Repensando as práticas da psicologia jurídica (original) (raw)
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Reflexões sobre Psicologia Jurídica e seu panorama no Brasil
A Psicologia Jurídica é uma emergente área de especialidade da ciência psicológica, se comparada às áreas tradicionais de formação e atuação da Psicologia como a Escolar, a Organizacional e a Clínica. É próprio desta especialidade sua interface com o Direito, com o mundo jurídico, resultando encontros e desencontros epistemológicos e conceituais que permeiam a atuação do psicólogo jurídico. Os setores da Psicologia Jurídica são diversos. Há os mais tradicionais, como a atuação em Fóruns e Prisões, e há também atuações inovadoras como a Mediação e a Autópsia psíquica, uma avaliação retrospectiva mediante informações de terceiros. O presente trabalho focaliza a Psicologia Jurídica Brasileira. Objetiva apresentar e discutir a definição de Psicologia Jurídica e sua relação com o Direito, destacar seus setores de atuação de acordo com os trabalhos apresentados no III Congresso Ibero-Americano de Psicologia Jurídica realizado no Brasil em 1999 e abordar os desafios para a Psicologia Jurídica Brasileira.
Relato de experiência de uma imersão no campo da Psicologia Jurídica
Passagens: Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, 2022
Psychology as a science and profession studies human phenomena and has several branches composing its fields of practice. In specific terms, the focus of this work falls on Legal Psychology, which integrates the fields of Psychology and of Law. The present study seeks to analyze the performance of a team of psychologists in its interaction with legal professionals and in its relationships in a legal institution. This is developed by means of an experience report prepared from participant observation during the period of July 2019 to March 2020, recorded in a field diary in a Court of Domestic and Family Violence Against Women. Data analysis was also supported by work reports describing situations in the experience and summarizing trajectories in the institution. The results demonstrate that this research contributed to a better understanding of the relationships among teams at the Psychology-Law interface, as well as highlighting the importance of an approach by gender studies and i...
Psicologia e Ciências Jurídicas: Refletindo Sobre Práticas Possíveis Em Psicologia Jurídica
Revista Psicologia Em Foco, 2014
Este artigo apresenta duas experiências de estágio em Psicologia focadas no âmbito jurídico. Através de uma breve revisão histórico-bibliográfica das práticas e da produção de conhecimento em torno da psicologia jurídica, debateremos espaços de intervenção possíveis, partindo de uma abordagem que percebe o sujeito cidadão em suas diversas manifestações.Estas manifestações, que abordaremos no presente estudo, estão relacionadas ao instituto da Adoção e às práticas de Mediação de Conflitos e encontram-se em constante modificação e experimentação em um município do interior do Rio Grande de Sul, envolvendo o Fórum, localizado na cidade e o Grupo de Estudos e Práticas em Mediação de Conflitos proposto na/pela URI de Santiago.
Este texto foi publicado no site Jus Navigandi no endereço https://jus.com.br/artigos/44250 Para ver outras publicações como esta, acesse http://jus.com.br Repensando a cultura jurídica um diálogo entre a antropologia e o direito Repensando a cultura jurídica: um diálogo entre a antropologia e o direito Ivan Furmann Publicado em 11/2015. Elaborado em 07/2015. A conceituação de Cultura Jurídica parte da noção de mundo simbólico e de algumas etnografias clássicas, para construir a abertura ao outro, à diversidade e aos direitos humanos. 1 CULTURA JURÍDICA COMO CHAVE INTERPRETATIVA? O conceito de cultura nas ciências humanas ressurgiu, entre as décadas de 1970 e 1980, como medida para interpretação e análise da diversidade humana. Anteriormente havia caído em relativo ostracismo devido ás tendências evolucionistas que efervesceram durante o final do século XIX e primeira metade do século XX. Após a Segunda Guerra tais teorias foram, em parte, soterradas, ao menos como centrais, no debate sobre o homem.
Reflexões Sobre Práticas Psi-Jurídicas Na Triagem Da Defensoria Pública Paulista
Psicologia em Estudo, 2016
Neste artigo, apresentamos alguns desdobramentos da pesquisa de doutorado na qual estudamos encontros psi-jurídicos na Defensoria Pública do Estado de São Paulo, tomando a experiência dos Centros de Atendimento Multidisciplinar (CAMs) como objeto. Por meio da metodologia qualitativa da pesquisa-intervenção que contou com a elaboração de diários e de narrativas, empreendemos o acompanhamento das práticas profissionais que envolviam o trabalho conjunto de defensores, assistentes sociais e psicólogos na Defensoria Pública, entre 2011 e 2013. Aqui, privilegiamos mostrar a triagem, espaço no qual é feito o primeiro atendimento às pessoas que buscam assistência jurídica, que nos possibilitou nos aproximar da gestão dos pedidos e de como eles se transformam em demandas jurídicas, não jurídicas e psicossociais. Para tanto, utilizamos informações das fichas dos encaminhamentos feitos a um CAM nos anos de 2010 e 2011, com situações vivenciadas no percurso da pesquisa. Os operadores conceituai...
Interlocuções entre o direito e a psicologia na análise da prova testemunhal (2017)
Iuris Dicere - Revista de Direito das Faculdades João Paulo II, 2017
O presente artigo tem como objetivo analisar aspectos psicojurídicos relacionados à prova testemunhal em contextos forenses, através da perspectiva da Psicologia do Testemunho. Realiza-se a análise da prova teste-munhal de maneira transdisciplinar, por meio da interface entre Direito e Psicologia. Para tanto, inicia-se apresen-tando aspectos conceituais e legislativos pertinentes ao depoimento de testemunhas em processos judiciais. Após, analisa-se as funções psíquicas envoltas em um depoimento testemunhal, perpassando pelas noções de percepção e de memória. Conclui-se que a prova testemunhal apresenta um caráter lógico e axiológico que comporta tanto uma análise psicológica, quanto jurídica. Portanto, o permanente diálogo entre Direito e Psicologia possui condições de possibilidade de interligar; fazer conexões, as quais evitam o isolamento e permitem a finalidade última de um processo judicial: a Justiça. ABSTRACT: The present paper aims at analyzing psycho-legal issues related to testimonial evidence in forensic context, through the Psychology of Eyewitness Testimony perspective. The examination of the testimonial evidence will be carried out in a transdisciplinary way, through the interface between Law and Psychology. Therefore, it begins by presenting conceptual and legislative aspects relevant to eyewitness testimony in court lawsuits. Afterwards, the psychic functions involved in a testimony are analyzed, passing through the notions of perception and memory. It is concluded that the testimonial evidence has a logical and axiological character which involves both psychological and legal analysis. Therefore, the permanent dialogue between Law and Psychology has conditions of possibility to interconnect, that is, make connections that avoid isolation wich hinder the ultimate purpose of a court lawsuit: the Justice.
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COMO MEDIADOR DE CONFLITOS NO CONTEXTO JURIDICO
A mediação tem sido uma forma alternativa de resolução de conflitos dentro do poder judiciário, pois, visa restabelecer um diálogo entre as partes conflitantes, a fim de que possam juntos atingir uma melhor solução as suas reais necessidades. Portanto, o referido artigo vem de encontro na intenção de mostrar sobre a atuação do psicólogo como mediador no contexto judicial. Os estudos realizados se deu através de uma revisão a partir da literatura sobre a inserção da psicologia nas práticas de mediação de conflituos no campo jurídico. Foi possivel identificar que o papel deste profissional atualmente não se restringe tão somente em identificar patologias e dar diagnósticos, ou seja, sua função atualmente também é de dar apoio, aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e mediação.
A Multifacetada Psicologia Jurídica: Explorando Suas Diversas Áreas De Aplicação
Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação
O presente artigo tem por objetivo destacar a abrangência da Psicologia Jurídica, oferecendo um rol exemplificativo de suas diversas áreas de aplicação. Será discutida a relevância da interseção entre a Psicologia e o campo jurídico, destacando como a Psicologia pode contribuir em diferentes contextos. Serão abordadas as áreas da criminologia, avaliação, aconselhamento, vitimologia, mediação e conciliação. A abordagem será qualitativa, utilizando a técnica de pesquisa bibliográfica com análise histórica, bem como a revisão da literatura acadêmica para explorar a ciência psicológica no contexto jurídico. Serão analisadas temáticas referentes ao comportamento criminal, a perícia em casos de guarda, o aconselhamento de vítimas de crimes, a avaliação de risco de reincidência, e a mediação e conciliação judicial. Serão utilizados os conceitos de renomados doutrinadores como Caio Corrêa Magalhães, Fátima França e Beatriz Bueno, assim como a sabedoria de Maria Amélia Azevedo e Manoel Antôn...
Psicologia & Sociedade, 2006
A proposta do presente artigo é problematizar o lugar legitimado de saber/poder do psicólogo. Para tanto, partiremos de nossa prática acadêmica, quer seja como professora, estudante de graduação, estagiária, extensionista ou supervisora para colocar em análise a produção do profissional especialista em atribuir significados aos processos de vida. Apostamos, a partir das idéias de Foucault, na provisoriedade das verdades e na possibilidade de criação e de invenção, contrariando as naturalizações e dicotomizações presentes na formação e atuação em psicologia.