INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE (original) (raw)

PERSPECTIVAS SOBRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Diálogos sobre o Ensino e a Educação, 2024

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ÉTICA RELACIONAL, FORMAÇÃO E AUTORIA DOCENTE NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO

Neste trabalho, apresento resultados de uma pesquisa narrativa desenvolvida na paisagem de uma escola pública, quando eu era professora de apoio de Catarina, uma aluna do nono ano com baixa visão. Meu objetivo é compor histórias de formação e autoria docente (BENGEZEN, 2017), com foco na ética relacional (CLANDININ; CAINE; LESSARD, 2018) entre professores de línguas e alunos com baixa visão. Percorrendo o caminho teórico-metodológico da pesquisa narrativa (CLANDININ; CONNELLY, 2000, 2015), realizei uma composição de sentidos das experiências com base em Ely, Vinz, Downing e Anzul (2005). Na transição dos textos de campo aos textos intermediários e aos textos de pesquisa, o trabalho relacional entre Catarina e eu permeou todo o processo, possibilitando honrar as experiências vividas, compondo sentidos em conjunto, considerando as perspectivas do outro e revendo meu modo de estar no mundo.

DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NA FORMAÇÃO DOCENTE DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Neste trabalho tecemos nosso posicionamento diante do avanço das NTICs nos processos sociais mundiais nos negando à tecnofilia irrefletida ou à tecnofobia inconsequente. Inserimos o contexto de nossas reflexões que é a Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília apontando a metodologia da pedagogia da alternância que é tão especifica deste curso e iniciamos o arrolamento de nossas percepções acerca dos desafios da inclusão digital com os estudantes da educação do campo que tangem a oferta de equipamento, conectividade e letramento digital.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES: EXERCITANDO PROPOSTAS DE INCLUSÃO

Introdução O presente trabalho constitui relato preliminar da primeira pesquisa do Laboratório de Pesquisa, Estudos e Apoio à Participação e à Diversidade em Educação -LaPEADE -intitulada Ressignificando a Formação de Professores para uma Educação Inclusiva. Criado em setembro de 2003, o LaPEADE tem como missão "apoiar e promover a participação e a diversidade em educação nas dimensões culturais, políticas e práticas das instituições e sistemas educacionais e contribuir para o desenvolvimento, disseminação e acompanhamento do conhecimento científico-acadêmico a respeito de inclusão em educação" (LaPEADE, 2003 -Missão). Esta pesquisa, iniciada em fevereiro de 2004, tem como objetivo investigar a formação de futuros professores da Faculdade de Educação da UFRJ com relação a uma orientação inclusiva em educação. Por "orientação inclusiva" entendemos os esforços empreendidos pela instituição educacional no sentido de se minimizar, ou eliminar, as barreiras que estudantes podem sofrer e que os impeçam de participar plenamente da vida acadêmica devido à desvalorização de suas diversidades, oriundas de gênero, etnias, condições sociais, situações familiares, religião, habilidades acadêmicas, etc. Assim sendo, o objetivo geral desta pesquisa é contribuir para a ressignificação da formação de professores da FE/UFRJ para o desenvolvimento de culturas, políticas e práticas de inclusão. A fim de melhor alcançar o objetivo proposto, organizamo-lo nos seguintes objetivos específicos: 1) Caracterizar a atual formação de professores tendo como referencial parâmetros de culturas, políticas e práticas inclusivas; 1 Texto escrito em parceria com

FORMAÇÃO DO PROFESSOR E EDUCAÇÃO INCLUSIVA

ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO, 2024

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular apresenta um grande desafio no cotidiano escolar de diferentes profissionais da educação, devido a falta de uma formação inicial ou continuada voltada para a educação inclusiva, o que resulta no dia a dia docente em sentimentos de incompetência e despreparo para o trabalho voltado com a inclusão, conforme apontam os estudos de Mittler (2000), Lima (2002), Romero (2008) e Toledo e Martins (2009). Nesse contexto, este artigo objetiva apresentar uma discussão sobre a formação do professor em relação à educação inclusiva. Metodologicamente, a pesquisa é caracterizada como qualitativa e exploratória, realizada através do levantamento bibliográfico sobre a temática. Já existe na legislação um conjunto substancial de políticas públicas criadas para os sujeitos com deficiência, contudo elas precisam de fato serem efetivadas no cotidiano escolar, mas para que isso aconteça é preciso que sejam oferecidas formações continuadas especializadas na área da inclusão para o professor da sala aprimorar sua prática e que exista de forma concreta um trabalho conjunto com professor especialista.

CONCEPÇÕES DE DOCENTES E LICENCIANDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ACERCA DE INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: PERSPECTIVA OMNILÉTICA EM DISCUSSÃO

O objetivo deste artigo é analisar as concepções de professores e licenciandos de Educação Física acerca da Inclusão e suas implicações sobre a formação inicial, tendo como referencial de análise e discussão uma perspectiva omnilética (Santos, 2011) sobre Inclusão, que compreende três dimensões em dialético e complexo interjogo: culturas, políticas e práticas inclusivas (Booth & Ainscow 2002; Santos 2003a). Realizamos grupos focais com doze licenciandos e entrevistas com sete docentes do curso e verificamos a ausência desse tipo de discussão no curso de formação de professores, ausência sobre a qual nossa discussão estará centrada, no presente artigo. Palavras-chave: Inclusão/Exclusão; Formação docente; Educação Física; Culturas, políticas e práticas. Abstract This research aimed at analyzing the Physical Education teachers' and teacher students' conceptions about inclusion and their implications on initial training. We used the omnilectical perspective (SANTOS, 2011) as a basis for discussion and analysis, which sees the three dimensions proposed by Booth & Ainscow (2002), i.e., cultures, policies and practices, as intertwined in a dialectical and complex manner. We applied focus groups with twelve teacher students and interviews with seven of their university teachers. We concluded that there is an absence of discussions about inclusion in their 129 SANTOS & FONSECA http://www.eses.pt/interaccoes initial education. Such findings are the basis of the discussions carried out in this article.

PERSPECTIVAS TEÓRICAS SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE

Educação e desenvolvimento: prismas, movimentos e transições, 2017

Com a crescente expansão do fluxo de informações, produtos e capitais entre os países, verifica-se o desenvolvimento de um novo conceito de mundo, presente nas mais diversas esferas da sociedade. O âmbito educacional representa uma importante vertente de como as formas de organização deste novo cenário mundial estão sendo propagadas, uma vez que uma inédita configuração de professor passa a ser desenvolvida com o objetivo de atender à nova concepção de espaço escolar, e, de educação em geral. As transformações no âmbito da educação podem ser observadas em vários aspectos, desde parte da produção acadêmico-científica, que retrata estudos que abarcam reformulações para a melhoria do sistema educativo 1 , até a própria política educacional, com a introdução de novos currículos e propostas que visam à formação do aluno enquanto cidadão. Nesse contexto, a visão de que tanto a formação inicial quanto a formação continuada do professor são essenciais para o desenvolvimento de um educando crítico e autônomo vem ganhando espaço. Inserido nas diretrizes de uma nova concepção de profissionalização docente, o presente trabalho objetiva abordar a questão da formação continuada como uma prática fundamental para que se desenvolva competências necessárias na atuação em sala de aula. Para tanto, o referencial teórico deste trabalho se incide sobre o estudo de autores que abordam a formação de professores a partir de um viés integral, contínuo e progressivo. Perspectiva teórica sobre a formação continuada docente A educação de professores no Brasil tem sido um tema bastante pesquisado nas duas últimas décadas. Como forma de se responder as problematizações 1 São muitos os estudiosos que se debruçam acerca de uma nova estrutura educacional. Dentre eles, pode-se citar LIBÂNEO (2004) e VEIGA (2008).

DESAFIOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A VOZ DOS PROFESSORES

A educação inclusiva é uma das referências das políticas educativas e da investigação, nacionais e internacionais, assumindo particular importância na vida escolar e pessoal dos alunos em condição de necessidades educativas especiais. Contudo, as práticas iluminam que a Escola nem sempre promove as mudanças necessárias à efectivação desses ideais, evitando, assim, a exclusão escolar e social. Urge que os professores, elementos-chave da efectivação da educação inclusiva, promovam uma cultura profissional mais colaborativa e reflexiva, de modo a responderem adequadamente à diversidade dos alunos. Pretendemos discutir os resultados de uma investigação realizada numa escola secundária de Lisboa, que inclui uma comunidade de alunos surdos adultos, do ensino secundário (n= 8, frequentando do 10º ao 12º anos de escolaridade). Baseando-nos em estudos de caso, os participantes em que nos centramos são os professores. Os resultados iluminam um fosso entre os ideais e as práticas, pondo em evidência as fragilidades em assegurarmos um dos pilares da educação inclusiva: a implementação de uma cultura profissional colaborativa, capaz de tornar a educação de e para todos uma vivência possível.

INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: ALGUMAS INTERFACES

Este artigo tem por objetivo discutir os resultados de pesquisa realizada entre 2004 e 2007 a partir de algumas interfaces com o tema inclusão em educação, a saber: políticas públicas de inclusão, práticas institucionais e de mediação e gênero. A pesquisa teve por objetivo investigar a formação de 1007 (em um universo de cerca de 4000 alunos) licenciandos da Faculdade de Educação da UFRJ com relação a uma orientação inclusiva de educação. As interfaces, por sua vez, originam-se dos resultados da referida pesquisa, os quais, em alguns momentos, deflagraram as mesmas como temas subjacentes às discussões sobre a formação inicial de professores "inclusivos".