A construção e ocupação do lugar carnavalesco pelos blocos de rua da cidade do Rio de Janeiro (original) (raw)
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Revista Lusófona de Estudos Culturais, 2019
A partir da proposta da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro de criar uma arena para desfile de blocos carnavalescos, para o carnaval de 2018, projeto que ficou conhecido como “Blocódromo”, visamos identificar que aspectos deste empreendimento – que não saiu do papel – ganharam vida no carnaval de 2019. Para tanto, abordaremos esta manifestação carnavalesca como objeto de ressignificações na sociedade contemporânea, o que se revela de modo evidente nos variados estágios de reformulação do projeto Arena Carnaval Rio, tanto em 2018 (o que inclui mudanças estruturais e de data) como em 2019, quando recebeu um outro formato, cuja implementação esbarrou em novos processos de negociação. A partir daí, utilizando alguns blocos de carnaval, analisaremos a ideia de apropriação destes grupos como produtos de interesse mercadológico, tanto por empresas privadas quanto pelo poder público, destacando questões como a perda de controle sobre práticas culturais assim como os efeitos da mercantili...
Carnaval e Ataque: a potência visual dos blocos piratas no Centro do Rio de Janeiro
BELART, VICTOR. Carnaval e Ataque: a potência visual dos blocos piratas no Centro do Rio de Janeiro. In: Congresso Ibero-americano Interdisciplinar de Economia Criativa. Rio de Janeiro : ESPM, , 2021
Nos últimos anos, intensificou-se no Rio de Janeiro a popularidade do Carnaval de rua tido como "não oficial". Na cidade que havia se acostumado a investir em megaeventos, alguns microeventos independentes tornaram-se febre pelo Centro e em outros espaços da cidade. Cortejos musicais não autorizados pela Prefeitura passaram a atrair a atenção de foliões e turistas, dividindo audiência com os já tradicionais megablocos, megashows e desfiles da Sapucaí. Neste trabalho, em observação participante, são investigadas as apropriações dadas por este movimento em praças e espaços recentemente reformados no Centro, especialmente após a passagem das Olimpíadas Rio 2016. Invadindo uma região projetada para abrigar grandes shows de outra natureza, tais blocos burlavam a repressão e criavam novas formas de ocupar a cidade em momento de crise econômica. Investigo aqui a potência criativa desses grupos que incorporam diferentes bandeira políticas, atraem o interesse de marcas, reinventam espaços públicos e modificam as formas de uso para praças, túneis, monumentos e diferentes aparelhos urbanísticos inaugurados recentemente pelo Rio.
PragMATIZES - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura, 2018
O século XXI trouxe consigo a expansão do carnaval dos blocos de rua na cidade do Rio de Janeiro em proporções cada vez mais expressivas, tanto no número de blocos quanto de foliões. Inserida nesta recente valorização de brincar o carnaval, os blocos de rua na cidade do Rio de Janeiro se veem em meio a uma discussão entre o aumento da rentabilidade econômica através da mercantilização da/na festa, associada à sua profissionalização, e a valorização de práticas tradicionais de se brincar o carnaval através da discussão da sua patrimonialização. Busca-se, a partir desse panorama, compreender o processo de (re)tradicionalização pelo qual vem passando o carnaval dos blocos de rua na cidade do Rio de Janeiro. Problematizando os múltiplos significados que a noção de tradição carnavalesca tem para os diferentes agentes que organizam a festa e suas ações pela patrimonialização da festa.
Na última década, a relação da música e os espaços da cidade do Rio de Janeiro fez surgir novas territorialidades cariocas. A interação indivíduo/espaço público vem produzindo novos sentidos e promovendo a criação de políticas públicas em torno dos territórios urbanos. A partir da experiência dos grupos Orquestra Voadora e Sargento Pimenta durante o carnaval carioca no Aterro do Flamengo, procuramos observar de que modo e como, grupos e indivíduos ocupam e re-significam os espaços da cidade e fazem surgir novos circuitos comunicacionais e de difusão da música
2016
Resumo: Este artigo tem como objeto de estudo investigar a producao dos territorios culturais atraves dos festejos carnavalescos na Paris dos tropicos, a cidade do Rio de Janeiro, durante o periodo compreendido entre idos dos anos de 1840 ate 1855, quando houve como fenomeno recorrente uma mudanca de concepcao e assim, oposicao no uso do espaco produzido da cidade durante o periodo momesco. Justifica- se esse recorte temporal como a primeira producao de diferentes territorios pela folia na capital do imperio, o embate entre entrudo e os bailes de mascara, desta forma observa-se a construcao da identidade pelos festejos durante os referidos embates. Este periodo foi marcado por uma intensa disputa de como festejar e legitimar o verdadeiro carnaval. A elite trocou os limoes de cheiro e passou a ocupar o espaco com o uso das mascaras decoradas dos bailes nos teatros, importados a moda francesa. Enquanto que as demais camadas da sociedade ainda se divertiam em suas molhadelas caracteri...