NÓS-OS-CHEFS: SOBRE UM MOLHO MEFÍTICO E O COMPARTILHAMENTO DE MEMÓRIAS OLFATIVAS (original) (raw)

BELL HOOKS E A DIALÉTICA DA MEMÓRIA E DA IDENTIDADE

Anais do IV Seminário Nacional de Ensino de Línguas e de Literatura, 2018

Resumo: Este trabalho busca entender como a memória se põe como um meio construtor de identidade a partir das noções de lugar e de pertencimento. Para tanto, tomamos como objeto de estudo a produção literária e ensaística da escritora afro-americana bell hooks 1 , destacando seu livro de memórias, Bone Black: memories of girlhood (1996), e alguns de seus ensaios reunidos na coletânea Belonging: a culture of place (2009). A partir do corpus eleito, iremos analisar como o resgate das memórias da infância, sobretudo as atreladas ao seu lugar de origem, Kentucky, se organizam no processo de construção da sua identidade. A fim de dar embasamento teórico ao estudo proposto, recorremos aos Estudos Culturais para definirmos o conceito de identidade, com apoio nos postulados de Kathryn Woodward e Tomaz Tadeu da Silva. Sobre memória, buscamos as teorias de Maurice Halbwachs, principalmente no que se refere às relações entre memória e lugar; também, nos valemos da ideia de dialética da memória e da identidade, proposta por Jöel Candau. Após a leitura dos textos de hooks, à luz das teorias elencadas, observamos que o resgate da memória é o que torna possível o desenvolvimento de um senso de pertencimento em relação ao seu lugar de origem efetivando, dessa forma, o processo de construção de identidade. Palavras-chave: Memória. Identidade. Literatura Afro-Americana. Introdução Este artigo é proposto a partir do desejo de articular os conceitos de memória e identidade à escrita de bell hooks. Então, colocamos em diálogo essas concepções a partir dos Estudos Culturais e, em seguida, observamos a forma como esses perpassam pela teoria crítica e pela práxis ficcional da autora. Dessa forma, a fim de traçarmos propostas comparatistas entre o fazer literário e a teoria crítica de hooks, elegemos como corpus de análise seu livro de memórias, Bone Black: memories of girlhood (1996), e ensaios reunidos na coletânea Belonging: a culture of place (2009). Em relação ao quadro conceitual, recorremos aos postulados de Kathryn Woodward e Tomaz Tadeu da Silva para definirmos identidade; as considerações sobre memória serão buscadas em Maurice Halbwachs; e, por fim, os imbricamentos entre memória e identidade serão pensados a partir das ideias de JöelCandau. Com base nas articulações teóricas citadas, pretendemos construir um quadro conceitual a fim de analisar os textos e, então, entender como a identidade é constituída a partir das memórias, sobretudo as da infância e as relacionadas ao lugar. E, ainda, como que esses elementos contribuem para o desenvolvimento de um senso de pertencimento. 1 Grafar o nome em letras minúsculas é uma opção política da autora, como forma de subverter a língua, e chamar atenção para suas ligações com o poder patriarcal e processos excludentes, como o sexismo e o racismo.

A NARRATIVA DA MEMÓRIA EM HISTÓRIAS QUE CONTAMOS

Polley evidencia a natureza aberta do trabalho que nos propõe. A montagem mostra a chegada de seu pai, Michael, ao estúdio onde irá gravar, sob a direção de Polley, o áudio em que narra sua própria crônica dos eventos familiares que conduzem o filme. A sequência também nos mostra a preparação para gravar as entrevistas com os irmãos da diretora. Ficam registradas as dúvidas do pai quanto aos métodos de direção da filha, bem como o nervosismo bem-humorado dos irmãos que se encontram na inusitada situação de serem objetos da investigação da caçula da família.

NARRATIVAS À FLOR DA PELE: A (RE-/ CO-) CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DOS AFETOS EM EXPERIÊNCIAS EMOCIONAIS NARRATIVIZADAS

O objetivo do presente trabalho é alumiar o processo de construção discursiva das emoções na prática narrativa. Para tanto, me apoio no conceito de Perezhivanie (VYGOTSKY, 1994) em articulação com a reflexão sociolinguística acerca das narrativas (LABOV, 1972) e sua dinâmica avaliativa inerente. Nesse sentido, duas narrativas geradas no contexto interacional de uma entrevista semiestruturada são analisadas sob a baliza heurística desse edifício teórico dialógico. Este estudo se insere no paradigma de pesquisa qualitativo de cunho etnográfico. As análises sugerem que os expedientes avaliativos instanciados nas narrativas iluminadas representam o terreno sobre o qual o processo de construção discursiva das emoções se materializa.

ARQUIVOS DA MEMÓRIA – OU SEU DIÁRIO EM BOAS MÃOS

ALEA: Estudos Neolatinos - PPGLEN, UFRJ, 2016

Resumo O presente artigo visa a apresentar como os arquivos de autobiografia contemporâ-nea surgem e como podem ajudar no estudo da memória e do esquecimento, maté-ria-prima dos escritos do eu. O gênero autobiográfico que ganha força com publica-ções como As Confissões de Jean-Jacques Rousseau mostra-se cada vez mais atual. A luta contra o esquecimento, o desejo de fazer ouvir sua própria voz, de registrar sua existência, deixando para a posteridade um testemunho do que foi sua vida, nunca foi tão atual como nesse início de século XXI, em que diariamente há pessoas parti-lhando com conhecidos e desconhecidos sua vida pessoal. Blogs, Facebook, páginas profissionais repletas de fotos e testemunhos se multiplicam na web. Certamente, são muitos os que fazem dessas redes sociais uma válvula de escape de sua realidade e acabam criando personalidades e vidas que pouco têm a ver com o que realmente estão vivendo. As fotos são com boa resolução e tiradas em locais "fotogênicos", por vezes retrabalhadas no Photoshop. Mas, em meio a todo esse afã de publicações ime-diatas, ainda existem associações que se preocupam com a autobiografia contemporâ-nea escrita nos moldes tradicionais. No presente artigo, voltamo-nos para uma aná-lise da APA francesa, para mostrar o lugar que ocupam os escritos autobiográficos em suporte papel na era das mídias digitais. Palavras-chave: arquivos autobiográficos; memória; autobiografia não literária. Résumé Cet article a comme but de présenter comment les archives de l'autobiographie contemporaine surgissent et comment il peuvent aider l'étude de la mémoire et de l'oubli, matière-première des écritures du moi. Le genre autobiographique qui devient plus fort avec la publication des Confessions de Jean-Jacques Rousseau se montre très actuel. La lutte contre l'ou-bli, le désir de faire entendre sa propre voix, d'enregistrer son existence, laissant à la postérité un témoignage de ce qu'a été sa vie, ceci n'a jamais été aussi actuel Abstract This article aims to present how the archives of modern autobiography begin and how they can help the studies of memory and forgetfulness, the raw material for the writings about the self. The autobiographical gender becomes stronger after Jean-Jacques Rousseau's Confessions and is now more and more common.

ENTRE AS MEMÓRIAS E AS NARRATIVAS NAS TROADES DE SÊNECA

VII Semana da Licenciatura em História IFG, 2018

As tragédias de Sêneca são denominadas peças de leitura. O teatro é representado como um texto literário. Estas são escritas para a leitura e para a declamação do que uma representação propriamente dita, como supõe alguns especialistas. São inspiradas nos modelos gregos e em Eurípedes. Entretanto suas peças apresentam traços distintivos, pois para o autor a influência dos deuses deve ser moderada. Escrita por volta de 61 d.C em 1179 versos, os personagens são Hécuba, Taltíbio, Pirro, Agamêmnon, Calcante, Andrômaca, um ancião e o coro das troianas. Nosso objetivo é analisar o conceito de memórias e narrativas presentes nesta obra e como isto refletiu nos aspectos políticos da sociedade romana.

A EXPERIÊNCIA DA PESQUISA “MEMÓRIAS OLÍMPICAS POR ATLETAS OLÍMPICOS BRASILEIROS”

Considerando que a razão de ser dos Jogos Olímpicos são seus protagonistas, a saber, os atletas, buscar a trajetória dessas carreiras é o ideal da preservação da memória do esporte olímpico. O presente trabalho apresenta a pesquisa “Memórias olímpicas por atletas olímpicos brasileiros” onde é relatado as origens e o desenvolvimento de um método que se propõe registrar a memória dos protagonistas e encadear essas histórias individuais em núcleos de histórias coletivas. Palavras-chave: olimpismo; estudos olímpicos; narrativas biográficas; história do esporte.

Os Palhaços Itinerantes e a Memória Corporal

2012

Esta comunicacao e parte do resultado de uma pesquisa que trata da Memoria Corporal evidenciada na atuacao dos palhacos de quatro circos itinerantes, a partir de um estudo que registrou a itinerância de Joao Francisco Silva, o palhaco Cadilac, e sua troupe. Para a realizacao desta pesquisa utilizou-se dados de sete entrevistas com dois filhos, quatro netos e a viuva de Joao Francisco Silva, o palhaco Cadilac. Foram feitos cruzamentos das entrevistas com outras fontes teoricas, alem da analise das palhacadas encenadas pelos netos do palhaco em questao. A partir do levantamento destas informacoes foi possivel identificar a forma de atuacao nos pequenos circos dos palhacos que descendem de Joao Silva. O resultado da analise de todo o material obtido evidenciou que a oralidade ainda e a forma de transmissao mais utilizada por estes palhacos. Neste estudo e identificado como Memoria Corporal o conjunto de tecnicas estabelecidas por cada palhaco, em cada encenacao na construcao de um pers...

Névoa: fragmentos de tempo e memória

2017

Primeiramente a Deus pela oportunidade e pela vida. Agradeço aos meus amados pais, Aldeni e Paulo por todo amor e paciência durante todo este percurso. Especialmente à minha amada irmã Greici por todo seu amor, mesmo que morando distante, e aos meus maravilhosos sobrinhos: Victhor, Murilo e Higor, que também mesmo de longe contribuem muito depositando todo seu carinho sobre mim, e que continuam me dando muita força nas minhas realizações, torcendo por mim e vibrando a cada conquista. Sou grata ao Curso de Artes Visuais-Bacharelado e Licenciatura da UNESC e aos mestres que fizeram parte da minha caminhada durante os quatro anos de curso, obrigada pela sua sabedoria e generosidade. De modo especial agradeço ao Coordenador Prof. Marcelo Feldhaus, pelo seu exemplo, sua generosidade, e por todo o apoio ao longo deste percurso. Sou grata também pelos amigos incríveis que fiz ao longo desta etapa que certamente irei levar para a vida toda, meus amigos mais próximos Tiago Fernandes, muito obrigada por todo o carinho e rebolação no c.a ao longo desses quatro anos de curso, agradeço também ao Juliano Bueno, pela amizade, pela companhia e pelas longas conversas que sempre acabavam com um "vai dar tudo certo". Agradeço também à minha grande amiga-comadre Rafaela Ribeiro Pereira que esteve sempre presente me ajudando nas minhas maiores dificuldades. Carregarei e lembrarei sempre com imenso carinho e alegria de todas as nossas divertidas experiências e vivências. À minha orientadora Leticia pela paciência e pelas diversas oportunidades e experiências vividas e compartilhadas neste período de tempo. Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para que esse dia chegasse, estou aqui pronta para mais desafios, experiências e vivências. Grande abraço. A memória é o santuário interno de cada um.

MEMÓRIAS: PRODUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS

Memória é não raro associada à faculdade de reter informações. Buscando contrapor concepções reducionistas de memória, o projeto Porto Alegre e nossas memórias: produzindo e socializando conhecimentos foi desenvolvido em uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos). Com o suporte de conceitos teóricos, que permeiam a relação entre memória e aprendizagem e que ressaltam a relevância da leitura e da escrita, relatamos pontos altos do projeto e alguns dos resultados obtidos. Considerando a memória como produtora e socializadora de conhecimentos e tendo nossa cidade como fonte inspiradora, foram realizadas atividades que resultaram em aprendizagens significativas e que deslocaram o sentimento de incapacidade, resultante da associação estrita da memória à capacidade de decorar, para o de realização, de (re)criação. Palavras-chave: Memória. Aprendizagem. Leitura. Escrita.