MUDANÇA CONCEITUAL, SUBJETIVIDADE E PSICANÁLISE Conceptual change, subjectivity and Psychoanalysis (original) (raw)
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Mudança Conceitual, Subjetividade e Psicanálise
2016
Apresentamos o Modelo de Mudança Conceitual (Posner et al, 1982) e destacamos como a presença da subjetividade do aluno marca profundamente as quatro condições para a acomodação. A metáfora fundamental que esta à base do modelo, do aluno pequeno cientista, é limitada, porquanto não considera a relação do sujeito com sua comunidade via linguagem. Propomos uma outra linguagem: o processo de aprendizagem pode ser comparado ao processo psicanalítico. O aprofundamento da analogia permite delinear de forma bastante precisa as funções e a importância do diagnóstico inicial, caracterizando suas metas como a problematização do desconhecido, a instauração da relação transferencial pedagógica e a categorização de estruturas básicas de pensamento do aluno a partir de sua relação com os princípios científicos. Finalmente, diremos que para manter o envolvimento do aluno no processo, é fundamental a atitude e capacidade do professor ouvir atentamente, proporcionando ao aluno condições de discutir à v ontade e sem censura idéias e compreensões referentes ao assunto e de enfrentar desafios e conflitos.
Resumo: O presente artigo tem como objetivo último refletir sobre a transformação da subjetividade e da ideologia, que se relacionam intrinsecamente com os processos da materialidade, produção e reprodução social. A investigação de tais processos sócio-históricos é crucial para compreendermos a relação entre indivíduo e sociedade, e interiormente a esta relação analisarmos as transformações dos fatores formadores do sujeito. Este estudo irá focar os processos que delimitaram a crise da sociedade burguesa desde o final do século XIX até nossa sociedade marcada pelo "declínio da individualidade", assim como afirmava Horkheimer. Essa reflexão será mediada por uma análise de natureza teórica acerca de questões centrais da Psicanálise e da Teoria Crítica.
A SUBJETIVIDADE COMO OBJETO DA(S) PSICOLOGIA(S)
Este texto busca traçar uma história da colocação da subjetividade como objeto para as várias psicologias ao longo do século XX. Este conceito nasce no campo da filosofia do conhecimento migrando no final do século XIX para a psicanálise, de onde passa para os domínios da psicologia ganhando um tratamento histórico, social e político no final do século XX, apontando, a partir de então, para uma problematização dos processos de singularização como foco de estudo das psicologias contemporâneas.
À luz da ideia de revolução cientifica como quebra de paradigmas exposta por Thomas Kuhn no livro “A estrutura das revoluções cientificas”, tentarei neste breve artigo traçar em linhas gerais como a mudança conceitual sobre a natureza do movimento executada por Galileu Galilei implicou no primado da subjetividade em Descartes; desta forma, pretendo explicitar como uma mudança no paradigma levou a total transformação da forma como vemos o mundo. Para tanto, usarei como biografia base o “Diálogo sobre os dois máximos sistemas de mundo” de Galileu Galilei, onde aparece um argumento que, para Aristóteles, é garantia certíssima da imobilidade da terra: o argumento da torre. Para provar sua tese sobre a astronomia; a saber, a realidade do sistema heliocêntrico copernicano, que implica na mobilidade da terra; Galileu precisa vencer esse problema na física e, por sua vez, isso só será possível com uma mudança conceitual filosófica na natureza do movimento. Ainda na biografia base, mas como texto lateral, utilizarei a primeira e a segunda “Meditações metafísicas” de René Descartes; na primeira, nos importa ver como o argumento do sonho é superado pela duvida metafísica. Na segunda, como Descartes, após se encontrar sem nenhum ponto fixo onde pudesse se apoiar, chega ao cogito; este que será a base inabalável de um novo edifício do conhecimento, capaz de substituir o aristotélico, que já não se sustentava devido às descobertas na física e na astronomia (Revolução cientifica galileana/copernicana). Como biografia secundária: o texto “Galileu e Platão” de Alexandre Koyré e “Descartes: a metafísica da modernidade” de Franklin Leopoldo e Silva. Assim, partindo da quebra do paradigma no conceito de movimento, que tira as qualidades secundárias do estudo da natureza, pretendo chegar a essa interiorização radical: o cogito; que fez com que a filosofia moderna fosse o surgimento das filosofias que colocam o sujeito como pivô do processo de conhecimento e acaba por inaugurar o mundo onde nós vivemos.
SUBJETIVIDADE: UMA ANÁLISE PAUTADA NA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL
Marilda Gonçalves Dias Facci -UEM -mgdfacci@uem.br Financiamento: CNPQ 1. Introdução Este trabalho é resultado do desenvolvimento do projeto PIBIC O conceito de subjetividade na atualidade: uma análise a partir da Psicologia Histórico-Cultural. O objetivo de tal pesquisa foi analisar como o conceito de subjetividade está sendo discutido atualmente e como as produções intelectuais atuais estão compreendendo a relação existente entre desenvolvimento da subjetividade e processos educativos, tomando como fundamento teórico para a análise os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. A realização deste projeto de pesquisa ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica sobre a concepção de subjetividade na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, em fontes primárias e secundárias, e pela leitura e análise de artigos que tratavam da subjetividade e da educação selecionados na biblioteca eletrônica scielo (2008). O desenvolvimento do psiquismo humano foi objeto de interesse de investigadores da perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural . L. S. Vigotski (1896-1934) foi quem deu início à Psicologia Histórico-Cultural, que está assentada no materialismo histórico-dialético. Essa perspectiva parte da noção de que as leis do desenvolvimento psíquico do homem estão socialmente condicionadas nas e pelas relações sociais de produção. O processo de desenvolvimento é determinado por um complexo conjunto de condições de vida e educação da criança. Dessa forma, o psiquismo é constituído por influência da cultura, tem relação com o tempo histórico, com as condições materiais na qual o indivíduo se desenvolve. A partir desta concepção de constituição social do homem, nota-se a importância da escola no processo de humanização. Se o homem não nasce já dotado de todas as características que o faz homem, a educação é destacada enquanto meio pelo qual este homem apropria-se da cultura e se desenvolve enquanto ser humano.
Psicologia e subjetividade, 2019
Nesta obra são apresentados manuscritos que levam o leitor a refletir sobre os fundamentos conceituais e metodológicos de uma Psicologia que tem como cerne o compromisso com a escuta da história de vida dos sujeitos e seus contatos com a alteridade, pilares da subjetividad
Mudanças Na Percepção e Percepção Das Mudanças
Nova Revista Amazônica
A frequência ao Município de Salinópolis desde os finais dos anos 80 do século XX, inicialmente em visitas com hospedagem em casas de familiares até a fixação de moradia em dezembro de 2018, me proporcionou uma mudança de percepção sobre esse ambiente e seus múltiplos aspectos...
PSICOMUNICAÇÃO: A TRAMA DE SUBJETIVIDADES
RESUMO: O presente estudo aborda a Psicomunicação, como aproximação das áreas Comunicação-Psicologia e as possibilidades de interfaces teóricas. Parte do conceito de comunicação como processo complexo de interação de subjetividades, através de fluxos informacionais concretos e abstratos, compartilhados, produtores de transformação dos elementos envolvidos. Considera-se, deste modo, a necessidade de interfaces teóricas para a abordagem. Considerações Preliminares O presente estudo aborda a Psicomunicação, como aproximação das áreas Comunicação-Psicologia e as possibilidades de interfaces teóricas. Parte do conceito de comunicação associado à noção de trama: Comunicação é interação de sujeitos, a partir do fluxo constante e multidirecional de informações entre eles, numa espécie de trama-teia, composta tanto de elementos visíveis quanto invisíveis. O sentido literal do termo 'comunicação' já sinaliza o pressuposto de complexidade do processo de interação, quando da intenção de compartilhar sentidos. A palavra comunicação deriva do latim, comunicare, cujo significado seria tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. Comunicar implica participação (comunicatio tem o sentido de participação) em interação, em troca de mensagens, em emissão ou recebimento de informações novas.
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO NA PSICANÁLISE THE CONSTITUTION OF SUBJECTS IN PSYCHOANALYSIS
Resumo: Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica tendo como objetivo discorrer sobre a constituição do sujeito para a psicanálise, o qual trata-se do sujeito do inconsciente, o sujeito barrado, constituído por meio dos processos de alienação e separação. Para tanto utilizou-se como base a obra de Freud, Lacan e outros autores da psicanálise. Discorresse-á primeiramente sobre o processo de alienação contemplando os conceitos de Estádio do Espelho, a relação com o outro semelhante, a formação do eu ideal e a formação do registro imaginário; posteriormente, abordaremos o processo de separação, explanando sobre o que se denomina de os três tempos do Édipo, a relação com o grande Outro, a formação do Superego e o registro simbólico; na sequência abordaremos o campo do real e sua relação com o objeto a; e para finalizar explanaremos sobre a saída para as três estruturas psíquicas possíveis na psicanálise que são a neurose, a psicose ou a perversão.