O que é metafísica? – o que é modernidade? Doze teses contra Jürgen Habermas, de Dieter Henrich (original) (raw)

A teoria crítica da modernidade de Jürgen Habermas

Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

O objetivo do artigo é elucidar os argumentos centrais da teoria da modernidade de Habermas. Em vez de abandoná-lo, Habermas procura reconstruir o projeto de emancipação moderno através da reconstrução dos fundamentos da racionalidade da ação e da racionalização social moderna a partir: da reconstrução da explicação e superação crítica das interpretações unilaterais e funcionalistas de Max Weber e Talcott Parsons, e da fundamentação de uma teoria da racionalidade comunicativa capaz de se desvencilhar dos pressupostos subjetivistas e individualistas teoria social moderna.

Modernidade, modernização, pós-modernidade, múltiplas modernidades: Jürgen Habermas e a sociedade presente

Este artigo pretende, primeiro, sistematizar os caracteres gerais da teorização habermasiana da sociedade moderna; segundo, sublinhar a diferenciação conceitual entre modernidade e modernização como salto decisivo para a articulação de tal teorização, assim como para a crítica dela; terceiro, ressaltar que Habermas limita a pós-modernidade a uma contraposição discursiva, filosófica, à modernidade; e, por último, clarificar que Habermas, recentemente, tornou sua teoria da época moderna carente de uma profunda reconsideração, pois passou a compreender a sociedade moderna como uma sociedade mundial que abrange múltiplas modernidades.

Nietzsche e a modernidade em Habermas

Perspectivas Revista De Ciencias Sociais, 1993

■ RESUMO: A crítica de Habermas a Nietzsche é apresentada pela demonstração do conceito de modernidade em Hegel, configurando-o, em primeiro lugar, no domínio da estética. No próprio Hegel, a filosofia coloca como necessidade a superação das fragmentações engendradas pela modernidade. Em Nietzsche, encontramos o ponto de inflexão que altera o rumo da trajetória anterior seguida pelo moderno discurso filosófico. ■ UNITERMOS: Modernidade; estética; razão; mito. Em 1968, ao posfaciar uma edição de escritos de Nietzsche sobre a teoria do conhecimento, Habermas observava que a obra de Nietzsche exercera, principalmente na Alemanha do período entre-guerras, uma especial fascinação. O Pathos da filosofia nietzschiana, nos termos do mencionado posfácio, determinara a direção espiritual e o questionamento de toda uma geração de intelectuais, compreendendo pensadores tão heterogêneos quanto Oswald Spengler, Carl Schmitt, Gottfried Benn, Ernst Jünger, Martin Heidegger e Arnold Gehlen. Após reconhecer que a obra de Nietzsche impregnara e fortalecera uma mentalidade que, de modo algum, limitava-se à chamada "direita revolucionária", conclui Habermas; "Tudo isso jaz hoje às nossas costas e se tornou quase ininteligível. Nietzsche nada mais tem de contagioso" (Habermas, 1968, p. 237). Ao retomarmos hoje, com Habermas, à obra de Nietzsche, para discutir a respeito de sua inserção no discurso filosófico da modernidade, não seria, sem dúvida, inoportuna uma retomada da questão: teria ainda a filosofia de Nietzsche conservado, de algum modo, alguma coisa de contagioso? Para o tratamento do tema-Nietzsche e a modernidade em Habermasrecorremos a três textos de Habermas que, a nosso ver, completam-se mutuamente;

Heidegger e a modernidade: Sobre a ideia heideggeriana de “consumação da metafísica”

Eberth Santos Resumo: Pretendemos aqui utilizar alguns conceitos e noções-chave em Heidegger tais como Mundo, Clareira, Pensamento, Ser, Metafísica e Modernidade para a compreensão de sua ideia de consumação da metafísica. Mantendo estes conceitos e noções no horizonte de nosso estudo, escolhemos alguns textos deste autor, apenas os que consideramos necessários, para delinearmos os contornos daquilo que neles ficou estabelecido como a Tarefa do Pensamento. Trata-se de entender a tarefa que coube à Filosofia em sua gênese e que perdurou até o final do século XIX ao receber o tratamento que Nietzsche lhe conferiu e que foi por ele próprio denominado de platonismo invertido. Esta forma de pensamento é interpretada por Heidegger como o momento de acabamento da metafísica ocidental. De acordo com ele, a filosofia de Nietzsche constitui o momento extremo na história da filosofia, a Era da Técnica, derradeiro desafio deste percurso histórico.

O fim da metafísica segundo Habermas: ponderações à luz do pensamento heideggeriano

Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), 2010

Habermas anuncia em sua obra Pensamento Pós-Metafísico o fim da metafísica enquanto pensamento totalizador e auto-referente que pretende um acesso privilegiado à verdade. A desvalorização deste modo de pensar culmina na passagem para o que ele denomina de pensamento pós-metafísico, fazendo-se necessário um redimensionamento do papel da filosofia, visto que um novo cenário de pensamento se instaura. O presente artigo pretende problematizar, à luz da filosofia de Heidegger, os pressupostos habermasianos que fundamentam a sua constatação do fim da metafísica. Neste sentido, procura indicar que a constatação do império da técnica na contemporaneidade torna o anuncio da instauração de um pensar pós-metafísico algo de difícil sustentação.

O projeto da modernidade segundo Habermas

Griot : Revista de Filosofia

O projeto acadêmico de Habermas busca contribuir para a realização das metas emancipatórias da modernidade, através da teoria da ação comunicativa. Portanto, será examinado aqui se o processo de racionalização da sociedade moderna, presente na teoria da ação comunicativa, realmente representa um potencial para a emancipação humana. Primeiramente, pretende-se abordar no respectivo trabalho os principais conceitos que Habermas utiliza em sua teoria da ação comunicativa. Em um segundo momento, serão explorados os elementos fundamentais da teoria da sociedade. Após isso, será analisada a teoria da modernidade e a sua relação com a teoria da sociedade. Tal caminho terá o objetivo de investigar a possibilidade de resgate do projeto da modernidade, ao explicar a possibilidade da teoria da ação comunicativa ser considerada o potenciador emancipatório da sociedade moderna, formando tanto o cidadão como um indivíduo autônomo, preservando a sua identidade pessoal, quanto o cidadão como partici...