O CAPITAL SOCIAL E A REFORMA AGRÁRIA: ESTUDO DE CASO NO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (original) (raw)
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os anos 90, ressurgiu o interesse nas dimensões social e institucional do desenvolvimento. No final da última década a literatura do desenvolvimento em instituições e organizações comunitárias começou a se aglutinar sob a estrutura geral do termo capital social. O presente trabalho investiga a evolução do capital social na comunidade rural do Carro Quebrado, município de Pinheiro Machado-RS, que compõe em conjunto com outros três municípios da serra do sudeste, a área fisiográfica do Projeto Área-Piloto de desenvolvimento regional participativo. O objetivo específico é identificar e mensurar tipos, formas, elementos e dimensões do capital social. A metodologia utilizada envolveu análise de dados secundários, entrevistas guiadas com informantes chaves e a aplicação de escala de medição da evolução do capital social. Como resultado destaca-se o significativo avanço nos seis elementos do capital social nos níveis, macro, meso e micro; em “embeddedness” e autonomia, após o início do Projeto Área-Piloto e da ação mais intensa esistematizada dos agentes municipais de desenvolvimento na comunidade. Apesar dos significativos avanços, o estoque atual de capital social na comunidade do Carro Quebrado possui um amplo campo potencial de crescimento à medida que limitações no processo de desenvolvimento vão sendo superadas.
A REFORMA AGRÁRIA COMO MARCO FUNDADOR DO DESENVOLVIMENTO SUL COREANO
MUNDOS EM MOVIMENTO: EXTREMO ORIENTE, 2020
Disse Mêncio: "Ao estudar extensamente, e ao discutir minuciosamente o que estuda, o objetivo do Educado é capacitar-se para resumir e explicar com brevidade o essencial". A questão Todo estudante preguiçoso, quando começa a escrever seus primeiros trabalhos, costuma afirmar que seus sucintos e rudimentares ensaios são curtos porque são 'muito sintéticos'. A ideia da síntese é usada como desculpa para um trabalho fraco e malfeito. Quando há pouco para dizer, também há pouco para escrever. Os estudantes com mais vontade, que se desenvolvem e aprofundam seus estudos, trocam a síntese pela loquacidade e pelo prolixismo. Gostam de redigir grandes volumes, parágrafos intermináveis, períodos longos. No desejo de esmiuçar, desdobram-se em aspectos diversos, que muitas vezes escapam do tema central. Com o intuito de afirmar uma ideia, repetem-na constantemente no texto, e reproduzem um nome ou uma assertiva que a complete tantas vezes quanto for necessário. É a vontade de estar certo e de provar um ponto de vista que justifica, assim, a produção de um extenso escrito, cujo peso supostamente manifesta, de forma física e palpável, uma pretensa quantidade de estudo. sentido. A narrativa curta e as poucas palavras tornam-na de fácil apreensão. Não serão elas bons modelos, se soubermos utilizá-las? Liu Xiang 刘向 [77-6aec] escreveu pequenas narrativas sobre sua época e sobre o período dos Estados Combatentes. Faltou-lhe precisar o contexto, mas essa não era sua preocupação central, pois as informações cronológicas eram dadas pelas crônicas. Contudo, ele captou tão bem o sentido dos acontecimentos, que foi equiparado a Sima Qian. Para alguns, é irritante pensar o quanto se pode contestar os vastos escritos do Shiji a partir do Shuoyuan 說苑 [Jardim das Histórias] ou do Zhanguoce 戰國策 [Anedotas dos Estados Combatentes]. Mas um bom historiador deveria se perguntar: porque as pessoas preferem as narrativas mais simples, ao invés das mais complexas? Este é um bom exemplo sobre como a economia na narrativa, se bem feita, é capaz de prender a atenção do leitor. Não se trata apenas de chamá-lo; é de como, ao sintetizar as ideias e palavras, prendemo-lhes a atenção ao sentido. O sentido da proposta Por esta razão, a proposta desse ensaio é, justamente, sobre a arte de escrever ensaios históricos e filosóficos. A prolixidade parece ser a régua da prova: mas palavras amontoadas só 'provam' pelo cansaço. Um bom ensaio pode ser sucinto e direto. Liu Zhiji afirmou que 'o mundo muda com o tempo, e perdeu-se a simplicidade original [Qu, 1982:26]; resgatar essa austeridade nas narrativas, e expressar as ideias com precisão, esse é o ponto. Pode-se perguntar se isso não desmereceria as grandes coletâneas de informações, ou as enciclopédias do saber. Contudo, as coisas devem ser colocadas em seus devidos lugares; fontes de informação são o mesmo que fontes de reflexão? Voltamos ao início desse ensaio; palavras demais não levam à reflexão. As coletâneas de informação são fundamentais; mas sem a síntese, elas são como grandes dicionários de palavras não consultados. A síntese dá-lhes sentido, e encaminha à reflexão. Todo o autor é, portanto, um tradutor de um tema. De sua habilidade e profundidade, decorre a paixão daqueles que o leem e o seguem. Por uma conclusão Um ensaio sobre síntese que não fosse sintético seria uma contradição. Por isso, devemos pensar no quanto escrevemos para propor algo de fato. Se compreendemos que alcançamos um sentido-e é isso que desejamos expressar-não nos resta muito senão informar, dizer, e deixar refletir. Um ensaio sobre síntese deve ser sintético o suficiente para dizer o necessário e se fazer compreender. Quem entendê-lo, captou o sentido. Quem não, precisa estudar mais. Como disse Confúcio: um sábio não maltrata nem as pessoas, nem as palavras [Lunyu, 15:8] Referências André Bueno é prof. Adj. em História Oriental da UERJ.
RESUMO A insustentabilidade do capitalismo tem sido entendida em sua dimensão socioambiental, porém é preciso compreender o caráter insustentável do modo de produção capitalista em sua dimensão ontológica, onde as potencialidades autenticamente humanas são negadas por relações mercantis alienadas. Esse caráter alienante se dá no proletariado urbano, rural e no campesinato submetidos ao capital. O campesinato agroecológico, na medida em que assumir uma identidade classista de confronto com o capital, pode se inserir na luta pela emancipação humana. PALAVRAS-CHAVES Capital, insustentabilidade, campesinato, agroecologia, emancipação. INTRODUÇÃO O modo de produção capitalista mostra-se insustentável por conta de sua contradição fundamental entre capital e trabalho que gera uma série de contradições secundárias, dentre as quais a concorrência, o imperialismo, as crises de superprodução (NETTO E BRAZ, 2009) e, consequentemente, um desafio socioambiental que ameaça a sobrevivência de boa parte da humanidade. No meio rural, o capitalismo também se fundamenta em contradições: notadamente o capital em sua expansão ameaça a propriedade da terra camponesa bem como expropria a renda da terra produzida pelo campesinato (CARVALHO, 2010), o que também demonstra sua insustentabilidade. Tal situação gera um permanente conflito de classe em que diferentes identidades podem ser desenvolvidas no sentido de reproduzir ou transformar tal dinâmica. O campesinato agroecológico pode se constituir como portador de uma sociabilidade com o sentido de coevolução entre sociedade e natureza que pode se constituir em uma identidade de projeto que contribua para a superação da insustentabilidade decorrente do modo de produção capitalista? Assim é que nesse artigo estaremos verificando que a viabilidade do capitalismo se restringe a ser uma viabilidade para o próprio capital, e que seu sucesso representa ao mesmo tempo um grave risco de inviabilidade para uma gigantesca parte da humanidade. Esse conflito entre viabilidades-do capital ou da humanidade-é que identificaremos como insustentabilidade socioambiental. Como verificaremos no decorrer do texto, a relação social fundamental do capitalismo que articula simultaneamente a valorização do capital e exploração da força de trabalho é fundada na contradição. E será justamente essa contradição que engendrará as demais contradições, dentre as quais, a concorrência, a ampliação do capital fixo, a queda da taxa de lucro, o imperialismo, as guerras, a destruição ambiental (NETTO E BRAZ, 2009). Assim, estaremos desenvolvendo a ideia que a sustentabilidade socioambiental é impossível sob a lógica do modo de produção capitalista justamente porque se funda em uma relação não sustentável já que antagônica entre seres humanos
Viamão The settlement, located in the municipality of the same name, was the venue for understanding the strategies for social mobility of certain groups of settlers. Our hypothesis is that the area of mediation between INCRA and the settlements is permeated by relations of patron-client, which enables control of public resources by the segment of the settlers who run or linked to the MST and thus, promote the rise of a political elite in the settlements, with the related losses by those who do not fit the new hierarchies. To cope with this task, we follow the progress of the actions of mediators and the infighting for control of public resources (land, water for irrigation of rice, funds and even the possibility of defining those who should be punished or not by INCRA, organs control and justice) between the two main internal factions. In addition to the vicissitudes of typical Brazilian settlements, it had some peculiarities -the large presence of wetlands, lack of demarcation for long period and limitations related to the presence of environmental reserves -which have made a weak internal institutionalization and helped engender adaptive lifestyles. The main one was represented by a combination of pluriativity with tenancy of the paddy fields for planting rice by other settlers. This process was made possible by informal coalitions in the form of jointaction with elements of patron-client relationship. We find that a group linked to the MST, with socialist and, essentially, ecological ideals succeeded in the area of mediation, including the expulsion of those who opposed. This was possible thanks to a chain that began in clientelistic joint-action, passed by the internal settlement brokers and reached the "panelinhas" of INCRA bureaucracy, when the process is presented as a sort of clientelism concentrated, in that only MST leaders can build bridges between the structural hole that separates the INCRA of the settlements and consolidate a discourse militant legitimating doxa, cause and consequence of this process.
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS AO MODELO ECONÔMICO CAPITALISTA
Novos Estudos Jurídicos, 2017
O artigo investiga os desafios do desenvolvimento sustentável a partir de uma análise crítica do modelo econômico capitalista e do papel do Estado na sociedade contemporânea. Com base em ampla pesquisa bibliográfica e documental, o texto intenta avaliar em que sentido a teoria do decrescimento econômico revela-se eficiente para viabilizar maior tutela da integridade dos direitos, permitindo a inauguração de um novo modelo que valorize a manutenção da vida dentro de parâmetros ambientalmente sustentáveis para o futuro do homem e do planeta.
Revista Iberoamericana de Derecho Agrario, 2016
O artigo investiga a aplicação prática dos preceitos constitucionais relativos à função social da propriedade rural e à desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária nas decisões do Tribunal Regional Federal da Terceira Região, no interregno entre 2003 e 2011. Com isto em vista, analisaremos os diferentes posicionamentos oriundos da interpretação dos artigos 184, 185, II e 186 da Constituição Federal, para, posteriormente, explorarmos a tendência interpretativa do Tribunal objeto de estudo, especialmente quanto ao conteúdo atribuído à expressão “propriedade produtiva”.