Modernidade, modernização, pós-modernidade, múltiplas modernidades: Jürgen Habermas e a sociedade presente (original) (raw)

A teoria crítica da modernidade de Jürgen Habermas

Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea

O objetivo do artigo é elucidar os argumentos centrais da teoria da modernidade de Habermas. Em vez de abandoná-lo, Habermas procura reconstruir o projeto de emancipação moderno através da reconstrução dos fundamentos da racionalidade da ação e da racionalização social moderna a partir: da reconstrução da explicação e superação crítica das interpretações unilaterais e funcionalistas de Max Weber e Talcott Parsons, e da fundamentação de uma teoria da racionalidade comunicativa capaz de se desvencilhar dos pressupostos subjetivistas e individualistas teoria social moderna.

O projeto da modernidade segundo Habermas

Griot : Revista de Filosofia

O projeto acadêmico de Habermas busca contribuir para a realização das metas emancipatórias da modernidade, através da teoria da ação comunicativa. Portanto, será examinado aqui se o processo de racionalização da sociedade moderna, presente na teoria da ação comunicativa, realmente representa um potencial para a emancipação humana. Primeiramente, pretende-se abordar no respectivo trabalho os principais conceitos que Habermas utiliza em sua teoria da ação comunicativa. Em um segundo momento, serão explorados os elementos fundamentais da teoria da sociedade. Após isso, será analisada a teoria da modernidade e a sua relação com a teoria da sociedade. Tal caminho terá o objetivo de investigar a possibilidade de resgate do projeto da modernidade, ao explicar a possibilidade da teoria da ação comunicativa ser considerada o potenciador emancipatório da sociedade moderna, formando tanto o cidadão como um indivíduo autônomo, preservando a sua identidade pessoal, quanto o cidadão como partici...

Jürgen Habermas, Modernidade e Democracia Deliberativa

Caderno CRH

O objetivo deste artigo é explorar as possibilidades e os limites do modelo da democracia deliberativa, tendo por base a construção teórica de um de seus principais autores, Jürgen Habermas. Partindo da tese habermasiana de que a modernidade é um processo inacabado, o artigo analisa o paradigma da democracia deliberativa traçado pelo autor, buscando discutir em que medida ele contribui com o desenvolvimento do uso público da razão e com o fortalecimento da legitimidade nas sociedades políticas contemporâneas. PALAVRAS-CHAVE: democracia, deliberação, participação política, razão pública, legitimidade. JÜRGEN HABERMAS, MODERNITY AND DELIBERATIVE DEMOCRACY Denise Vitale The objective of this paper is to explore the possibilities and the limits of the deliberative democracy model, based on one of its main authors’, Jürgen Habermas, theoretical construct. Beginning with the habermasian theory that modernity is an unfinished process, this paper analyzes the paradigm of deliberative democr...

Nietzsche e a modernidade em Habermas

Perspectivas Revista De Ciencias Sociais, 1993

■ RESUMO: A crítica de Habermas a Nietzsche é apresentada pela demonstração do conceito de modernidade em Hegel, configurando-o, em primeiro lugar, no domínio da estética. No próprio Hegel, a filosofia coloca como necessidade a superação das fragmentações engendradas pela modernidade. Em Nietzsche, encontramos o ponto de inflexão que altera o rumo da trajetória anterior seguida pelo moderno discurso filosófico. ■ UNITERMOS: Modernidade; estética; razão; mito. Em 1968, ao posfaciar uma edição de escritos de Nietzsche sobre a teoria do conhecimento, Habermas observava que a obra de Nietzsche exercera, principalmente na Alemanha do período entre-guerras, uma especial fascinação. O Pathos da filosofia nietzschiana, nos termos do mencionado posfácio, determinara a direção espiritual e o questionamento de toda uma geração de intelectuais, compreendendo pensadores tão heterogêneos quanto Oswald Spengler, Carl Schmitt, Gottfried Benn, Ernst Jünger, Martin Heidegger e Arnold Gehlen. Após reconhecer que a obra de Nietzsche impregnara e fortalecera uma mentalidade que, de modo algum, limitava-se à chamada "direita revolucionária", conclui Habermas; "Tudo isso jaz hoje às nossas costas e se tornou quase ininteligível. Nietzsche nada mais tem de contagioso" (Habermas, 1968, p. 237). Ao retomarmos hoje, com Habermas, à obra de Nietzsche, para discutir a respeito de sua inserção no discurso filosófico da modernidade, não seria, sem dúvida, inoportuna uma retomada da questão: teria ainda a filosofia de Nietzsche conservado, de algum modo, alguma coisa de contagioso? Para o tratamento do tema-Nietzsche e a modernidade em Habermasrecorremos a três textos de Habermas que, a nosso ver, completam-se mutuamente;

Habermas e o desafio pós-moderno (ainda)

Rapsódia, 2021

Resumo Trata-se de discutir as dificuldades de compatibilizar alguns pressupostos da filosofia de Jürgen Habermas. Ela pretende escapar a uma crítica autodestrutiva da razão, ao mesmo tempo em que concede premissas de uma ontologização da arte ou, pelo menos, de uma função poética da linguagem com forte tom antificcional. Por outro lado, ela não pode, ao seguir esta via, simplesmente inverter a parte proscrita da imagem dialética, isto é, apontar de modo “superfundamentalista” o outro esquecido da razão. Isso permite perceber como sua filosofia segue exposta ao desafio colocado pelo pensamento pós- moderno. Abstract We try to discuss the difficulties to reconcile some assumptions of Jürgen Habermas’ philosophy. It intends to escape a self-destructive critique of reason, while at the same time granting premises for an ontologization of art or, at least, for a poetic function of language with a strong anti-fictional tone. On the other hand, it cannot, by following this path, simply invert the proscribed part of the dialectical image, that is, point out in a ‘superfundamentalist’ way the forgotten other of reason. This allows us to see how his philosophy remains exposed to the challenge posed by postmodern thought.

O que é metafísica? – o que é modernidade? Doze teses contra Jürgen Habermas, de Dieter Henrich

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2009

Durante o tempo em que a filosofia pôde compreender-se como um sistema doutrinal lastreado numa base segura, "metafísica" foi o nome de uma disciplina filosófica especial. É sabido, porém, que a sua pré-história é tão ambígua quanto a história de sua recepção é uma seqüência de equívocos. Originalmente, ela designava tão somente um conjunto de preleções de Aristóteles que, em suas obras completas, foram ordenadas após as preleções sobre física. "Metafísica", portanto, é apenas algo que guardou lugar para um nome de investigações que até hoje permaneceram sem título e às quais muito se associou e muito se deixa ainda associar. Já por aí se percebe como é fácil lançar em obscuras vizinhanças aquele que não apenas se debruça criticamente sobre algo que poderia estar sob esse não-título, mas a isso associa, ainda hoje, as tarefas do pensamento. Mas ao não-título estão ligadas recordações também de movimentos essenciais do entendimento, não apenas de profundidades vazias ou esforços para além e contra a corrente da história. É importante fazer justiça, pois, ao conteúdo que em nosso tempo tem de ser ligado ao não-título.

Jürgen Habermas, comunicação, espaço público e novas mídias na contemporaneidade

Frankfurt: Pensamento, atualidade e ação, 2022

This article presents Habermas' trajectory as a public intellectual, the concept of public space, its definitions and interpretations by historians. Finally it discusses the pertinent of his concept of his 1962 Thesis for interpretation of internet as a modern public space, it suggests its possibilities and, above all, its limitations.

Jürgen Habermas e a Modernidade: desdobramentos preliminares para uma filosofia da história

Este artigo visa localizar a teoria da modernidade de Jürgen Habermas. E pela tese central do autor sobre a colonização do mundo da vida formar o espaço de surgimento do problema da exigência de um moderno conteúdo normativo, e este relacionado com uma imagem do tempo como fundação a uma filosofia da história. PALAVRAS-CHAVE: modernidade; mundo da vida; sistema; Jürgen Habermas. ABSTRACT This article aims the Habermas´ theory of the modernity. And through author's central thesis about colonization of the life's world to shape the space to emergency of the requirement of a modern normative content, and this connected with a image of the time as foundation to a philosophy of history. A tese central de Habermas em seu Discurso Filosófico da Modernidade coloca sua posição no debate entre modernidade e pós-modernidade. Tal tese diz que Habermas, além de querer revitalizar e completar o projeto inacabado da modernidade pela via da razão comunicativa, como saída para um paradigma da filosofia do sujeito esgotada, ele quer mapear e atacar os discursos críticos da modernidade, que em alguns caminhos leva à pós-modernidade conservadora e irracional. Ele mostra quanto as tentativas de se afastar das produções da modernidade, como por exemplo, o potencial comunicativo do mundo da vida e a filosofia do sujeito, são fracassadas. A pós-modernidade não conseguiu se esquivar da modernidade, ela é ainda moderna.

Habermas e a reconstrução comunicativa do projeto da modernidade

Problemata, 2015

insertion of the Habermas thoughts in such matter. After, we lean over about the work Knowledge and Human Interests where Habermas rescue the idea of a knowledge emancipator interest. In order, we thematize the linguistic yaw and the pragmatic turning which establish the theoretical conditions to a elaboration of one Theory of Communicative Action, a central point of the reconstruction made by Habermas.