Evocações do Paraíso na iconografia da Idade Média (original) (raw)
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Análise Historiográfica da Iconografia do Diabo na Idade Média entre os Séculos XIV-XV (Portuguese)
Iniciação Científica, 2019
Este projeto foi elaborado com intuito de analisar dentro da historiografia compreendida, a iconografia do Diabo na baixa Idade Média. Entendemos que esta análise compreende um vasto recorte temporal que engloba parte do período conhecido como Antiguidade tardia, desde o começo do cristianismo até o período aqui estudado, a baixa Idade Média, mais precisamente entre os séculos XIV e XV. Faz-se necessário também, compreender a ascensão da religião cristã e o entendimento da Teologia, com o intuito de elaborar um raciocínio lógico sobre o efeito de debates e hipóteses que levaram os principais religiosos e pensadores deste período, junto de artistas selecionados por estes, a desenvolver a iconografia do Diabo até o período aqui estudado. Para um total compreendimento da própria iconografia do Diabo em si para os cristãos, também precisamos recorrer a elementos externos, os quais não faziam parte de sua cultura, mas que tiveram grande importância em sua elaboração. Compreender como os cristãos enxergavam as deidades da Antiguidade e, as sociedades as quais eles intitulavam como pagãs. Em outras palavras, qual o compreendimento da Igreja acerca destas sociedades, sua religião analisando alguns de seus deuses e deusas e principalmente, seu comportamento. Mais do que entender a iconografia do Diabo na arte e nas iluminuras, precisamos compreender o papel social desta no período aqui estudado. Por fim e com tudo isso pesquisado, pudemos entender que mais do que arte, a iconografia do Diabo tinha um viés de instrução que a julgar pelo pensamento teológico da época, condizia em manter a sociedade medieval sob certas regras morais instituídas pela Igreja Católica. Palavras-Chave: Demônio, Diabo, Idade Média, Iconografia, Teologia
A iconografia do Inferno na tradição artística medieval
Mirabilia, v.12, 2011
Resumo: O presente artigo discute de modo sucinto os modos de elaboração da representação visual do Inferno -tanto em pinturas como em encenações teatrais -, assim como alguns dos elementos iconográficos de maior destaque no tema. Tenciona-se mostrar como elementos escriturais foram associados a outros de origem mais popular para formatar a iconografia do tema ao longo do período medieval. O Inferno integra o imaginário cristão, e é parte essencial de uma das mais importantes questões que norteiam o Cristianismo: o destino do homem após a morte e após o fim do mundo. Ao absorver conceitos e tradições externas à religiosidade cristã, a iconografia do Inferno se tornou um dos principais suportes para a doutrinação dos fiéis, tanto quando apresentada como tema autônomo quanto associada à representação mais ampla do Juízo Final.
Em nossa dissertação de Mestrado analisamos o conjunto de quatro pinturas retabulares encomendadas na década de 40 do século XVII para a capela do hoje extinto Convento dos Capuchinhos da Paciência de Cristo de Madri (1651-1836). Estas pinturas narram a lenda que ficou conhecida como a do Santo Cristo da Paciência ou do Cristo das Injúrias, e figuram o ataque de um grupo de pessoas a um crucifixo que, enquanto sofre tal desacato, expressa o seu poder milagroso através da fala e do jorro de sangue. Nosso objetivo foi, por meio da análise dessas pinturas, entender o significado das imagens religiosas para a cristandade espanhola desse período e o quanto os ataques iconoclastas preocupavam os membros da Igreja católica e seus fiéis de modo geral, a ponto de gerar a encomenda de tais obras. Para tal, investigamos este corpus de imagens em dois níveis fundamentais: analisando seus elementos formais e temáticos; e sua relação com o cristianismo – a encomenda e o debate sobre as imagens, sobre seus usos e funções nas práticas cultuais do catolicismo na Espanha do século XVII. A partir daí, pudemos perceber o quão importante fora para aquela sociedade - em que as questões políticas, econômicas e religiosas eram interdependentes - o culto às imagens religiosas e o seu respeito, tornando-se parte consubastancial daquele modo de vida. Além disto, tanto a ação da Inquisição como a construção de um templo expiatório e a encomenda das pinturas sob o patronato da Coroa nos mostram que, para sociedade espanhola dos seiscentos, as imagens religiosas eram consideradas capazes de interferir nas ações terrestres por meio de milagres. Já no que diz repeito às possibilidades figurativas das qualidades sobrenaturais das imagens religiosas, verificamos que os pintores precisaram fazer uso de uma retórica visual do irrepresentável, à qual denominamos meta-imagem, para figurar a experiência milagrosa daquele crucifixo que teria se manifestado em dois níveis, o concreto e sobrenatural. Palavras-chave: Cristo da Paciência; Iconoclastia; Imagens milagrosas; Espanha do século XVII.
As origens das figurações medievais do diabo
2015
O objectivo desta dissertação consiste numa reflexão sobre as figurações medievais do Diabo. Analisamos assim a evolução da figura antropomórfica do Mal, ao longo da Idade Média, na cultura ocidental cristã. O estudo aprofundado das figurações e representações do Mal permite a compreensão dos fenómenos religiosos e sociais que dão origem à figura do Diabo enquanto modelo de justificação do Mal que afecta a humanidade. Nesse sentido, pretendemos analisar a representação do Diabo no antigo manuscrito medieval denominado Código de Gigas ou “Bíblia do Diabo”, passando pelo estudo da figura de Satanás no Antigo e no Novo Testamento. Por fim, iremos ainda aludir às principais divindades pagãs da Antiguidade, bem como aos discursos do clero e ao legado da cultura popular que ajudaram a construir o imaginário do Diabo.Abstract: The goal of this dissertation is the study of the medieval figures and images that are related to the Christian concept of the Devil. In this sense, we intend to ana...
Édipo e Perseu na iconografia clássica
Classica, 2001
Federal da Bahia RESUMO: Neste artigo, o autor faz uma comparacao entre a iconografia de Edipo e a de Perseu, focalizando um aspecto da narrativa pictorica que permite a correlacao entre os mitos desses herois: um contraste vislvel na maneira como eles confrontam seus adversarios (a esfinge, em um caso, e no outro, a Gorgona). No que toca a Edipo e sua inimiga, um dos mais constantes elementos da representacao, na pintura cerhmica, e uma especie de duelo visual entre os dois, cifra do repto enigmatico. No que tange a Perseu, em sua luta com a Gorgona, os artistas dao destaque ao modo como o her6i evita a contemplacao da adversaria. O autor proaira explorar o significado deste contraste que aproxima de modo inesperado duas series mlticas, e chama a atencao para a importancia da mitopoiese iconografica.
o extenso fundo documental do convento do Paraíso, à guarda da Biblioteca Pública de Évora, conserva-se uma preciosa notícia da campanha de obras datada entre os anos de 1532 a 1537. Sem ser detalhada ao ponto de nos resolver os (irritantes) anonimatos artísticos, é esta notícia, ainda assim, a mais importante fonte documental daquele que foi o maior e o mais cuidado investimento artístico ocorrido em toda a história deste cenóbio eborense.
Locus, 2015
O presente estudo parte da análise de textos relativos à doutrina do Purgatório de autoria de Michel Vovelle, Jacques Le Goff e Flávio Gonçalves. Em seguida aborda a espacialização visual desse lugar escatológico por meio de três obras artísticas de épocas diferentes-uma francesa da Baixa Idade Média (de Quarton), uma do Maneirismo português (de Gregório Lopes) e, por fim, uma brasileira (de Antônio Francisco Lisboa). O propósito é estabelecer a autonomia dessa visualização que se desprendeu de obras que tratavam a iconografia do Juízo Final.