ANÁLISE DO DISCURSO: O DISCURSO (original) (raw)

A ANÁLISE DO DISCURSO NO TURISMO

Multirreferencialidades nas Ciências e na Educação organizado por Joaquim Gonçalves Barbosa. Traduzido por Sidnei Barbosa. São Carlos, UFSCar., 1998

Este texto apresenta reflexões sobre a metodologia "análise do discurso", aplicado ao turismo. Mostra como o discurso transformou o turismo em signo, e o que era plurivalente acaba transformando-se em discurso coletivo ou monovalente. Investiga como os signos, em uma abordagem crítica, são produzidos num percurso sócio histórico e por razões socioeconômicas, associando significantes e significados. Mostra que o sentido construído para o turismo delimita um raio de possibilidades para a operacionalização de ideologia. Nos deslocamentos de sentidos é construído um discurso coletivo no turismo o da geração de emprego e renda. Por fim analisa o discurso dos governos, dos empresários e das comunidades buscando resignificação de conceitos.

A ANÁLISE DO DISCURSO COMO UMA FERRAMENTA PARA FACILITAR O DIÁLOGO INTERCULTURAL

Através do método hipotético dedutivo e baseado nos relatos dos Autores do livro Cafundó acerca da linguagem de uma comunidade quilombola, vislumbraram-se pontos de contado entre a interpretação feita pelos Autores e o aporte teórico de Michel Pêcheux na análise do discurso. Contudo, verifica que, tal como prevê a própria análise do discurso, passou despercebida na linguagem daquela comunidade, uma nuance importante da ideologia do grupo quilombola, que se revela na tentativa de esconder os significados das palavras no diálogo, e na comunhão da língua com poucas pessoas não pertencentes ao grupo. Esta ideologia que se percebe, neste momento do estudo, considerando-se o pluridade do Estado nacional e o multiculturalismo, é que da mesma forma que o grupo teria sido excluído ou não incluído pela população majoritária, haveria um movimento de exclusão e não inclusão de outras pessoas pelo grupo quilombola, sendo certo que a percepção desta ideologia, através da análise do discurso, poderia facilitar o contato, fazendo com que os marcos divisórios de sobreposição cultural fossem reduzidos, facilitando o diálogo intercultural.

NO CAMPO DISCURSIVO: TEORIA E ANÁLISE

2020

Qual o lugar do linguista na análise do discurso? É a perguntatítulo que guia o quarto capítulo, escrito por Pedro de Souza. A discussão se dá em torno de um debate de Foucault sobre A Arqueologia do saber, na Rádio France Cultura, em 2 de maio de 1969, em que os entrevistadores propõem a polêmica pergunta de qual seria a diferença entre objeto discursivo e não-discursivo. O destaque é para a resposta de Foucault: o objeto do discurso é fabricado pelo próprio discurso. Souza salienta que importante é se considerar a questão seguinte: sobre o discurso o que e como se analisa? Por fim, o autor propõe o emprego de certo conceito de discurso que não o pressupõe como objeto linguageiro a priori, e sim como prática resultante de um ato de fala. O quinto capítulo da primeira parte, O gêneros do discurso nos estudos discursivos de base dialógica, de Rodrigo Acosta Pereira, Luana de Araujo Huff e Amanda Maria de Oliveira, traz uma discussão teórico-metodológica acerca das contribuições da teoria de gêneros do discurso para os Estudos Dialógicos da Linguagem. Os autores retomam as explicações conceituais dos escritos do Círculo, à luz do discurso e da enunciação, delineando considerações tanto de base epistemológica quanto teórico-metodológica, e ratificam a posição de pesquisas de base dialógica que partem do matiz social, histórico e cultural para a materialidade linguística. Recepções do pensamento bakhtiniano no ocidente: a verbivocovisualidade no Brasil, escrito por Luciane de Paulae José Antonio Rodrigues Luciano, é o sexto capítulo deste No campo do discursivo. Propõe um levantamento analítico das várias recepções das obras bakhtinianas no Ocidente. Os autores apresentam uma leitura com vistas a compreender as particularidades dos textos no encontro com culturas diferentes, o que provoca interpretações do pensamento de Bakhtin e do Círculo de pontos de vista distintos. O estudo busca entender de que maneira essas recepções influenciaram a recepção brasileira a partir da reflexão acerca dos desdobramentos da filosofia bakhtiniana na contemporaneidade, sobretudo no Brasil.

A DIALÉTICA DO DISCURSO 1

RESUMO O artigo focaliza a dialética do discurso na formulação da Análise Crítica de Discurso, com base na concepção da semiose como elemento inseparável de todos os processos sociais materiais. O autor também destaca discursos como imaginários, incluindo representações de como as coisas são, têm sido, poderiam e/ou deveriam ser, com vistas a dimensionar as relações dialéticas entre as práticas discursivas e as demais práticas sociais.

ANÁLISE DO DISCURSO PUBLICITÁRIO

Este é um estudo de textos da publicidade publicados em revistas nacionais, com o propósito de analisar as identidades de gênero, que são construções discursivas sustentadas por ideologias hegemônicas de feminilidade e masculinidade nas práticas socioculturais. Um poderoso discurso da pósmodernidade que promove uma cultura consumista, a publicidade constrói discursivamente estilos de ser e representações identitárias. O artigo discute as bases lingüísticas da teoria crítica do discurso, adotando a abordagem da análise de discurso textualmente orientada (ADTO). Nessa perspectiva teórico-metodológica, é analisado o gênero discursivo publicitário: os aspectos semióticos, o vocabulário, a coesão, a modalidade, a intertextualidade e a interdiscursividade. O resultado do estudo indica que o gênero discursivo produz identidades híbridas.

A FUNÇÃO EXISTENCIAL DO DISCURSO: SOBRE A OPINIÃO

A FUNÇÃO EXISTENCIAL DO DISCURSO: SOBRE A OPINIÃO, 2023

O presente artigo busca discutir a tradicional separação entre saber e opinião, nas formas que assumem enquanto discursos, destacando não o problema da ordem do conhecimento, mas tomando a opinião enquanto representação de um certo objeto de "não-saber", vinculado muito mais a constituição ética e subjetiva do sujeito que efetivamente à uma forma de conhecimento acerca de objetos epistemológicos. Para tal pesquisa utilizou-se do método indutivo numa investigação arqueológica por entre a literatura consagrada a questão, em especial acerca da Arqueologia do Saber, de Michel Foucault, e as contribuições de Félix Guattari acerca da filosofia e dos enunciados, deslocando a questão do eixo conhecimento-verdade, saber-poder, para o paradigma éticoestético. Nesse momento, desenvolveu-se o conceito de função existencial do discurso enquanto conceito capaz de melhor identificar esse objeto de não saber, explorando a s implicações entre discurso, enunciados e composição do sujeito, trabalhando numa perspectiva crítica da filosofia da ciência.