Fotografia e Narcisismo - o Auto-retrato Contemporâneo (Lisboa, Assírio & Alvim, 2000) (original) (raw)

Narcisismo: subjetividades contemporâneas

Resumo O presente trabalho pretende abordar o processo de construção teórica da noção de narcisismo na obra freudiana, em alguns dos principais textos, bem como verificar a relevância deste conceito para pensar alguns dos quadros clínicos mais frequentes na clínica atual, como os estados-limites, teorizados por André Green e outros autores contemporâneos. A noção de narcisismo torna-se especialmente fecunda para pensar o mal-estar na atualidade, pois os laços sociais ficam circunscritos ao campo da imagem, especialmente a imagem de si mesmo. Pretende-se, ainda, situar o narcisismo no contexto da constituição da vida psíquica e evidenciar a importância da compreensão desta noção para o enfrentamento dos desafios teóricos e técnicos da clínica atual. Abstract The present paper aims to approach the Freudian narcissism theoretical framing, in some of the main texts, as well as to verify the relevance of this concept to think about some of the most frequent clinical scenarios in the current practice, as the limit states, which were theorized by Andre Green and other contemporary authors. The narcissism notion becomes especially fecund to think about the topicality social unrest, for the social ties remain circumscribed to the image field, especially the self image. This work also intends to situate the narcissism in the psychic life constitution and to point the importance of the understanding of this notion for coping the theoretical and technical challenges of the current clinical practice.

Narcisismo: Vergonha, fúria, espelhamento e idealização 1

2007

Resumo: Revisamos os conceitos de transferência idealizadora, especular, gemelar, self, self bipolar e a sintomatologia dos transtornos narcísicos com ênfase na fúria narcísica, introspecção e empatia. Summary: We revise the concepts of idealizer transference, mirrors, gemelar, self, self bipolar and the symptomatology of the narcissistic persons with emphasis in the narcissist fury, introspection and emphatia. Descritores: Kohut, Freud, internalização transmutadora e introspecção.

FIGUEIREDO, Filipe (2000), Nacionalismo e pictorialismo na fotografia portuguesa na 1ª metade do século XX - o caso exemplar de Domingos Alvão. Dissertação de Mestrado em História da Arte. Universidade Nova de Lisboa.

Renovação no gosto fotográfico: o pictorialismo e a fotografia de arte e suas tendências A exposição de 1891 no Viena Camera Club e a procura do estatuto de arte da Fotografia (p. 20); fotografia e pintura (p. 20); J. M. Cameron (p. 21); Rejlander e H. P. Robinson (p. 21); P. H. Emerson e a fotografia naturalista (p. 21); The Linked Ring Brotherhood (p. 22); Stieglitz e a Photo-Secession (p. 22); a «Camera Work» e a «Galeria 291» (p. 22); a corrente pictorialista (p. 23); as instituições de apoio do pictorialismo (p. 23); influências simbolistas e impressionistas no pictorialismo (p. 23); duas tendências em conflito: "puristas" e "artistas" (p. 24); técnicas pictorialistas: a platina, a goma bicromatada, bromóleo, carvão (p. 24); Puristas: Davidson (p. 25), Evans (p. 26), Kuhn (p. 26), Holland Day (p. 26); «Pictorial Lens» (p. 27); Artistas: Misonne (p. 27), Marissiaux (p. 27), Puyo (p. 27), Demachy (p. 28), Maskel (p. 28); a superação das divergências estéticas (p. 28); Kasebier (p. 28); consequências do pictorialismo (p. 29); as escolas de fotografia e Clarence White (p. 29); conceito de obra de arte e a fotografia pictorialista como expressão artística (p. 29); o fim da «Camera Work» em 1917 e o termo simbólico do pictorialismo (p. 30); novas propostas estéticas da fotografia nos anos 20 (p. 30). Capítulo II A referência da situação espanhola: do pictorialismo como fotografia artística à sua utilização pelo regime franquista Discussão da Fotografia enquanto arte em Espanha (p. 31); as primeiras sociedades fotográficas em Espanha e a defesa da fotografia como arte (p. 31); Sociedade Fotográfica de Madrid (p. 31); António Cánovas e «La Fotografia» (p. 31); outras publicações (p. 32); o relatório anual para a «Photograms of the Year» (p. 32); relações com o pictorialismo internacional (p. 32); influências simbolistas e prérafaelitas (p. 32); P. Casas Abarca (p. 32); tipos regionais e cenas rurais como objecto da fotografia pictorialista (p. 32); 2ª fase do pictorialismo espanhol nos anos 20 (p. 33); desenvolvimento de associações (p. 33); as técnicas privilegiadas (p. 33); o ideal nacionalista e a procura de uma Espanha esquecida (p. 33); a fotografia pictorialista e a reinvenção da Espanha (p. 33); J. O. Echague (p. 34); Conde la Ventosa; J. Pla Janini; Claudi Carbonel; o tardo-pictorialismo ao serviço de Franco (p. 34); II PARTE Capítulo I O meio fotográfico à luz das revistas da especialidade Importância das revistas de fotografia (p. 38); composição do Boletim do Photo Velo Club (p. 38); processos artísticos e análise de artigos técnicos e suas implicações (p. 39); exposição de amadores fotográficos de 1899 (p. 42); fotografia e arte (p. 42); colaboradores e composição da Sombra e Luz (p. 43); análise de artigos da revista (p. 45); direcção, colaboradores e composição do Boletim Photographico (p. 46); críticas à exposição de amadores fotográficos de 1899 (p. 49); análise de artigos diversos (p. 50); direcção, colaboradores e composição do Echo Photographico (p. 51); processos artísticos (p. 53); concursos do Echo Photographico (p. 56); direcção, colaboradores e composição da Photo Revista (p. 58); direcção, colaboradores e composição da Iris (p. 59); direcção, colaboradores e composição da Arte Photographica (p. 61); a questão da continuidade do Echo Photographico (p. 61); os processos artísticos (p. 63); fotografia e arte (p. 64); uma rubrica de Cinematografia na Arte Photographica (p. 67); cursos de fotografia (p. 68); os concursos da Arte Photographica (p. 69); direcção, colaboradores e composição do Mundo Photographico (p. 72); direcção, colaboradores e composição da Revista Portuguesa de Fotografia (p. 73); direcção, colaboradores e composição da Foto Revista (p. 74); apologia da nova estética do flagrante (p. 76); direcção, colaboradores e composição da Objectiva (p. 80); o Concurso e Exposição de Estudo e Prática (p. 84); discussão estética entre flagrante e flou e entre clássico e moderno (p. 83); Capítulo II Enquadramento institucional e cultural da produção fotográfica Associações de fotografia (p. 96); a Sociedade Portuguesa de Fotografia e a sua génese (p. 97); representação na Exposição Internacional de Fotografia de Dresden em 1909 (p. 99); a Exposição de Fotografia Artística de 1910 (p. 100); Afonso Lopes Vieira na Ilustração Portuguesa (p. 100); «Pictorial Photography in Portugal» do Visconde de Sacavém (p. 103); curso de fotografia da S.P.F. (p. 103); Exposição de Fotografia das Cores em 1913 (p. 103); Exposição de Visconde de Santarém e de Pedro Lima em 1914 (p. 104); Exposição de Bromóleos de B. dos Santos Leitão em 1915 (p. 104); a Exposição de Fotografias Artísticas Japonesas em 1916 (p. 105); O Grémio Português de Fotografia e a sua génese (p. 106); actividades do G.P.F. (p. 107); Celebrações do Centenário da Fotografia (p. 108); críticas à actividade do G.P.F. (p. 109); Salões Nacionais e Internacionais de Fotografia (p. 111); a Sociedade Propaganda de Portugal e a sua génese (p. 113); objectivos e caracterização da S.P.P. (p. 114); a missão do Turismo (p. 115); a S.P.P. e a fotografia portuguesa (p. 117); edições ilustradas da S.P.P. (p. 119); O S.P.N. e a sua caracterização (p. 124); a questão do nacionalismo na actuação do S.P.N. e a sua relação com a fotografia (p. 126); edições ilustradas do S.P.N. (p. 127); o S.P.N. como promotor do turismo e da propaganda do país (p. 128); fotografia pictorialista e as necessidades do regime (p. 129); conjuntura cultural da primeira metade do século em Portugal (p. 130); manifestações do sentimento nacionalista nas várias actividades culturais (p. 130); excepções ao sentimento romântico de Pascoais (p. 131); o objectivo comum de reaportuguesar Portugal congregador das várias facções (p. 133); o pictorialismo como resposta ao sentimento nacionalista (p. 133); o tradicionalismo nas artes plásticas (p. 134); fotografia de arte e foto-reportagem (p. 134); causas da viragem do gosto em fotografia (p. 134); a democratização da fotografia (p. 134); os concursos de fotografia (p. 135); casos esporádicos de propostas formais de vanguarda na fotografia artística (p. 135); III PARTE Capítulo I Os primeiros trabalhos: Domingos Alvão e a definição de um estilo Apresentação e identificação das características gerais da fotografia artística de Alvão (p. 139); dados biográficos de Domingos Alvão e relações familiares (p. 140); relações de amizade de Alvão: Carlos dos Passos, A. Lacerda, Pascoais, T. Coelho, A. C. Oliveira, Veloso Salgado, Afonso Lopes Vieira, A. Carneiro (p. 143); afinidades de Alvão com os movimentos «Águia» e «Renascença Portuguesa» (p. 144); a formação de Alvão: a Fotografia Biel, a estadia em Madrid, a colaboração com Leopoldo Cirne no Photo Velo Club (p. 144); caracterização do Photo Velo Club (p. 145); a fundação da Fotografia Alvão em 1902 (p. 148); uma primeira exposição em 1903 (p. 148); as instalações da Fotografia Alvão: localização e especificidades (p. 149); os colaboradores da Fotografia Alvão (p. 150); a importância de Álvaro Cardoso de Azevedo (p. 152); os problemas de autoria dos trabalhos saídos da Fotografia Alvão: critérios de atribuição (p. 154); a visibilidade das fotografias artísticas de Alvão através publicações periódicas (p. 156); as fotografias artísticas de Alvão na Ilustração Portuguesa (p. 156); participação de Alvão na Exposição Internacional de Fotografia Artística de Turim em 1907 (p. 158); Fotografias de Alvão na Exposição Nacional de Artes Gráficas de 1913 em Lisboa (p. 160); exposição no salão da Misericórdia, no Porto, e da Ilustração Portuguesa, em Lisboa (p. 161); participação na exposição de artes gráficas de Leipzig, em 1914 (p. 164); participação na exposição Internacional do Panamá Pacífico em 1915 (p. 164); a Exposição Nacional de Photographias da Arte Photographica, em 1916 (p. 165); presença de Alvão no Júri da exposição do Palácio de Cristal de 1917 (p. 166); a exposição internacional do Centenário da Independência no Rio de Janeiro em 1922-3 (p. 166); as colecções de postais de fotografias artísticas de Alvão (p. 167); exploração das características definidoras da fotografia e da sua utilização por parte de Alvão (p. 169); a fotografia construída em Alvão e os mecanismos para a sua transformação: a pose (p. 173) e o retoque (p. 174); reconhecimento de um estilo próprio no trabalho de Alvão intimamente ligado à fotografia pictorialista (p. 175); Capítulo II Desenvolvimento e reutilizações da fotografia artística de Alvão: dos trabalhos iniciais à consagração de um estilo Classificação de "fotografia artística" no trabalho de Alvão depois dos anos 20 (p. 185); participação de Alvão na Exposição de Fotografia dos Armazéns Grandela em 1925 (p. 185); as fotografias de Alvão na revista Portugal em 1927 (p. 185); a exposição Ibero Americana em Sevilha em 1929 (p. 185); as fotografias de Alvão na revista Gazeta das Aldeias de 1929 a 1974: a diversidade de temas e lugares registados (p. 186); as colorações nas fotografias publicadas (p. 187); esclarecimento das questões de autoria dos trabalhos posteriores a 1937 (p. 187), outros fotógrafos colaboradores (p. 187) análise de imagens (p. 188); a revista Latina e as fotografias de Alvão (p. 192); a colaboração de Alvão na revista Renascença e análise das fotografias (p. 193); a revista Stella: a ilustração de artigos com fotografias de Alvão e análise de outras imagens (p. 194); as fotografias de Alvão na publicação Norte de Portugal (p. 197); o Álbum de Portugal-Turismo de 1930 (p. 197); a vasta colaboração com a Revista Turismo: reconhecimento do valor de Alvão e Azevedo pelos seus directores e análise de imagens (p. 197); as fotografias de Alvão na revista Viagem (p. 200); a ilustração de artigos na revista Vida Doméstica com fotografias de Alvão (p. 201); fotografias dispersas em O Volante e Hotéis e Pensões de Portugal (p. 202); fotografia de monumentos e arquitectura com características da fotografia artística: aspectos formais e significado de...

Para o estudo da «crise» do retrato nos anos 60 em Portugal

2004

"Este estudo indaga sobre o tratamento heterodoxo da retratística na contemporaneidade. Estudámos um exemplo português filiado em cada um dos principais eixos de pesquisa que mais instabilizaram a imagem do Outro em pintura nos anos 60 do século XX: o vestígio do corpo (Lourdes Castro), a autonomia do significante neo-figurativo (Costa Pinheiro) e o distanciamento des-psicolizante da pop art (Nikias Skapinakis). Pretende-se caracterizar uma "crise" (ou descontinuidade) que tem uma amplitude mais lata, por não dizer respeito apenas ao "retrato", mas à falência de todo um paradigma de longa duração (Humanismo Clássico) com o qual aquele "dispositivo" fazia sistema. Alega-se que esta "crise" polariza-se nos Anos 60, mediante a estruturação de todo um novo campo de saberes, teorias ou conhecimentos que afecta noções como as de Sujeito, Representação, Arte ou Género. Para tal falha epistémica concorre um conjunto de mutações estruturantes: o anti-subjectivismo que a "morte do homem" estruturalista transporta; a "crise da representação" afecta a uma apetência pelo real; a "inactualidade" da manufactura que motiva uma proximidade da pintura a meios de reprodutibilidade técnica; o efeito da arbitrariedade radical do signo quando o significante pictórico se liberta do lastro do referente; e a disrupção dos géneros artísticos. Pois os Anos 60 corporalizam o momento em que, de modo programático, se põe em causa a prática e a teoria das estruturas binárias, da outreidade e dos modelos racionais da diferença, acentuando as zonas fronteiriças mistas. A Teoria do Género teria que inevitavelmente sofrer com a fragmentação de posições, a celebração do hibridismo e da heterogeneidade. Como alternativa à dissolução do género, corrompido na sua "lei", desponta um retrato expansivo e permeável, que se firma em permanente extravasamento. Estatuto que não o nega, antes o desloca ante as suas estipulações históricas."

Confluências entre poesia e fotografia em “Auto-retrato”, de Laís Corrêa de Araújo

Research, Society and Development, 2020

Este estudo, de natureza essencialmente qualitativa, tem a pretensão de provocar reflexões sobre as confluências existentes entre o fazer poético e o fazer fotográfico. Para tanto, toma como base um texto da escritora moderna Laís Corrêa de Araújo, qual seja o poema “Auto-retrato”, extremamente significativo para se pensar as relações entre essas duas modalidades sígnicas - fotografia e poesia, como complexos instrumentos de imobilização do instante, que problematizam a complexa tensão temporal que envolve passado e presente, bem como a questão da percepção, representação, reflexo e refração do real. Nesse sentido, imagem fotográfica e palavra poética se amalgamam como duas formas de representação que se fundem e se transfiguram em palavra fotográfica e imagem poética, de modo a possibilitar o vislumbre do “comportamento” da imagem perante uma perspectiva subjetiva, construída e, portanto, manipulável, quer na escrita verbal, quer na escrita de luz.

Do Autorretrato ao Selfie: uma breve história da fotografia de si mesmo

Revista Tuiuti: Ciência e Cultura, 2014

Sendo uma das práticas fotográficas que, nascida em outras artes visuais, foi adotada com grande zelo na fotografia, o autorretrato oferece ao fotógrafo uma oportunidade de descoberta de si mesmo, bem como de composição da imagem que os outros têm da sua personalidade. Este artigo visa, inicialmente, gerar uma pequena arqueologia da prática do autorretrato, abordando imagens produzidas por fotógrafos consagrados como Nadar, Robert Mapplethorpe e Cindy Sherman para, posteriormente, discutir o status do autorretrato na contemporaneidade, a partir do conceito de selfie e de algumas características desse tipo de fotografia. [EN] Being a practice born in other visual arts, but adopted by photography with zeal, self-portraiture offers the photographer an opportunity of self discovery, as well as of composing the image others will have of his personality. This article aims, initially, to generate a short archaeology of the practice of self-portraiture by looking at the works of renowned photographers such as Nadar, Robert Mapplethorpe and Cindy Sherman to, afterwards, discuss the status of self portrait in contemporaneity, through the concept of “selfie” and a few characteristics of such imagery.