"A Música Popular Brasileira (MPB) como Veículo de Aprendizado da Língua Portuguesa". Frontier of Foreign Language Education, vol. 1. Graduate School of Language and Culture, Osaka University, March 2018. (original) (raw)

CASTAGNA, Paulo. A música como instrumento de catequese no Brasil dos séculos XVI e XVII. In: AZEVEDO, Francisca N. e MONTEIRO, John Manuel. Confronto de culturas: conquista, resistência, transformação. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura; São Paulo: Edusp, 1997. p.275-290.

A 29 de março de l549, desembarcavam os primeiros jesuítas na Bahia, com o difícil propósito de obter a “conversão do gentio”. Essa empresa já estava sendo preparada pela Igreja, pelo menos, duas décadas antes de se concretizar o fato. Pela bula Inter Arcana, de 8 de maio de 1529, o Papa determinava que “as nações bárbaras venham ao conhecimento de Deus não só por meio de éditos e admonições, como também pela força e pelas armas, se necessário, para que suas almas possam participar do reino do céu”. A conquista de novas almas era uma das tarefas inevitáveis que assumia a Igreja, no combate às “novidades alemãs”, como se ouvia dizer no século XVI. Ao lado dessa estratégia, a Contra Reforma seria estruturada nas decisões do Concílio de Trento (1546-1563), recebendo o apoio do rei de Portugal, antes mesmo de começarem as reuniões, como se observa pela declaração de 23 de junho de 1545: “por que asy como na eixecuçam do que o Sagrado conçilio Determinar ey eu de trabalhar por fauorecer e aJudar com todas as minhas forças e de meus Regños”. Da cristianização, encarregou-se principalmente a Companhia de Jesus, cujas atividades se iniciaram com o pacto de 15 de agosto de 1534. Favorecida, desde o princípio, pelo soberano português, o qual se propunha a colaborar de todas as formas possíveis para deter o avanço do luteranismo e do calvinismo, inclusive pela iniciativa de colonizar a “Terra do Brasil” em prejuízo das tentativas francesas, a Companhia aceita o apelo de D. João III para promover a evangelização nas terras do ocidente. Submeter os “brasílicos” ao rei de Portugal e ao Deus de Roma tornava-se a máxima da Companhia de Jesus na “Província do Brasil”. Apesar de outras ordens católicas enviarem missionários para a América Portuguesa, foram os inacianos os que mais se empenharam na catequese dos indígenas, até que a lei de 3 de setembro de 1759 os obrigasse a se retirar de seus domínios. E, tão logo se iniciava a aventura, seus representantes inauguravam, dentre todos os métodos que utilizariam, uma prática que, com pequenas diferenças, subsiste até hoje nos sertões do país: o ensino de orações e outros textos cristãos cantados, na “língua brasílica” e na língua do conquistador. O ensino musical, durante a permanência dos jesuítas no Brasil, sempre foi intenso, desempenhando forte papel no ministério com os indígenas. Da insistência nessa “arte”, surgiriam índios capazes de reproduzir todas as manifestações musicais básicas do culto cristão, os “nheengaribas” ou “músicos da terra”, como seriam conhecidos entre os portugueses. Nas missões do Sul, no século XVIII, alcançaram um estágio extraordinário de desenvolvimento, construindo seus próprios instrumentos e executando música européia de relativa complexidade técnica.

Música e Língua Portuguesa

Anais do II Seminário Nacional do Fladem Brasil, 2018

Resumo: Neste artigo, fruto de pesquisa bibliográfica, refletimos acerca da música enquanto uma das possibilidades de manifestação da linguagem a serem desenvolvidas na disciplina Língua Portuguesa presente no currículo do Ensino Médio. De modo semelhante, indicamos a possibilidade do trabalho dos conteúdos de português nas aulas de Música. Objetivamos desse modo a sensibilização dos docentes de ambas as áreas para o significativo ganho formativo que pode ocorrer caso os conhecimentos de ambas sejam compreendidos de forma efetivamente integrada, concepção vinculada à formação integral dos sujeitos. Palavras-chave: Currículo Integrado, Ensino Médio, Educação Musical, Português, Educação integral.

BELCHIOR, Ygor Klain. Música popular afro-brasileira e o ensino de história. In: Dignidade humana e educação: contribuições interdisciplinares.1 ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2021, v.1, p. 197-217.

Na atualidade, vivemos uma conjuntura muito difícil. Sem pausas, a ofensiva conservadora ganhou força nos últimos anos no Brasil e no mundo. Em nosso país, mesmo sem nunca ter abandonado de fato seu passado de injustiças, opressões e desigualdades sociais, observamos um aprofundamento dos ataques contra a dignidade humana. Desde 2016 observamos a destruição das poucas conquistas obtidas no último período de democracia formal. O processo político que levou à derrubada de uma presidenta democraticamente eleita e a ascensão de um governo ultraconservador (no discurso moralista e no projeto socioeconômico) tem efetivado a destruição dos direitos sociais em uma velocidade avassaladora. Nesse contexto, o reconhecimento e a promoção da dignidade humana sofrem cotidianamente um duro golpe, e uma das expressões cotidianas mais importantes – a educação – tem sido o alvo predileto da guerra cultural desencadeada pelas forças políticas que alcançaram o poder. Não obstante, o ser humano é uma realidade social e existencial marcadamente abrangente, com múltiplas possibilidades de desenvolvimento de seu próprio ser, não se restringindo a apenas uma dessas possibilidades. A educação é chamada a participar ativamente desse debate antropológico e político, na perspectiva de pensar a formação humana em termos integrais. Que integralidade é essa? Que todo é esse? O que é o homem, como indivíduo e como ser social? Quais concepções societárias estão na base dos mais variados projetos educacionais e que repercutem na ideia de humanidade? Estas são questões que, em última instância, colocam a própria educação em debate. E isso é necessário, a fim de que o homem, ao longo de todo seu processo vital-educacional, tenha sempre mais consciência e protagonismo no desenvolvimento de sua própria humanização. É nessa perspectiva que esse livro se propõe. Ele busca apresentar reflexões sobre a educação como instrumento a serviço do desenvolvimento e da promoção da dignidade integral do ser humano, a partir de diferentes perspectivas e áreas de conhecimento – notadamente da Pedagogia, da História e das Ciências Sociais Aplicadas –, problematizando práticas, experiências discursos e projetos pedagógicos distintos e sob variadas linhas e campos de abordagem, bem como apresentando distintos arcabouços teóricos, epistemológicos, filosóficos e metodológicos ao debate sobre a educação contemporânea.

A LINGUAGEM MUSICAL COMO INSTRUMENTO METODOLÓGICO E PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM EDUCAÇÃO MUSICAL

The present work, based on the premise music as a language, aims to reflect some approaches in music education, highlighting the importance of a clear and objective musical language. Through bibliographic research, we will give theoretical basis to work, to better support the practice. This study is directed to a musical education work, where the theoretical learning in full and musical practice are the end result, and the language is the means interlocutor of this objective.

Língua e Cultura Do Brasil Refletidas Na Música Popular

Revista Intercâmbio ISSN 1806-275x, 2010

As mudanças ocorridas na sociedade motivaram a elaboração de uma nova política educacional. A criação da proposta oficial dos Parâmetros Curricu-lares Nacionais traz uma série de inovações no que diz respeito às habilidades básicas exigidas pelos novos ...