O "Donativo Real" e a escravidão colonial paulista (original) (raw)
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Da escravidão à servidão voluntária
O presente artigo tem o objetivo de discutir as relações entre a regionalização da Clínica Psicodinâmica do Trabalho -uma das abordagens clínicas surgidas na França da Psicologia do Trabalho -e características sociais, históricas, culturais e econômicas do trabalho no Brasil a partir de apontamentos sobre a produção científica em Clínica do Trabalho no país desde 1994. O texto é parte da dissertação de mestrado "Dispositivos para a escuta clínica do sofrimento no trabalho: entre as clínicas da cooperação e das patologias" (2014) da primeira autora sob a orientação da segunda e se divide em sete seções: Mundo do Trabalho, onde versamos brevemente sobre a história do trabalho no mundo ocidental; Trabalho no Brasil, em que tratamos das particularidades da constituição do trabalho contemporâneo no país; Psicodinâmica do trabalho, seção DA ESCRAVIDÃO À SERVIDÃO VOLUNTÁRIA: PERSPECTIVAS PARA A CLÍNICA PSICODINÂMICA DO TRABALHO NO BRASIL Página
Genivaldo de Jesus [dos] Santos e a herança macabra da escravidão
Genivaldo de Jesus [dos] Santos e a herança macabra da escravidão, 2022
Freyre e Oliveira Torres lembravam que a superação do binômio "senhor-escravo" dependia intrinsecamente da educação dos brasileiros para a cidadania. Não vejo TV há muitos anos, como forma de autoproteção, e recebo as notícias, em geral tenebrosas, do que se passa no Brasil, por intermédio das mídias e redes sociais. Foi com imenso pesar, indignação e sensação de "dever descumprido" que soube do caso do rapaz sergipano morto por agentes da PRF. Desnecessário descer a minúcias, como se diria no juridiquês. Um rapaz negro, pai de família, doente mental, até onde se sabe, foi morto sob tortura, em maio de 2022. O mês é o da abolição, é o das mães, é o de Nossa Senhora, no catolicismo. O ano é o do bicentenário da independência do Brasil, mesmo que saibamos e ensinemos que se trata de "independências" e de "Brasis"-aqui já entram os pormenores do "historiquês". Genivaldo de Jesus [dos] Santos é um brasileiro diretamente descendente dos escravizados. Como se pode ter certeza? Porque os nomes "de Jesus" e "dos Santos", cujas grafias às vezes podem ter perdido a preposição, designam, em genealogia social, nomes devocionais aplicáveis aos
A escravidão nos sermões do Padre Antonio Vieira
Estudos Avançados, 2019
resumo A contribuição agrupa os diferentes estudos desenvolvidos pelo autor sobre a forma de Padre Vieira entender a escravidão, organizados em cinco tópicos-chave, a saber: a adesão aos termos da Segunda Escolástica; o processo de incorporação do indígena ao corpo místico do Estado; os termos usados pelas autoridades portuguesas para definir a missão atribuída a Portugal no Novo Mundo; a natureza indissolúvel do nexo entre conveniência e consciência suposto no chamado antimaquiavelismo; e, por fim, as práticas de conversão adotadas pelos jesuítas no Brasil.
In Pedro de Souza (org.), Brasil, Sociedade em Movimento , Paz e Terra, Rio de Janeiro, pp.135-144, 2015
Todos os grandes pensadores brasileiros sublinharam a marca do escravismo no passado e no presente do país. Celso Furtado, na Formação Econômica do Brasil analisa o papel do escravismo nas quatro primeiras partes do livro, notando inclusive o papel do tráfico negreiro no Brasil independente numa subseção significativamente intitulada “o passivo colonial”.
A escravidão brasileira à época da Independência
Revista USP, 2022
Fornecemos, de início, estimativas do “estoque” e do “fluxo” de pessoas escravizadas no Brasil na primeira metade do século XIX, enfatizando a intensificação da entrada de cativos. Em seguida, analisamos os impactos desses números nas características da escravidão brasileira à época da Independência, privilegiando dois temas. O primeiro, o padrão da distribuição da posse de cativos, permite-nos perceber o alargamento da disseminação daquela posse. Quanto ao segundo, as famílias escravas, evidenciamos a concomitância de sua vulnerabilidade e resiliência no enfrentamento dos rigores do cativeiro. Por fim, discutimos a eventual participação direta das pessoas escravizadas no processo de emancipação política, apresentando as características do Partido Negro. Nas considerações finais, destacamos aspectos da trajetória da escravidão até sua abolição, apontando as cicatrizes profundas por ela deixadas, ainda nitidamente visíveis em nossos dias.
Escravos da Nação": o público e o privado na escravidão brasileira, 1760-1876
À Fapesp, que me concedeu a bolsa de março de 2010 a fevereiro de 2012, pelo apoio financeiro que foi de extrema importância. Ao professor Dr. Horacio Gutiérrez, quem estimulou a curiosidade pelo tema, pela contribuição com reflexões e críticas essenciais para o desenvolvimento da pesquisa. Não sei como agradecer a paciência nesses anos de convívio. Esses anos não só ganhei com o exemplo de sua carreira acadêmica, mas também com sua amizade. Às professoras Dra. Maria Cristina Wissenbach e Dra. Suely Robles de Queiroz, pelas sugestões realizadas durante a qualificação, essenciais para o término do trabalho. À professora Vera Lúcia Amaral Ferlini, pelas reflexões realizadas na disciplina cursada da Pós-graduação em História Econômica. Ao 5º. Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, que possibilitou conhecer outros pesquisadores que se dedicam ao tema da escravidão e ampliar os conhecimentos na área. À professora Dr. Joseli Mendonça (UFPR), Dra. Beatriz Gallotti Mamigonian (UFSC) e Dr. Carlos Eduardo Moreira de Araújo (UNIABEU), com quem dividi a mesa da sessão, pelos comentários fundamentais relacionados à pesquisa. À professora Dr. Beatriz Gallotti Mamigonian, também pela presteza dada em momentos de dúvida. Aos funcionários do Arquivo Nacional, do Arquivo Público do Estado de São Paulo e da Biblioteca Nacional, pela atenção e seriedade com que trabalham. Aos meus amigos, por dividirem as aflições presentes no cotidiano de um trabalho acadêmico; em especial, à Elisa Lourenço Pupim, amiga de infância, pela sua gentileza e acolhida em São Paulo e também pela leitura atenta e pelas correções que trouxeram grande melhoria ao texto. Aos meus familiares, em especial, aos meus pais, pelo amor com que me criaram e o apoio constante nos estudos, que fizeram de mim o que eu sou hoje; ao Manoel Ilson Cordeiro Rocha, meu esposo, pelo amor incondicional e por sua compreensão e seu empenho em todas as etapas do caminho acadêmico; e, ao Pedro Peliciari Rocha, meu filho tão amado, pelo seu carinho, sua companhia e sua paciência, que sempre me fortaleceu e tornou meus dias mais felizes. Sem eles eu nunca teria chegado até aqui.
Anuario de Estudios Americanos, 2022
El artículo analiza la impresión de anuncios referidos con la esclavitud en Río de Janeiro durante el período de exilio de la Corte en la ciudad, entre 1808 y 1821. Las principales fuentes fueron los anuncios publicados en la Gaceta de Río de Janeiro. Con un análisis estadístico de los lanzamientos publicitarios de prensa, los precios cobrados en negociaciones de gente esclavizada y las primas anunciadas por los forajidos, el estudio muestra cómo las personas esclavizadas representaban un negocio difundido en las páginas de la Gaceta, la única publicación periódica autorizada a circular en ese momento. [pt] O presente artigo analisa a impressão de anúncios referentes à escravidão no Rio de Janeiro no período em que a Corte portuguesa esteve exilada na cidade, entre 1808 e 1821. As principais fontes foram os anúncios publicados na Gazeta do Rio de Janeiro. Com uma análise estatística dos anúncios, dos preços praticados nas negociações de cativos e dos prêmios anunciados pelos fugitiv...