Alô, Amigos! e Você já foi à Bahia? O cinema estadunidense no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e a difusão política da " boa vizinhança " (original) (raw)

“Saludos Amigos”: Uma análise sobre a política da “Boa Vizinhança”, através dos filmes da Disney.

Este artigo tem como objetivo abordar a influência norte-americana sobre os países da América Latina, segundo o modelo que ficou conhecido como "Política da Boa Vizinhança", adotado por Franklin D. Roosevelt nas décadas de 30 e 40, com base no princípio do panamericanismo e com o intuito de estreitar as relações destes países com os EUA. A indústria cinematográfica foi uma importante ferramenta de propaganda e penetração ideológica, sendo utilizada por vários países da Europa em plena Segunda Guerra Mundial tendo como um de seus maiores expoentes o cinema estadunidense. O jovem empresário Nelson Rockfeller, diretor do Escritório para Assuntos Interamericanos, era o responsável por elaborar projetos de aproximação cultural entre os EUA e a América Latina, em meio a esses projetos estava a elaboração de duas películas dos Estúdios de Walt Disney, que serão utilizados para análise nesse presente trabalho. São eles: "Alô Amigos" (Saludos Amigos, 1942) e "Você já foi à Bahia?" (Three Caballeros, 1945). Esse texto analisa o conteúdo destes filmes e sua construção, bem como de seus personagens e sua representação, além de observar a forma estereotipada com que estes lugares e personagens são construídos, relacionando seu roteiro ao panorama político das interações internacionais entre EUA e América Latina, a fim de mostrar sua importância na estruturação de uma relação "amigável" entre estes países.

Política e Cinema na Era da Boa Vizinhança (1933-1945)

História e Cultura, 2015

O presente artigo apresenta uma análise histórica da Política Externa de Boa Vizinhança para América Latina, particularmente no Brasil, e de sua principal instituição o Office of the coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA), destacando sua divisão de cinema, a Motion Picture Division (MPD). Essas instituições são analisadas pelo enfoque teórico dos construtivistas modernistas-linguistas. Assim, o texto busca destacar a importância da construção de uma infraestrutura física, discursiva e humana com habilidade para selecionar, organizar, regular e redistribuir os discursos enunciados pela Política Externa de Boa Vizinhança no setor da indústria cinematográfica.

O Cinema Como Instrumento Do Office of the Coordinator of Inter-American Affairs Para Promover a Política De Boa Vizinhança Durante a Segunda Guerra Mundial

REVISTA DE ESTUDOS INTERNACIONAIS

Resumo: Este artigo, vinculado aos estudos de mídia e relações internacionais, trata da ação do Office of the Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA), criado pelos EUA, durante a Segunda Guerra Mundial (II GM), para coordenar o relacionamento com os países do continente americano. Dentre os diferentes programas culturais patrocinados pelo OCIAA, observa-se a utilização de meios de comunicação de massa como instrumento para propagação da denominada 'Política de Boa Vizinhança'. Assim, este artigo analisa, entre 1940 e 1946, a eventual utilização do cinema para promover a aproximação hemisférica. Para tanto, de modo a exemplificar esta ação, foram analisadas e comparadas peças cinematográficas de Walt Disney e Orson Welles, buscando esta intencionalidade em seus conteúdos, além de eventuais diferenças, na defesa de valores da citada política externa estadunidense para a América Latina e, mais especificamente, para o Brasil.

Pan-americanismo e cinema durante a política externa da boa vizinhança (1933-1945) no Brasil: os embaixadores Disney, Orson Welles e Carmen Miranda

Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas, 2021

O artigo procura relacionar algumas películas cinematográfica financiadas pelo Estados Unidos da América (EUA) durante sua Política Externa da Boa Vizinhança (1933 ”“ 1945) mediante o Office of the Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA) com o conceito de pan-americanismo. A hipótese elencada pela pesquisa é que o uso do cinema como instrumento do soft power da Política Externa de Boa Vizinhança, ao apregoar o pan-americanismo, o American Way of Life, e ao procurar conter a influência ideológica nazifascista na América Latina, auxiliou na construção de uma identidade positiva nas relações EUA-Brasil. A pesquisa emprega como procedimentos metodológicos a consulta de fontes primárias e secundárias. O artigo, assim, embasa em autores renomados e em pesquisa documental realizada em importantes centros e bibliotecas tanto do Brasil quanto dos EUA. A pesquisa permitiu com que o texto tenha transcrições de entrevistas e de discursos ”“ poucos divulgados pela academia ”“ de personalidades da época, proporcionando uma correlação singular com a produção bibliográfica sobre a temática e uma argumentação original. A conclusão que o artigo chega é a de que o cinema foi ferramenta essencial de soft power dos EUA na América Latina e contribuiu para mudar a visão dos latino-americanos sobre os estadunidenses.

O Cinema Brasileiro, Hollywood e a Política da Boa Vizinhança da

Este artigo se presta a analisar o contexto cinematográfico da década de 1930 que alavancou Carmen Miranda como um símbolo nacional, envolvendo a profissionalização do cinema brasileiro, a penetração do cinema hollywoodiano, a influência da Política da Boa Vizinhança, e a relação destes fatores com a definição de uma identidade nacional. O estudo foi realizado a partir de análise de filmes hollywoodianos estrelados por Carmen Miranda e por revisão bibliográfica adequada. Na década de 1930 tem início as tentativas de industrialização do cinema brasileiro com os novos estúdios que se estabelecem no Rio de Janeiro. Nessa empreitada, o cinema brasileiro acaba descobrindo sua própria abordagem e transforma o carnaval em sua principal tópica, abrindo o caminho nas telas para a célebre cantora Carmen Miranda. Em pouco tempo Carmen foi cooptada pela Política da Boa Vizinhança estadunidense, como uma tática para penetrar a América Latina, abarcar aliados frente a Segunda Guerra Mundial e novos mercados para este país.

O Brasileiro João de Souza: a Batalha do Atlântico e o cinema da Boa Vizinhança

Revista Brasileira de História Militar, 2021

O presente artigo pretende reconstituir parte da trajetória do filme "O Brasileiro João de Souza", dirigido por Bob Chust e lançado em 1944. O filme narra a história de um marinheiro mercante vítima dos torpedeamentos de submarinos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Trata-se do primeiro filme brasileiro sobre a guerra, e o único realizado durante o conflito (1939-1945). Nossa análise centra-se em apresentar o enredo do filme, o contexto de sua produção e as críticas feitas à época de seu lançamento, que funcionam como únicas fontes documentais da obra, já que não existem mais cópias de exibição deste "filme perdido". A partir desta reconstituição, apresentar o contexto do Brasil na guerra, em particular a Batalha do Atlântico, e o uso diplomático de "O Brasileiro João de Souza", o primeiro longa-metragem brasileiro exibido nos Estados Unidos, alçado a símbolo da Política de Boa Vizinhança.

O tributo ao bom vizinho: a obra de Walt Disney no Brasil durante a política de boa vizinhança

2020

À Maria (in memoriam) e a Benjamin, a quem passou a vida me oferecendo força e coragem e a quem eu pretendo retribuir toda a força e coragem que me foi dada. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus e a meus pais por me darem a vida e oferecerem estruturas para terminar esse mestrado. Agradeço ao meu irmão Allan e sua esposa Patrícia por terem aparecido com uma das minhas maiores alegrias que é meu sobrinho Benjamin. À minha prima Ana, minha tia Diva. Por todo apoio emocional. Essa foi uma longa caminhada que, sozinha de verdade, eu jamais teria terminado. Foram muitos os percalços e as perdas ao longo desses anos, mas saio feliz porque também houve muitos ganhos. Por isso agradeço aos meus colegas de turma Julia, Tiago, Dóris, Dayhana, Juliana, Felipe, Bruno, Ricardo, Ronaldo, Aline, Elis e Manu pelas longas horas de estudo em conjunto, de discussões. Pelos poucos, porém intensos momentos de comemoração. Pelos momentos de desabafo e pelas palavras de encorajamento. Agradeço aos veteranos Jhader e Isabella pelas palavras de apoio a todo momento. Agradeço à CAPES pelo incentivo à ciência em todas as suas formas. Ao Professor Marcos Guedes que incentivou e aceitou o desafio dessa orientação. Agradeço às amizades de quase 20 anos ou de pouco mais de 2: Igor, Nyandra, Paulo, Amanda, Thiago, Priscila, Bruno, Melina, simplesmente por serem amigos e serem presentes, ao mesmo tempo em que entendiam minha ausência. "We accept the reality of the world with which we are presented." The Truman Show (1998) COSTA, M. B. O tributo ao bom vizinho: a obra de Walt Disney no Brasil durante o período de boa vizinhança. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais). Universidade Federal da Bahia, 2019. 101 f. RESUMO O presente trabalho busca analisar a participação das obras de Walt Disney nas relações entre Estados Unidos e América Latina, com especial destaque para o Brasil, durante a Política de Boa Vizinhança do governo Franklin Delano Roosevelt entre os anos de 1933 e 1945. O intuito do trabalho é avaliar, utilizando os conceitos de ideologia e cultura, de que forma o cinema de Walt Disney direcionado à América Latina contribuiu para a construção de um imaginário social latino-americano e brasileiro que acolheu uma visão de mundo e um estilo de vida norteamericanos. Durante a Política da Boa Vizinhança, as relações entre os Estados Unidos e os países da América do Sul e Central foram transformadas, avançando de um momento inicial caracterizado pela imposição econômica e ocupações militares estadunidenses na região, para outro centrado em acordos econômicos e intercâmbios culturais, dentre os quais, incluíam-se o envio de obras cinematográficas norte-americanas e recepção de artistas latino-americanos por parte dos Estados Unidos. Essa política teve como objetivo melhorar as relações estadunidenses com a América Latina, bem como manter afastadas possíveis influências europeias, sobretudo da Alemanha em função da ascensão do nazismo. O cinema foi uma das estratégias utilizadas visando à construção de uma relação mais sólida, por meio da disseminação de seu estilo de vida e sua concepção de organização social e econômica, de natureza capitalista, em um contexto de ameaças à ordem internacional construída pelas democracias ocidentais, com a ascensão socialista na URSS e do nazifascismo em algumas nações europeias. Neste cenário, a obra de Walt Disney contribui com sua ludicidade para diluir resistências e estabelecer uma aproximação cultural e identitária, ajudando a fortalecer os laços entre os Estados Unidos e a América Latina e o Brasil. Palavras-chave: Americanização, ideologia, cinema, Disney, Brasil. COSTA, M. B. The tribute to the good neighbor: Walt Disney's work in Brazil during the period of good neighborliness. Dissertação (Master's in International Relations). Universidade Federal da Bahia, 2019. 101 f.

O Amigo americano: Cultura e Imperialismo em tempos de “Boa Vizinhança”

Correspondencias & Análisis

Universidade Federal da Bahia (Brasil) Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre o papel da indústria de Hollywood como instrumento da colonialidade na América Latina, durante a Política da "Boa Vizinhança", a partir da atuação de Carmen Miranda em filmes de Hollywood. Para tanto, utilizo como contribuição teórica os conceitos de colonialidade do poder, do saber e do ser, e da geopolítica do conhecimento, presentes no pensamento de Quijano (2005, 2009), Mignolo (2003) e Maldonado-Torres (2009), bem como a contribuição de intelectuais pós-coloniais, como Bhabha (2005) e Said (1995). A princípio, abordo o contexto histórico que ajudou a "impulsionar" o sucesso de Carmen nos Estados Unidos e a condição estereotipada de que a cantora e atriz tornou-se refém durante sua estada na América. A seguir, dialogo com os posicionamentos dos pensadores citados e as considerações sobre o papel da indústria hollywoodiana como instrumento de afirmação da "diferença colonial". Ao final, aponto a necessidade das Políticas Públicas para o enfrentamento dessa colonialidade do imaginário moderno / colonial, levando em consideração não apenas o campo econômico, mas, principalmente o cidadão e as dimensões simbólicas.

O cinema brasileiro, Hollywood e a política da boa vizinhança da década de 1930: um panorama para Carmen Miranda

DAPesquisa, 2018

Este artigo se presta a analisar o contexto cinematográfico da década de 1930 que alavancou Carmen Miranda como um símbolo nacional, envolvendo a profissionalização do cinema brasileiro, a penetração do cinema hollywoodiano, a influência da Política da Boa Vizinhança, e a relação destes fatores com a definição de uma identidade nacional. O estudo foi realizado a partir de análise de filmes hollywoodianos estrelados por Carmen Miranda e por revisão bibliográfica adequada. Na década de 1930 tem início as tentativas de industrialização do cinema brasileiro com os novos estúdios que se estabelecem no Rio de Janeiro. Nessa empreitada, o cinema brasileiro acaba descobrindo sua própria abordagem e transforma o carnaval em sua principal tópica, abrindo o caminho nas telas para a célebre cantora Carmen Miranda. Em pouco tempo Carmen foi cooptada pela Política da Boa Vizinhança estadunidense, como uma tática para penetrar a América Latina, abarcar aliados frente a Segunda Guerra Mundial e novos mercados para este país.

Cinema e História nas Américas e no Brasil

2015

Não há como falar em contemporaneidade negando a importância do material visual e sonoro nas sociedades. Inevitavelmente, a emergência de uma análise que tem como objeto o cinema dialoga com a nossa situação presente. O poder da imagem e do som revela inumeráveis tensões sociais, políticas, culturais e econômicas. Perpassando a primeira década desse século, é possível perceber o quanto estamos imersos numa miríade de representações imagéticas. As novas possibilidades tecnológicas ampliaram o acesso à possibilidade de produzir registros gráficos. A popularização das tecnologias digitais atingiu as diversas formas de produção. Ou seja, as nossas relações com a fotografia, com o cinema, com a TV e com a mídia, foram cortadas por novas possibilidades que se encontram, cada vez mais, livres ao acesso de todos