Mais algumas ideias equivocadas sobre os indios (original) (raw)

O indianismo de Gonçalves Dias

Boletim 3 x 22, 2020

O BOLETIM 3X22, enquanto canal de comunicação do projeto 3 vezes 22, pretende difundir suas reflexões acerca da história, cultura e produção artística do Brasil, passando principalmente pelos períodos da Independência e do Modernismo para, a partir daí, pensar sobre os dias atuais e o futuro do país. As opiniões expressas nos textos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Dia do Índio na escola não indígena - uma tradição que precisa ser (des)inventada

Revista Eletrônica História em Reflexão

Este artigo tem como objetivo analisar as representações sobre os indígenas no ensino de história, tendo como foco a compreensão de qual é o lugar que eles ocupam na escola não indígena, especialmente em um dia muito específico, o 19 de Abril. Para tanto, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica metodologicamente amparada em caráter analítico e propositivo. Em um primeiro momento, discutiremos as representações e as histórias dos povos indígenas, cristalizadas no nosso imaginário, especialmente nas escolas, e ainda muito atreladas ao passado, de modo que possam ser reconhecidas como reais, atuais e complexas; em seguida, refletiremos sobre os recursos que podem ser utilizados em sala de aula, cujo caráter propositivo tem a finalidade de reinventar a forma como tem sido trabalhada a questão indígena na Educação Básica, enfatizando possibilidades para que o reconhecimento da alteridade, da diversidade, das angústias e lutas seculares e diárias pela sobrevivência física e cultural ind...

Indios maravilhosamente assombrosos na America Portuguesa do seculo XVI

Indios maravilhosamente assombrosos na America Portuguesa do seculo XVI, 2020

O propósito deste artigo é analisar descrições de diversos cronistas da América Portuguesa dos quinhentos sobre o outro indígena, mais especificamente aquelas que, referindo-se a situações de assombro e/ou perigo, mobilizaram imagens maravilhosas mais ou menos familiares em relatos de viajantes medievais. Para tanto, introduzimos mais detidamente o tema do maravilhoso no contexto colonial e discorremos sobre a historiografia disponível sobre o tema. Ao analisar as fontes, as articulamos quando necessário com o conceito de “retórica da alteridade” de François Hartog. Na conclusão, abordamos a dinâmica entre continuidades e rupturas do imaginário maravilhoso medieval, além de analisarmos a alteridade dos cronistas utilizando-nos das reflexões de Pedro Martínez García, Tzvetan Todorov e Klaas Woortmann.

Os mal-entendidos do caso de Aracaçá, Terra Indígena Yanomami

Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2024

Este artigo se propõe a retomar em detalhes a denúncia de um crime envolvendo estupro e assassinato na comunidade de Aracaçá, situada na Terra Indígena Yanomami. Buscamos reavaliar criticamente a declaração, feita pela Polícia Federal, de que a denúncia resultou apenas de um “mal-entendido” por parte dos indígenas. Indicamos, através da análise do contexto violento gerado pela invasão garimpeira e de algumas práticas e categorias yanomami, que os malentendidos não podem ser atribuídos apenas aos indígenas, mas ocorrem no mesmo processo investigativo. Nosso objetivo, portanto, é o de estimular uma reflexão que contribua para promover um diálogo mais eficaz, através de análise contextual e do controle de equivocações, tanto entre investigadores criminais e indígenas, em um âmbito específico, quanto entre o poder público e estes mesmos povos, em um âmbito mais amplo. Concluímos que, quando negligenciam uma gama de informações etnográficas e conjunturais e carecem de abertura institucional à diferença, investigações criminais em meios indígenas podem refletir mais as premissas dos investigadores que a ambicionada materialidade dos fatos de um crime. Ao final, elaboramos algumas recomendações com o intuito de ajudar a prevenir futuros mal-entendidos e, assim, garantir procedimentos investigativos mais adequados aos princípios democráticos da proteção da diversidade e do acesso à justiça, ambos inscritos na Constituição Federal.

O imaginário sobre o indígena

Museologia & Interdisciplinaridade

O artigo apresenta e discute os resultados de uma pesquisa realizada junto aos visitantes escolares do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo sobre o tema das sociedades indígenas que viveram no território brasileiro anteriormente à vinda dos colonizadores europeus. Essa pesquisa apoia-se nos princípios da aprendizagem significativa e dos conhecimentos prévios, referências fundamentais na obra de David Ausubel.

Concepções indígenas de infância no Brasil

O artigo utiliza dados recentes de pesquisas antropológicas sobre crianças indígenas para analisar aspectos recorrentes das concepções indígenas sobre infância e desenvolvimento infantil. Ao identificar e analisar cinco desses aspectos recorrentes, o artigo aborda questões que vêm sendo exploradas na etnologia sobre a sociabilidade e o pensamento das populações das Terras Baixas da América do Sul, destacando concepções relativas à educação e à responsabilidade dos adultos nos cuidados com as crianças. Verifica-se que, ao contrário da a visão adultocêntrica do pensamento ocidental, o pensamento indígena coloca as crianças como mediadoras entre categorias cosmológicas de grande rendimento e reconhece nelas potencialidades que as permitem ocupar espaços de sujeitos plenos e produtores de sociabilidade. Palavras-chave: Infância; educação; corporalidade.

Los indios de Brasil

NayA - Noticias de Antropologia e Arqueologia, 1997

Resenha do livro LOS INDIOS DE BRASIL de Roque de Barros Laraia. Madrid: Editorial MAPFRE, 1993: O livro tem uma proposta muito interessante para os dias de hoje, onde impera uma falta de identidade nacional, principalmente no que diz respeito à origem e gênese de toda a América Latina, grandiosa no passado e barbarizada no presente pelos eternos conquistadores europeus...