ARISTÓTELES E A QUESTÃO DA DYNAMIS -DESDE A ÓTICA DE MARTIN HEIDEGGER (original) (raw)
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A APROPRIAÇÃO DE ARISTÓTELES POR JOHN DEWEY 1
RESUMO Este artigo analisa as relações entre as filosofias de John Dewey e Aristóteles, tomando como objeto de estudo o livro Logic: the theory of inquiry. Nesse livro, publicado em 1938, Dewey conclui suas reflexões sobre a teoria lógica apresentadas principalmente em Como pensamos, obra que mostra a relevância desse tema para a educação. A primeira parte do artigo é composta por um breve histórico da lógica, desde Aristóteles até o início do século XX; as duas partes seguintes apresentam o argumento do autor acerca da lógica aristotélica; a quarta parte expõe a teoria proposta por Dewey e as duas últimas seções analisam como Dewey vê Aristóteles, considerando a via interpretativa oriunda da escolástica e o movimento contemporâneo de revisão das ideias aristotélicas. No intuito de oferecer contribuições para futuros estudos, o trabalho também discute a apropriação de Aristóteles por Dewey e sugere algumas hipóteses sobre esse tema.
CARÁTER, AÇÃO E DISCURSO NA POÉTICA DE ARISTÓTELES
2020
Uma das grandes questões que a Poética levanta é: como produzir o caráter em poesia? A produção do caráter não é a simples manifestação de algumas qualidades da personagem. Mas é o modo pelo qual se percebe que uma personagem possui tal ou qual qualidade. A técnica de produção é diferente do produto. As ferramentas são variadas e nem todas estão no corpo da obra. Todavia, a reflexão de Aristóteles demonstra que mais importante do que criar uma personagem, é demonstrar como isso é possível. Ainda que o foco da argumentação aristotélica não fosse a produção de caracteres, ele explicita como é possível a sua produção. Para o filósofo, a manifestação do caráter dá-se através de duas categorias principais: a ação e o discurso.
A NOÇÃO DE ANGÚSTIA NO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER
Revista Lumen, 2021
O presente artigo tem por objetivo elucidar o fenômeno da angústia dentro do pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) sob a perspectiva da investigação fenomenológica existencial. A angústia se manifesta como um dos modos de ser do Dasein. Ser que não está pronto no mundo, ao contrário, está continuamente a procura do vir a realizar-se. O ser-no-mundo possibilita as diferentes existências de ser do Dasein (ser junto às coisas, ser com os outros e ser em função de si mesmo). Logo, a angústia, como um dos modos de ser, alerta o Dasein de sua finitude e incompletude, impulsionando-o para o caminho da autenticidade.
INCONΦIDENTIA: Revista Eletrônica de Filosofia Mariana-MG, Volume 3, Número 5, janeiro-junho de 2019. Faculdade Dom Luciano Mendes , 2019
Heidegger traz consigo, em todo seu caminho filosófico, como marca indelével, a apropriação que faz de Aristóteles. Isso se evidencia em pelo menos dois aspectos. Em primeiro lugar, no fato de que ele jamais abandona as intuições fundamentais de Ser e tempo, profundamente centradas no projeto de desconstrução fenomenológica a partir da leitura de Aristóteles, autor que compõe o essencial do “laboratório de Heidegger”. Em segundo lugar, no sentido do “passo atrás” (Schritt zurück) realizado por Heidegger, em algum momento do ano de 1927, em que as concepções especialmente do Estagirita, brilhante síntese da filosofia grega, são assumidas como inaugurais da “história do ser”: Aristóteles é o lugar primordial do “passo atrás” heideggeriano, do “salto” para a origem mais originária, da superação (Überwindung) da metafísica. O presente texto pretende resgatar esses dois aspectos dos encontros de Heidegger com Aristóteles, seguindo a perspectiva segundo a qual, mesmo depois de passar a flertar mais com Nietzsche ou Hölderlin e os pré-socráticos, as intuições aristotélicas jamais se ausentam dos caminhos heideggerianos.
SOBRE O LIVRO V DO ÉTICA A NICÔMACO DE ARISTÓTELES
RESUMO: O objetivo do presente trabalho é esclarecer o conceito de justiça em Aristóteles, no livro Ética a Nicômaco. Buscou-se esclarecer as duas formas de justiça de forma geral e as três formas da justiça especial. Cada exemplo foi detalhado e exemplificado para que os conceitos expostos pelo filósofo se tornassem mais acessíveis. Além disto foram abordados os conceitos de meio-termo, dialética aristótelica aplicada ao conceito de justiça, bem como as formas de proporção que viabilizam a aplicação da justiça. ABSTRACT: This review aims to clarify the Concept of Justice in Aristotle. According him there are two forms of General Justice and three special forms of Justice. Examples were detailed and exposed to show Aristotle in a more didactic fashion. Besides were approached the concepts of middle-term, dialectics, applied to the Concept of Justice with the forms of proportionality that enable enforcement of Justice.
ARISTÓTELES E GALILEU: CRISE DE PARADIGMA E A CIÊNCIA MODERNA
Resumo O objetivo artigo é discutir as influências de Aristóteles e Galileu na crise de paradigma oriunda da revolução copernicana, ou seja, discutir a mudança da ciência aristotélica, predominante nas universidades europeias, para uma ciência dita mais empírica e as crises institucionais que se seguiram a isso.
O presente artigo se propõe a analisar a respeito da teoria da ação em Aristóteles e o direito de querer e saber em Hegel como pressupostos para a necessidade do elemento da eticidade. A partir disso surgem perguntas como: basta querer e saber para que nossas ações tenham uma finalidade de acordo com esse desejo? Se somos seres pensantes, capazes de determinar os meios para as nossas ações, sendo o princípio motor da ação, o sucesso e fim desta ação depende única e exclusivamente de nós mesmos? E quando não temos controle sobre as possíveis consequências da ação, quando estamos expostos a contingência do mundo, então deixamos de sermos responsáveis pelo que fazemos? Tanto a teoria aristotélica quanto a hegeliana nos conduzem a um pensamento que destaca a eticidade como pressuposto necessário para a realização do eu-individual e subjetivo no mundo universal e concreto e como a responsabilização ética de uma vontade subjetiva se dá no universo contingente.
COMENTÁRIO A UM EXCERTO DA METAFÍSICA DE ARISTÓTELES
E, na verdade, o que desde os tempos antigos, assim como agora e sempre constitui o eterno objeto de pesquisa e eterno problema: 'Que é o ser? ', equivale a este 'que é a substância'? " (Metafísica, 1028b 2-4)