundial. Segundo o filósofo alemão, essa crise tem a sua origem mais remota (e fundamental) na arte da impressão, que vai constituir um dos instrumentos fundamentais da afirmação da burguesia; consolidado o seu domínio, a burguesia cria uma forma de comunicação que vai pôr em causa quer a narrativa quer o próprio romance (que contribuira, a seu tempo, p a r a a p e r d a d e i m p o r t â n c i a d a n a r r a t i v a ) : a 1 -Cf. Platão, Fedro, 274e-275b, Lisboa, Guimarães Editores, 1989, pp. 120-123. Ver, acerca desta posição de Platão, Paul Ricoeur, Teoria da Interpretação, Porto, Porto Editora, 1995, p. 87. Uma interpretação desta posição de Platão no contexto mais vasto das tecnologias aparece em Neil Postman, Tecnopolia. Quando a Cultura se Rende à Tecnologia, Lisboa, Difusão Cultural, 1994, pp. 11-25.

O CONCEITO DE INFORMALIDADE: um exercício de aplicação empírica

2004

O presente texto tem por objetivo confrontar tres distintos conceitos de informalidade/trabalho informal, encontrados na literatura de Economia e Sociologia do Trabalho, de forma a poder comparar os resultados decorrentes de suas respectivas aplicacoes empiricas; testando, dessa forma, as suas diferentes capacidades de analise e explicacao de fenomenos relativos ao mercado de trabalho. Advoga-se a hipotese de que, se nao explicitados claramente, os distintos conceitos de informalidade existentes podem mais confundir do que facilitar a compreensao da estrutura e dinâmica do mercado de trabalho. Na verdade, nenhum dos conceitos de informalidade apresentados tem a capacidade de dar conta, em si mesmo, da especificidade de cada um dos fenomenos, extremamente heterogeneos entre si, que participam da construcao de suas respectivas definicoes. No entanto, a partir de criterios distintos, esses conceitos conseguem reunir diferentes conjuntos de formas de ocupacao/atividades economicas que e...

Os “usos” da teoria na investigação em comunicação atual

Mediapolis – Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público

Neste artigo, apresenta-se o valor da construção de teorias nos estudos do sistema comunicacional, surgidos a partir dos anos 90, e como a teoria é operacionalizada em quadros teóricos de referência na investigação internacional. Em primeiro lugar, veremos como evoluiu o contexto da investigação internacional em comunicação desde 1989 à atualidade. Em segundo, descreveremos como se operacionaliza o valor da teoria em tempos de neoliberalismo. Por fim, apresentaremos um estudo de caso: a operacionalização da teoria na pesquisa internacional sobre o framing. Este estudo tem como objetivo observar (i) os usos da teoria na pesquisa sobre o framing, (ii) os temas de investigação, (iii) a operacionalização do framing através das (principais) técnicas de investigação, e (iv) a operacionalização do framing através de técnicas (secundárias) de investigação. Para este fim, procederemos à análise de artigos publicados no Journal of Communication durante o período compreendido entre 2009 e 2013...

Informação-esse obscuro objeto da Ciência da Informação

2004

Discussão teórica e conceitual de informação, objeto de estudo da Ciência da Informação, nas suas diferentes abordagens, sobretudo as cognitivista, econômica, gerencial e política. São enfatizadas as relações e distinções entre dado, informação e conhecimento, bem como os contextos e aplicações de informação e suas características de transversalidade e interdisciplinaridade. A informação integrada aos conceitos da área e os seus múltiplos atributos são analisados segundo os teóricos e horizontes epistemológicos da Ciência da Informação.