Negatividade e a crítica à crítica crítica. Sobre espaço tempo e modernização (original) (raw)

Os tempos da crítica

Antonio Candido, Affonso Romano de Sant’Anna, Roberto Schwarz e, talvez, Haroldo de Campos, na polêmica de "O Cortiço". Polêmica em torno de métodos de análise de romances, sendo que Sant’Anna introduz o método estruturalista e Candido discute o problema da filiação dos textos literários e a fidelidade a contextos históricos e ideológicos. Para Schwarz, Candido é o criador de um método crítico que leva vantagem sobre os estruturalista e formalista, visto que procura ligar a obra a seu tempo e espaço. Em coautoria com Nancy Lopes Yung.

Sobre o papel (histórico) da crítica

Celeuma, 2013

a crítica e as artes dossiê 15 número 1 volume 1 maio 2013 celeuma cristian borges revê a recepção do filme Viagem ao fim do mundo, de Fernando Coni Campos, a partir de comentários de Jean-Claude Bernardet No dia 22 de junho de 2011, o crítico, roteirista e professor aposentado da ECA-USP, Jean-Claude Bernardet, postou em seu blog na internet uma espécie de mea culpa em relação a um filme de 1968, Viagem ao fim do mundo, dirigido por Fernando Coni Campos.[1] No texto, Bernardet narra a forma como recentemente retomou contato com a obra e revela sua estupefação ao dar-se conta de que não havia escrito nada sobre o filme, nem na época de seu lançamento, nem depois: Hoje tenho certeza de que, quando vi o filme pela primeira vez, percebi que não havia nada semelhante no panorama cinematográfico brasileiro, que ele abria perspectivas em direção ao cinema-ensaio, à possibilidade de elaborar ensaios em filmes, que o pensamento no cinema não precisava se ater à ficção, que o pensamento no cinema podia recorrer à ficção entre outros instrumentos. Quando revi o filme neste mês de junho de 2011, fiquei petrificado: como era possível que eu não tivesse escrito sobre esse filme?

Crise e crítica: forma e modernidade

O discurso da crise, decorrente de transformações do verso e do uso da linguagem no fim do século XIX, tem como alicerce teórico o ensaio " Crise de vers " , publicado à altura por Mallarmé, e cujo teor programático acaba por fundar o que viriam a ser os paradigmas da modernidade artística – e porque não, da arte contemporânea. O objetivo do presente artigo se dá no sentido de problematizar a postura crítica convocada por esse cenário, e associar a inflexão do aspecto formal de cada obra, seja ela de imagem ou de palavra, como resultado da intricada e tensa relação entre crise e crítica.

Diagnóstico de tempo e transformação da crítica: Habermas e a origem da reconstrução

Os objetivos do artigo são explicitar a concepção original do modelo crítico reconstrutivo, por parte de Jürgen Habermas, como um esforço consequente de saída de um dilema enfrentado pelo autor a partir da imposição de um diagnóstico de tempo e demonstrar a condicionalidade deste novo modelo à correção deste diagnóstico. Em face do estágio do assim chamado capitalismo tardio, Habermas constata a impossibilidade histórica de persistir no modelo da crítica da ideologia, pois o conflito social no interior do qual tal forma de crítica poderia atuar se encontraria desativado ou imobilizado em razão da forma crescentemente tecnicizada aquirida pelas relações de interação. Diante dessa aporia, Habermas desenvolve o procedimento reconstrutivo como reflexão de segunda ordem, num passo para fora das relações sociais concretas e em direção a suas condições transcendentais de possibilidade, a fim de garantir ao menos o recurso às regras contrafáticas com base nas quais a crítica restaria, num segundo momento, assegurada.

O materialismo histórico e a crítica à modernidade

2023

some questions situated in Marx and Engels' first writings in order to clarify their critical perspective especially concerning German idealist philosophy, modern subjectivity and the notion of the modern bourgeois selfand how these conceptions were determinant defining class in Marxist thought. This article, therefore, tries to explore the so-called historical materialism in the light of such critical thinking.

Do cosmos ao chão: modernidade e pós-modernidade na crítica de Mário Pedrosa

Revista ARA, 2018

Este artigo recupera a reflexão crítica de Mário Pedrosa sobre a arte moderna em plano internacional, discutindo as estratégias de constituição de sua perspectiva acerca da arte concreta e neoconcreta em contexto brasileiro. Além disso, o texto pretende assinalar a articulação que Pedrosa estabelece entre forma artística e matéria social, comentando sua posição em relação à pop art norte-americana e seu correlato nacional após o golpe de 1964.

Cuspir para cima: sobre a crítica à modernidade e sua necessária defesa em três ensaios que se complementam

Revista Ensaio filosófico, 2023

O presente ensaio se propõe a debater modernidade, antimodernidade e as suas consequências, especialmente no caso do Brasil contemporâneo. De um lado, a modernidade se constituiu como um projeto implantado autoritariamente, com o vezo genocida, escravista e colonizador. Por outro, é graças aos avanços que, no interior da modernidade e, ipsa causa, a modernidade possibilitou que podemos hoje lutar por valores e direitos relegados em boa parte da história humana. A crítica indiscriminada contra a modernidade elaborada por pensadores como Michel Foucault, possibilitou que um setor antimoderno, anti-iluminista e até mesmo neofacista, sem as mesmas intenções que pensamos serem libertárias dos pós-estruturalistas, se sentisse empoderado para criticá-la e intentar reerguer os horrores de um mundo que todos acreditavam superados. Assim, defendemos que a modernidade seja criticada e que outro mundo é possível, mas essa crítica deve ser certeira, a fim de não oferecer munições aos negacionistas e extrema-direita.