As coleções do Museu Nacional no século XIX: patrimônio cultural e identidade nacional pela perspectiva dos naturalistas (original) (raw)

Os museus e os primórdios da museologia brasileira no século XIX

2018

Este artigo tem por objetivo abordar a formação do campo museal brasileiro ao longo do século XIX. Para isso, inicia com um panorama dos gabinetes de curiosidades e da formação das primeiras instituições museais da Europa do século XVII, buscando demonstrar como este modelo museal foi apropriado pelo estado em Portugal, transformando os museus em instituições de caráter político, econômico e social. Em seguida o texto aborda a forma como o Brasil se insere nesse contexto e como esse modelo português de gestão de museus foi implantado no país por meio do Museu Nacional. Objetiva ainda demonstrar a importância e a permanência deste modelo de gestão museal ao longo de todo século XIX na constituição de diversos outros museus. Perpassa todo o texto a questão da constituição de uma experiência museal caracteristicamente brasileira

Museus Pedagógicos Nacionais: Brasil e França, século XIX

Revista Museologia & Interdisciplinaridade vol. 8, nº 16, , 2019

Esse artigo analisa a criação e os primeiros anos de funcionamento do Museu Pedagógico da França e do Pedagogium do Brasil, ambos inseridos no movimento internacional de implantação de museus nacionais pedagógicos e concebidos como instrumentos para o progresso da escola pública, no final do século XIX. A abordagem transnacional do projeto museal e das práticas brasileira e francesa per-mitiu analisar aproximações e distanciamentos entre as duas instituições. Reunir impressos e artefatos nacionais e estrangeiros em uma biblioteca e uma exposição permanente para servir de subsídio a professores e gestores da instrução pública, estava dentre as finalidades das duas instituições.

Para além da pedra e cal: o Museu Nacional e as ações de preservação do patrimônio arqueológico e etnográfico (1937-1955)

Historia Social, 2015

Resumo Quando se fala em políticas públicas de proteção ao patrimônio cultural brasileiro, a primeira coisa que nos vem à mente é a trajetória institucional iniciada em 1937 com o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Neste artigo, pretendemos chamar a atenção para outras ações relacionadas à salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro, neste caso a partir da atuação dos antropólogos do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que voltaram seus esforços para a proteção daquilo que consideravam, a partir de um viés antropológico específico, o principal bem cultural brasileiro: suas culturas indígenas. Palavras-chave: Patrimônio Cultural. Museu Nacional. Culturas Indígenas.

Em busca de outros passados museológicos: considerações sobre a constituição do campo museal no Maranhão (século XIX e início do século XX)

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., 2021

O artigo analisa a constituição do campo museal no Maranhão no século XIX e início do século XX, tendo como referências os impactos do Gabinete de História Natural da Província do Maranhão (1844) e do Museu do Instituto de História e Geografia do Maranhão (1925). Essas experiências demonstram a existência de outros passados museológicos no Brasil e consistem em exemplos de coleções nômades que se desmembraram para formar museus e instituíram uma cultura do patrimônio no Maranhão. As fontes mobilizadas mediante pesquisa bibliográfica e documental consistiram em indícios importantes que rompem com a zona de silêncio existente na história dos museus e contribuem para enriquecer as narrativas sobre o panorama museológico brasileiro.

“Nossas coleções pertencem a vocês também”: Uma análise da exposição “Objects of Wonder” do National Museum of Natural History

Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia

Para quem o museu é feito? Essa pergunta pode causar grandes debates dentro da sociedade civil, mas como os museus abordam esse tema? O museu foi criado para ser visitado, para se comunicar com o público, e para ser um local onde possa existir uma troca de experiências. O museu não apenas pesquisa e preserva, mas comunica tais conhecimentos. As inúmeras pesquisas realizadas em um museu contribuem para o desenvolvimento dos saberes humanos, mas qual é o real alcance desse conhecimento? Permaneceria ele contido dentro dos muros do museu e da Academia? É pensando nesse alcance que situamos a exposição “Objects of Wonder” no National Museum of Natural History em Washington DC. Aberta para visitação em 2017, esta exposição tem por objetivo mostrar ao visitante a origem e uso dos objetos que fazem parte das coleções sob a guarda do museu. Por meio de vitrines temáticas, a exposição apresenta ao visitante os diferentes departamentos do museu e como os conhecimentos são gerados pelas coleçõ...

Um Museu Nacional em Brasília: considerações sobre a formação de seu acervo

Revista Em Questão, 2024

Este artigo propõe uma análise sobre o percurso de criação do Museu Nacional da República em Brasília, museu público administrado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, e sobre aspectos relativos à formação de seu acervo. Interessou-nos entender sua trajetória de funcionamento, colecionamento e gestão, o que o fez configurar-se como um museu de artes visuais desde sua inauguração em 2006, levantando, assim, considerações acerca das políticas da área cultural e das relações dessas com a memória social.

Sobre crânios, idiomas e artefatos indígenas: o colecionismo e a História Natural na viagem de Johann Natterer ao Brasil (1817-1835)

Sociedade e Cultura, 2018

O presente artigo busca explorar as práticas colecionistasde crânios, idiomas e artefatos indígenas empreendidas porJohann Natterer em sua viagem ao Brasil (1817-1835).Realizada no âmbito da comissão científica austríaca (maiorempreendimento científico até então realizado), Nattererfoi pioneiro na formação de coleções na região do MatoGrosso e Rio Negro. Dada a dimensão de sua viagem, para oartigo apresentado foram selecionados três grandes conjuntosde situações etnográficas que permitem refletir sobre o usogeneralizado da categoria ‘naturalista’ para indexar coleçõescoproduzidas por uma rede de atores sociais desigualmenteposicionados socialmente: indígenas (livres e escravos), chefesde milícias, tenentes, governadores de província etc. Além depluralizar a categoria ‘naturalista’, o artigo se propõe aindaa pensar as conexões entre o colecionismo no âmbito daHistória Natural e a etnografia.

O Museu Nacional e a construção do patrimônio histórico nacional

RREVISTA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL, 2012

Nosso interesse no presente texto é mostrar a interação constante entre o Museu Nacional, particularmente na esfera da antropologia, e o Sphan, para tanto procurando um ângulo pouco explorado na pesquisa sobre a história da constituição do patrimônio histórico e artístico nacional e do próprio saber antropológico no Brasil. Ou seja, aquele que se refere à constituição de coleções científicas e de sua exibição em exposições