ARISTÓTELES E GALILEU: CRISE DE PARADIGMA E A CIÊNCIA MODERNA (original) (raw)
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CIÊNCIA MODERNA E A MUDANÇA PARADIGMÁTICA: UM DIÁLOGO
Resumo: Trata-se de um estudo voltado criticamente à ciência moderna e à sua teoria, por tentar reduzir a realidade ao que existe, não cumprimento de algumas de suas principais promessas, insuficiências estruturais e limites do paradigma. Com grandes promessas de progresso, de futuro melhor e de certezas, ignorou-se a tradição, distanciando-se do passado. Ao demarcar espaço como conhecimento institucionalizado, vendeu a ilusão de infalibilidade e linearidade. Objetivamos então, dialogar e refletir sobre outras possibilidades que não promovam através de seus métodos, a disjunção, redução e abstração do sujeito e do objeto. Neste sentido, alguns autores destacam-se por contribuir com esta discussão: Morin (1982, 1992) e Boaventura de Sousa Santos (2000, 2002), alertam para a complexidade do ser/saber e mudança paradigmática. O caos em que vivemos nos convida a um conhecimento prudente para uma vida decente, que sobreponha emancipação à regulação-um conhecimento pós-moderno solidário. É um desafio a produção do conhecimento dentro deste contexto. Principalmente quando falamos em educação, voltada ao diálogo com a natureza. A reforma do pensar, a valorização da subjetividade, tomada de consciência da complexidade da natureza e a busca constante da unidade dos contrários em nossa cultura, faz-se não só necessária, mas urgente, como princípio unificador do saber e do conhecimento, em torno do ser humano, valorizando-o. Palavras-chave: Ciência Moderna. Mudança Paradigmática. " Há mais coisas no mundo que em toda nossa filosofia ". Shakespeare A crítica à modernidade e à sua teoria deve-se à tentativa de redução da realidade ao que existe e devido ao não cumprimento de algumas de suas principais promessas (dominação
ARISTÓTELES E A QUESTÃO DA DYNAMIS -DESDE A ÓTICA DE MARTIN HEIDEGGER
Resumo Talvez uma das questões mais obscuras legada à história do pensamento seja a questão da dynamis enquanto tal. Na Física e na Metafísica, Aristóteles parece querer dar a conhecer a imbricação interna que ocorre entre o conceito ontológico e o conceito ôntico de dynamis, e isto para tentar compreender a que concerne o movimento em essência. Para orientar o curso desta tarefa de reconhecimento da proposta de Aristóteles, elegemos como orientadora do nosso estudo preliminar a perspectiva que o pensador Martin Heidegger propõe acerca do que, para o filósofo contemporâneo, ainda hoje permanece inaudito. Heidegger ensina que o essencial do que para os gregos significava o movimento só é compreendido quando observamos que em uma mudança, algo que até então não era, passa a serdonde surge a fundamental questão de saber acerca das condições de possibilidades do não-ente vir-a-ser. Para o grego, o movimento enquanto uma forma do Ser tem este caráter do "emergir à presença".
TEXTO PUBLICADO NA REVISTA CALÍPOE COMO LER A TEORIA DA TRAGÉDIA DE ARISTÓTELES: A
Em artigo datado de 2008, Jennifer Wise discute algumas das muitas conseqüências de leituras e interpretações da Poética de Aristóteles para o entendimento da tragédia. Cuidadosamente, e apoiada em teóricos expressivos, 1 a pesquisadora hipotetiza, argumenta e demonstra que a tragédia do séc. V a.C. era um gênero dramático composto em quatro módulos ou partes, constituídos por três tragédias e um drama satírico e encenado em um ritual cívico-religioso, voltado para a comunidade ateniense de modo a levar os espectadores, no decurso da encenação, para uma abertura ao júbilo, um regozijo pleno. O título do trabalho de Wise é Tragedy as 'An Augury of a Happy Life'; a expressão em aspas simples é tomada de um manuscrito 2 (Vita) que relata uma biografia de Ésquilo e que informa que o tragediógrafo teria ofertado a Hierão de Siracusa uma tragédia como augúrio para uma vida feliz. Com argumentos variados (entre eles o trecho retirado do Vita citado acima, o qual indica a tragédia como uma forma poética auspiciosa e relata a punição de Frínico por ter provocado comoção exagerada em seu auditório), Wise conclui que a expectativa dos atenienses do séc. V a.C. para os espetáculos trágicos não se limitava ao sofrer e ao ekplêxis/aterrorizar-se de forma indiscriminada sobre a própria desgraça (WISE, 2008: p. 393-4). Esperava-se chorar sobre o drama individual de outrem -à parte isso, monarcas e tiranos não tinham lugar num regime igualitário, baseado na democracia (WISE, 2008: p. 386) e sua destruição visava ao triunfo da cidade democrática. Esperava-se, portanto, a salvação de toda uma comunidade como um todo. e não de um protagonista em particular. A idéia de uma tragédia com final feliz não é compatível com o entendimento contemporâneo do que vem a ser o protótipo de um gênero de um gênero que conhecemos. Mas o que nos levou, segundo Wise, a uma tal mudança de compreensão, 1
O ESGRIMISTA DA MODERNIDADE: BAUDELAIRE E A POÉTICA DO CHOQUE
Revista de Letras Norte@mentos , 2018
A partir da importância do conceito psicanalítico de " trauma " para a cultura desde o início do século XX, este artigo busca compreender como esse conceito aparece na obra de Baudelaire, obra fundamental para a compreensão da modernidade que, segundo Walter Benjamin, estaria marcada pela " vivência do choque ". Neste sentido, Benjamim pensa a poesia de Baudelaire como uma poesia que teria incorporado na sua própria estrutura a noção de choque. Ao passar pela relação ambígua do poeta com a multidão, Benjamin nos sugere uma relação ambígua de Baudelaire com a própria modernidade, deslocando a sua poesia dos lugares tradicionais.
INDIVÍDUO, ORGANISMO E DOENÇA: A ATUALIDADE DE "O NORMAL E O PATOLÓGICO" DE GEORGES CANGUILHEM
O artigo propõe-se a examinar criticamente a tese de medicina de Georges Canguilhem, Essais sur quelques problèmes concernant le normal et le pathologique, publicada pela primeira vez em 1943, enfatizando o papel desempenhado pela totalidade orgânica individual como o ponto de vista privilegiado para a definição da fronteira entre o normal e o patológico, percorrendo as direções internas de sua argumentação, e destacando a sua relevância e atualidade para os debates contemporâneos em clínica, terapêutica e nas ciências da vida.
AGRESTE: O PARADIGMA DA FORMA HÍBRIDA
Com base no conceito de 'narraturgia' de José Sanchis Sinisterra e escritos de Michel Issacharof, uma abordagem da peça de Newton Moreno a partir das relações entre os gêneros narrativo e dramático. Longe de pertencer ao teatro-narrativo ou de ser simples narração do drama, Agreste conjuga uma mistura de gêneros, coloca a narração no cerne do diálogo e consegue renovar o estatuto do personagem, o do ator e o lugar do espectador.
ARISTÓTELES E OS DIREITOS HUMANOS
TRILHAS FILOSÓFICAS. Uma guia para estudantes, 2022
O ensaio procura responder à pergunta: O que o pensamento ético-político de Aristóteles teria a ver com os direitos humanos?