A dialética conhecimento/transformação do mundo no legado marxista (original) (raw)

Materialismo histórico-dialético e a transformação da realidade

EccoS – Revista Científica

O objeto deste artigo é o Materialismo Histórico-Dialético. O problema de pesquisa é analisar a possibilidade de esse método transformar a realidade. O objetivo é discutir a dialética como método, que busca a transformação da realidade. A pesquisa é bibliográfica e realizada com base nas ideias de teóricos que refletiram sobre os aspectos históricos do Materialismo Dialético. Os conceitos básicos desse método fundamentaram a pesquisa. Investigaram-se os contextos históricos, a arte do diálogo, as contradições e as ideias no interior da mente humana. No platonismo, a teologia condenou a dialética. Na Idade Moderna, a dialética foi considerada inútil. No Renascimento a organização democrática, desenvolveu a plenitude do homem. Foram analisadas, também, a dialética, a concepção de homem, de sociedade e de relações de produção. A práxis definida como a verdade sobre a realidade expressa nas ações dos homens, que transformam e produzem a própria história. A teoria e a prática tornam-se ...

O marxismo hegeliano e a nova leitura dialética da obra de Marx

2013

O artigo a seguir apresenta uma explicitacao critica do renascimento, em anos recentes, da hermeneutica dialetica da obra marxiana, consubstanciada na corrente difusamente denominada de Marxismo Hegeliano . Aqui se tomou para analise dois de seus mais importantes representantes: Christopher Arthur e Bertel Ollman. Cada qual a sua maneira e com pontos de partida diversos, o primeiro a pretensao de esclarecer uma pretensa logica dialetica de articulacao conceitual subjacente a cientificidade de Marx, o segundo tentando responder a questao da emancipacao humana, ambos tem em comum a ancoragem logico-epistemica da obra marxiana na filosofia hegeliana. Tendo por pressuposto o projeto de investigacao recentemente desenvolvido e objetivado em tese de doutorado ja defendida sobre o tema da cientificidade da critica marxiana da economia politica , o presente trabalho busca identificar os principais problemas e aporias teoricos da propositura de uma aproximacao demasiado forte de Marx a Hegel.

A Dialética e o Marxismo

Peço licença para começar por uma curiosa experiência vivida há muitos anos, em 1964, no IPM do ISEB. Interrogado por um coronel a respeito de uma palestra que eu havia feito sobre o marxismo, falei em dialética. Para a minha surpresa, o coronel explicou ao sargento datilógrafo: "A dialética é esse negócio que os comunas inventaram para dizer que uma coisa é, mas ao mesmo tempo não é"… No momento em que ouvi a explicação, por força da situação grotesca, achei-a apenas engraçada. Sinistra, porém cômica. Com o tempo, entretanto, comecei a reconhecer que havia alguma procedência naquela crítica rudemente formulada: de fato, com esse sentido a dialética tem sido -e continua sendo -usada com freqüência.

O caráter histórico-social do conhecimento no pensamento de marx

Vol. 40, 3, 2017

O caráter histórico-social Artigos / Articles O caráter históricO-sOcial dO cOnhecimentO nO pensamentO de marx Reginaldo Aliçandro Bordin 1 Resumo: Este texto tem por objetivo discutir a teoria do conhecimento em Marx e em Engels, além de pontuar os estudos que realizaram sobre a ciência. Esses pensadores do século XIX não se destacaram por elaborar reflexões filosóficas sobre o tema, tal como os modernos fizeram; para compreender o momento histórico deles, caracterizado pela produção capitalista, as preocupações orientavam-se para revisar as filosofias idealistas, considerando-as ideológicas e insuficientes para pensar o que entendiam por realidade material, social. Em contraposição, elaboraram um novo pressuposto teórico pelo qual procuravam explicitar a articulação entre as forças produtivas, concebendo-as como base sob as quais se engendram as relações sociais e as ideias a elas correspondentes, bem como as lutas históricas travadas no interior da mesma sociedade. Compreenderam que o conhecimento e a ciência estão articulados com as bases materiais da produção e que cabe a eles explicar as relações. Esse modo de entender a sociedade de seu tempo mostra-se original, o que justifica estudos que tendem a buscar neles referências teóricas para explicitar as contradições atuais.

A produção dialética do currículo: apontamentos sobre um currículo marxista

Anais do VIII Encontro Brasileiro de Educadores Marxistas, 3 a 5 de maio de 2018 UNIOESTE – Cascavel/PR: ABEM, 2018., 2018

Resumo: Partindo da aparente dicotomização do currículo que distingue o processo de produção curricular em elaboração e execução, apresentamos, inicialmente, como essa questão é tratada no campo da história do currículo e da teorização curricular. Na sequência, tratamos das implicações do pós-modernismo – na perspectiva dos Estudos Culturais e do Multicultiralismo – na produção curricular sobre influência dessa dicotomia. E, por fim, trazemos alguns apontamentos que indicam a possível superação da referida dicotomização por um currículo marxista, capaz de relacionar dialeticamente os aspectos de elaboração e execução no processo de produção curricular.

A dialética do imperialismo: contribuição para uma reinterpretação marxista

Crítica Marxista, 2018

Ao reler as teorias mais difundidas sobre o imperialismo, me deparei com divergências entre elas que pareciam insolúveis. Cada uma parecia ser verdadeira num sentido restrito, como se descrevessem partes isoladas do complexo e abrangente fenômeno. Essa heterogeneidade, contudo, constitui uma potência pouco explorada pela crítica marxista: por mais contraditórias que possam ser as teorias surgidas em tempos e espaços distintos, seu exame em conjunto fornece caminhos necessários e úteis para compreender o objeto para além de seu desdobramento concreto. Com este pequeno artigo, utilizarei a heterogeneidade do desenvolvimento teórico como meio para oferecer uma interpretação de inspiração ontológica sobre o imperialismo, sobre o que ele é, sobre sua realidade objetiva. A hipótese defendida aqui é que a existência de várias leituras diferentes sobre o imperialismo- frise-se o tratamento no singular- sugere que, por mais multifacetado que seja, ele continua sendo o imperialismo independentemente do ângulo que o observe. Com esse truísmo, sugiro que a existência de diversas e heterogêneas teorias reflete o fato de que ele se apresenta no mundo das aparências sob várias roupagens, sob distintas formas de manifestação. Ao mesmo tempo, defendo que por trás da aparência reside uma determinação invisível, oculta: a essência do imperialismo, que permanece mesmo com todas as mudanças de forma do objeto.

A autoridade do legado e a renovação do mundo segundo Larrosa

Revista Linhas Críticas, 2024

Como seria pensar a educação não a partir da relação entre ciência e técnica e/ou teoria e prática, mas visando o par experiência e sentido? Tendo em vista que a análise de textos filosóficos, literários e a reflexão sobre sua própria experiência como professor são os eixos da experiência intelectual de Larrosa, encontramos uma discussão em torno dessa proposta na reflexão teórica de autores como Benjamin e Heidegger. Posteriormente, em um diálogo com a obra de Arendt, visando uma concepção de escola que pensa o comum e a capacidade de as novas gerações renovarem o mundo, Larrosa inova nossa possibilidade de pensarmos a concepção de experiência na escola ao insistir que se deve dar autoridade ao mundo, à tradição (restaurando a ideia de autoridade – não no sujeito e nem no professor). Entretanto, o que a experiência nos permite pensar, dizer, fazer no campo pedagógico?

A pronúncia do mundo como práxis libertária

Santos, Elisângela Maranhão dos. Mães da Saudade de Pernambuco: resistência e luta pela vida, 2017

Quando entrei em contato com educadores populares de Recife e Olinda no ano de 2000, eles lembravam com orgulho da virada dos anos 1980, época em que se tornaram uma força coletiva a favor dos meninos e meninas de rua do país. Com nostalgia, lembravam como costumavam ser muito mais numerosos. Foram voz ativa na Constituinte, quando conseguiram avanços no marco legal, culminando no Estatuto da Criança e do Adolescente. Foram centrais para a implementação do sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente na década de 1990. O movimento, contudo, não tardou a enfraquecer. Com a tendência generalizada da profissionalização das ONGs ao longo das décadas seguintes, muitos dos grupos populares foram sumindo e os educadores minguando.