EUROCENTRISMO DOS CLÁSSICOS EM ESTUDOS DA RELIGIÃO EUROCENTRISM OF RELIGIOUS STUDIES CLASSICS (original) (raw)
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A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO NO DISCURSO DAS CANTIGAS LÍRICAS MEDIEVAIS
Este artigo busca tratar da influência de discurso religioso no período medieval, em particular na construção das cantigas líricas da época. Pretendemos demonstrá-lo com a leitura de exemplos literários e análises sócio-históricas, principalmente a partir de Benjamin Abdala Júnior e Maria Aparecida Paschoalin (1985).
RESUMO: O artigo discute o contexto histórico da fundação da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (1985) e da revista Classica (1989), iniciando pela explicitação da perspectiva, uma história social e cultural da ciência. Volta-se para a trajetória do ensino superior no Brasil, em seguida foca nos antecedentes imediatos. A resistência democrática relaciona-se com a academia, em geral, e com os Estudos Clássicos, no Brasil. Conclui-se com breve balanço e perspectivas. PALAVRAS-CHAVE: estudos clássicos; ensino superior no Brasil; democracia. ABSTRACT: The paper discusses the historical context of the founding of Brazilian Society of Classical Studies (1985) and the journal Classica (1989), starting by stating the standpoint, a social and cultural history of the discipline. It turns to higher education in Brazil, then to Brazilian history to focus on the immediate antecedents. Democratic resistance relates to scholarship in general and to classics in Brazil. It ends with a brief assessment and outlook. A criação da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos, em 1985, e a da revista Classica, em 1989, marcam todo o desenvolvimento posterior da área e resultam, por sua parte, de circunstâncias específicas. Participei dessa experiência, *Professor Titular,
CONTRIBUIÇÃO E ATUALIDADE DOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA PARA O ESTUDO DA RELIGIÃO 1
Resumo: O novo boom religioso na nossa sociedade pós-moderna consiste em um desafio para a investigação científica. Perante esse cenário, compete perguntar pela importância e contribuição dos clássicos da Sociologia para o estudo da religião na contemporaneidade. Nossa intenção neste trabalho é revisitar a obra dos chamados 'pais fundadores' (Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx) mostrando o lugar que a temática religiosa teve em suas obras, comprovando assim que a Sociologia da Religião tem seu nascimento concomitante com o da própria Sociologia. Estamos crentes e cientes de que os autores citados ainda podem em muito contribuir para pesquisas sobre a religião, o que não os isenta, contudo, de críticas. Propomos que eles sejam lidos, porém, não só criticamente, mas também criativamente, como julgamos que o fizeram Peter Berger (O Dossel Sagrado) e Pierre Bordieu (Gênese e Estrutura do Campo Religioso). Palavras-chave: Sociologia da Religião; Karl Marx; Max Weber; Émile Durkheim.
A CRÍTICA EUROCÊNTRICA NO ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA: ABORDAGENS SOBRE A RETÓRICA LASCASIANA
Revista Transversos, 2019
A crítica ao eurocentrismo como paradigma epistemológico de produção e comunicação do conhecimento histórico é um tema recorrente na pesquisa e no ensino de História da América. Este texto se dedica a problematizar a importância da historiografia em América para uma crítica eurocêntrica, dando atenção especial à forma como diferentes abordagens teóricas são produzidas acerca da obra de Bartolomeu de Las Casas, frade dominicano conhecido pela sua atuação na defesa dos indígenas no México colonial e, portanto, um primeiro crítico da modernidade europeia. A ideia é comparar as reflexões produzidas na historiografia nacional de América que tecem críticas severas a uma abordagem lascasiana da colonização e da sociedade americana como um todo, com abordagens em diálogo com a teoria decolonial produzida na América Latina, com ênfase em Enrique Dussel, que oferecem uma visão mais positiva da produção do frade. No limite, propõe-se a reflexão sobre a atualidade do debate no sentido de consecução de práticas políticas contemporâneas a partir do ensino da disciplina histórica.
Sinopse o objetivo deste artigo é oferecer uma visão panorãmica e uma breve análise do desenvol vimento histórico e da situação recente dos estudos da religião na Europa. O artigo presta atenção às várias elaborações da disciplina acadêmica a partir de fatores geográficos, terminológicos e culturais, entre outros. Ele considera a origem e a identificação da disci plina nas várias tradições de pesquisa, levando em conta a questão da orientação metodológica e da diversidade cultural. Por fim, o artigo tenta detectar alguns projetos e desideratos da disciplina que podem delinear sua identidade no futuro próximo.
Figura: Studies on the Classical Tradition, 2022
Jesus de Nazaré, enquanto personagem da história, nasceu, viveu e morreu em uma província do Império Romano, mais precisamente, na Palestina romana. A figura do Cristo, por outro lado, é conformada longe dali, na própria capital imperial, na cidade de Roma. Assim, inspirada no Jesus histórico, a concepção do Cristo messiânico daria origem a uma nova religião que se desenvolveria e ganharia impulso, propriamente, no interior do Império. Consequentemente, partindo de suas origens judaicas, o fruto desse encontro entre o nascente pensamento cristão e a cultura clássica foi o enfrentamento e as tensões oriundas desse choque de ideias, mas também as múltiplas relações e até mesmo, paulatinamente, a conjunção entre aspectos das matrizes pluriculturais da tradição clássica e a cultura cristã que rapidamente se fortalecia e se propagava. Por conseguinte, desse encontro surgiram pontos de convergência e de dispersão, de aproximações e distanciamentos, que a chamada para este dossiê, intitulado O clássico e suas apropriações na tradição cristã, se propôs a abordar.
Um período de intensa movimentação tanto para a arte do teatro como para a guerra, nos faz ver o quanto foi criativo e crente o período Clássico para os atenienses. Aristófanes, Eurípides, Sófocles no teatro e Péricles, Alcibíades na guerra. As peças teatrais retratavam de forma cômica ou trágica o coletivo cotidiano de Atenas, enquanto Platão, Aristóteles e outros filósofos questionavam os princípios que regiam a pólis e a vida na pólis. Ao lado acreditamos que as guerras (Maratona, Peloponeso) incitavam a fé nos deuses, seja para conseguir a vitória em uma batalha seja nos ritos funerários para guiar a alma dos mortos para o Mundo Subterrâneo.