De quando ser ingênuo é sublime (original) (raw)

A virtude inesperada da ignorância

2015

O filme Birdman , dirigido, co-escrito e coproduzido pelo mexicano Alejandro Gonzalez Inarritu ( 21 Gramas , Babel , Amores Brutos ) e estrelado pelo ator Michael Keaton (Batman de Tim Burton) realiza um convite ao espectador de rever sua vida, suas escolhas e seus amores. O protagonista desse drama, Riggan Thompson, desistiu da carreira de heroi, que trouxera a fama, o estrelato e o transformara em uma celebridade, para se tornar um ator de teatro, o que representa a busca pelos valores mais autenticos e pelo refinamento do ser.

A beleza entre o sensível e o suprassensível

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação em Filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Resumo Esta dissertação visa compreender como se dá a relação entre a cisão sensível e suprassensível e o conceito de beleza nos três principais ensaios filosóficos de Friedrich Schiller: Sobre graça e dignidade, as cartas de Sobre a educação estética do homem e Sobre poesia ingênua e sentimental. A partir do início da década de 1790, Schiller transforma-se num ávido leitor da filosofia kantiana, em especial da Crítica da faculdade de julgar. Motivado pelo problema do abismo entre sensível e suprassensível, apontado na segunda introdução desta obra, o poeta-filósofo inaugura o chamado “ateliê filosófico”, em busca de uma possível unificação entre os dois lados do ser humano. Partimos do pressuposto de que o primeiro ensaio a ser analisado, Sobre graça e dignidade, ainda carrega consigo muito do vocabulário kantiano, ao passo que nos dois seguintes Schiller adquire uma maior autonomia em seu pensamento, incorporando outras influências, como, por exemplo, a filosofia de Fichte. Nossa hipótese é a de que, lançando mão de um conceito próprio de beleza, Schiller encontrou, nos três ensaios analisados, formas distintas de postular uma unificação entre sensível e suprassensível, ainda que exclusivamente conceituais ou regulativas. Palavras-chave: Beleza; Estética; Friedrich Schiller; Sensível; Suprassensível.

Indigência e penúria na era da técnica

Veritas, 2013

RESUMO -Toma-se como referências básicas algumas reflexões do filósofo Martin Heidegger sobre o domínio planetário da técnica para mostrar a penúria de uma época marcada pelo fim da filosofia mediante sua realização como metafísica nas ciências técnicas. Explicita-se ainda como esse fim da filosofia na era do domínio planetário da técnica pode se constituir o ponto de partida para um novo começo do pensar, que pensa para além dos limites impostos pelo pensamento calculador. Na parte conclusiva do artigo procura-se determinar o caráter e a tarefa que caberia a essa nova forma de pensar e conhecer que nos aproxima das coisas tais como são.

A insustentável leveza do ser

Jornal da USP, 2023

26 de setembro de 2023 A insustentável leveza do ser jornal.usp.br/artigos/a-insustentavel-leveza-do-ser/ Daniel Afonso da Silva-Foto: Arquivo pessoal O anúncio da morte de Milan Kundera, no último dia 11 de julho de 2023, causou estupefação em todos aqueles que, em algum momento da existência, ressentiram o êxtase, fugidio ou demorado, provocado pela sua A insustentável leveza do ser. Como Monalisa, Pietá, Ilíada, Fausto, Irmãos Karamazov, Dom Quixote ou Dom Casmurro, essa obra seminal parecia emergir de um ser ausente, transcendente, imortal. De um agente eterno, onisciente, onipresente. Feito um Funes, completamente memorioso, tipo dos tipos de Jorge Luis Borges. A surpresa, portanto, da morte física de Milan Kundera, portador dessa alma inolvidável, provocou sentimentos contraditórios em todos aqueles que alargaram a sua impressão da vida através de suas miradas. Sendo que uma delas diz respeito ao maior debate de nossos dias que segue sendo o ocaso do Ocidente.

A insustentável leveza do deixar de ser

Imag(em)inário: imagens e imagimário na Comunicação, 2018

Olhar uma imagem e sentir: “Onde vi e senti isso!!”. Daí perceber que outras imagens nos fazem sentir algo semelhante. Uma forma de pensamento que se opera por imagens em contiguidade. O pensamento por imagens é aqui um processo da dinâmica simbólica do imaginário. Capítulo do livro "Imag(em)inário: imagens e imagimário na Comunicação", p. 207-225.

O inominável e a transitoriedade

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2019

pela via da psicanálise, sobre o inominável, o traumático, na vida humana. Experiência radicalmente revelada pelos depoimentos dos sobreviventes. Meu interesse, aqui, é destacar que, paradoxalmente, são essas situações extremas que convocam os sujeitos em sua capacidade mais primária de criação, ou, ainda, de recriação, no campo da cultura e dos laços sociais. Tais pontos nos colocam em contato direto com aquilo que Freud destaca como as principais fontes da infelicidade humana, descritas no seu texto "O mal-estar na civilização" (1930/1977d). Considera, nesse atualíssimo artigo, que o que chamamos de felicidade, no sentido estrito, provém da satisfação repentina de necessidades retidas em alto grau, sendo por isso mesmo um fenômeno episódico. Já a infelicidade, afirma, é muito menos difícil de ser experimentada, pois o sofrimento nos ameaça a partir de três direções. São elas: 1 a) os desastres da natureza e do mundo exterior que podem se abater sobre nós com sua força destruidora; 2 a) a fragilidade de nossos corpos e, ainda, 3 a) as dificuldades nas relações entre os homens, ou seja, nas relações sociais que, segundo Freud, provocam os piores e mais duros sofrimentos para os seres humanos. Freud considera que sob a pressão de todas essas possibilidades de sofrimento, os homens acabam por moderar suas reivindicações de felicidade dedicando-se, muitas vezes, apenas à tarefa de evitar o sofrimento, em vez de buscar o prazer e a felicidade. O sofrimento nos reporta ao desamparo primário, marca situada nas origens do sujeito e que desnuda nossa dependência ao Outro. Estar des-amparado, sem amparo, sem apoio, reporta ao horror do encontro com a ausência de sentido que algumas situações-limite engendram. Encontro com o inominável, ou seja, com aquilo que não se pode designar por um nome e que, por isso mesmo, é também o inqualificável, o insuportável, o doloroso. O que não se nomeia, escapa da vida, pois indica muitas vezes o impossível de ser comunicado. De qualquer forma o que a psicanálise revela é que o inominável traumático é parte da existência, insistindo e retornando, de um modo ou de outro ao longo da vida, convocando-nos para uma reflexão sobre a importância do trabalho psíquico e da atividade de criação como possibilidade de contorno do não representável na experiência humana compartilhada. A devastação ocasionada pelos desastres naturais, assim como pela guerra, ou mesmo pelos momentos de violência social, nos confronta, antes de qualquer coisa, com a fragilidade das conquistas civilizatórias, com o fato da finitude e com a necessidade do luto.

Coimbra dum tempo ignoto

Rua Larga, 2017

4 8 • a b r • 2 0 1 7 Q u e m S o m o s ? REVISTA DA REITORIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBR A revista da reitoria da universidade de coimbra número 48 abril 2017

Uma históra sobre o conceito de Sublime

Schiller faz parte de um grupo de pensadores de sua época que se ocuparam com o tema do sublime, da tragédia e da beleza e está entre aqueles que procuraram associá-los à esfera da ética. A presença da filosofia de Immanuel Kant, por exemplo, é tão forte em seu trabalho, que seu primeiro ensaio sobre o sublime trata basicamente de interpretar o que foi dito pelo filósofo de Königsberg em sua Analítica do Sublime de 1790. Kant por sua vez dialoga fortemente com os ingleses, e entre eles o principal teórico do sublime é Edmund Burke. O estadista inglês, ao tratar sobre o belo e o sublime em seu Enquiry (1757), dá continuidade a um debate que já havia se iniciado por Addison, que passa a dar um novo olhar ao conceito de expresso por Boileau na França da segunda metade do século XVII. Começamos esse trabalho justamente quando o citado literato francês traduziu um tratado latino de aproximadamente quinze séculos, intitulado Do Sublime, que passou a ser relevante para o debate estético desde então até os tempos atuais. Participando, portanto, desse longo diálogo, situa-se Schiller que, apesar de muito envolvido com questões éticas e políticas (desde o seu primeiro trabalho como dramaturgo quando escreveu Os Bandoleiros) é através da estética que expressa suas ideias.

Entre o risco e o ponto : o intangível consumido

2012

O presente trabalho apresenta uma investigacao antropologica sobre a renda irlandesa artesanato sergipano que teve seu modo de fazer registrado como Patrimonio Cultural Imaterial Nacional, no Livro de Registro dos Saberes, em novembro de 2008 em suas novas instrucoes de producao, comercializacao e uso, advindas das interacoes com o mercado de moda. A pesquisa privilegia uma nova abordagem sobre a Renda, tratando-a a partir de seu consumo como uma questao de cultura, para analisar o advento das novas atitudes assumidas pelas artesas no saber fazer , em meio as demandas do mercado de moda ligadas ao vestuario feminino, que preveem a potencialidade do uso de motivos artesanais na formulacao de vestimentas. Evidencia ainda os processos de heranca cultural exercidos pelas artesas em seu oficio e que configuram a patrimonialidade do artesanato, destacando seu papel enquanto fonte complementar de ganho para as protagonistas da pratica. Por fim, discute os novos mecanismos de representacao ...

Das omissões lesgilativas inconstitucionais

RESUMO: O presente artigo tem por finalidade analisar as denominadas omissões legislativas inconstitucionais, também denominadas de omissões inconstitucionais, e seus instrumentos de combate, a saber: o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Nesse trabalho, é feito um paralelo destes dois instrumentos de combate às omissões legislativas inconstitucionais, diferenciando-os em relação a alguns de seus aspectos, especialmente em relação ao efeito de suas decisões, sempre levando em consideração os recentes julgados do Supremo Tribunal Federal.