Estrutura Oracional e Posição do Verbo no Português Clássico (original) (raw)

Valências verbais no Português Clássico

2008

M a r i a C l a r a P a i x ã o d e S o u s a P e s q u i s a d e p ó s -d o u t o r a d o s o b a s u p e r v i s ã o d e E s m e r a l d a V a i l a t i N e g r ã o U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o F a c u l d a d e d e F i l o s o f i a , L e t r a s e C i ê n c i a s H u m a n a s D e p a r t a m e n t o d e L i n g ü í s t i c a O u t u b r o d e 2 0 0 7 -A g o s t o d e 2 0 0 8

Posição do Verbo no Português Clássico: Evidências de um Sistema V2

2011

RESUMO: Dentro do quadro teórico da Gramática Gerativa, um dos aspectos mais discutidos a respeito da evolução gramatical das línguas românicas é a sintaxe de posição do verbo. Em particular, muito se tem debatido se essas línguas, em estágios passados, manifestavam movimento do verbo para a periferia da sentença à semelhança de línguas V2 como o ). Neste artigo, discutiremos a questão da sintaxe de posição do verbo em textos do Português Clássico, um período intermediário entre o Português Antigo e o Português Europeu Moderno. A partir de uma investigação em dois textos do século XVII, tomados aqui como representativos da gramática do Português Clássico, o objetivo central é mostrar que o Português dessa fase pode ser caracterizado como um sistema gramatical que instanciava de maneira sistemática movimento do verbo para C 0 , evidenciando, portanto, a natureza V2 dessa gramática ao menos no que concerne à sintaxe de posição do verbo.

Aspectos da Sintaxe de Posição do Verbo na História do Português Europeu

2008

RESUMO: Neste artigo, são apresentadas algumas das questões tematizadas por pesquisa (em andamento) cujo objetivo é, entre outros aspectos, definir a posição de verbos finitos na estrutura oracional de duas gramáticas na história do Português Europeu: Português Europeu Moderno e Português Médio. A discussão será realizada no âmbito do quadro teórico da gramática gerativa em sua versão minimalista (cf., por exemplo, Chomsky 1995).

O Clítico SE e a Ênclise no Português Clássico

2008

O clítico se e a ênclise no português clássico 1 André ANTONELLI Resumo: No Português Europeu, do século XVI ao XIX, a ênclise e a próclise podem co-ocorrer no contexto sintático das orações afirmativas finitas nãodependentes XP-V, sendo XP um sintagma de natureza [+ referencial]. Em textos escritos antes do século XVIII, período este em que o uso da próclise predomina nesse contexto específico, notam que a opção pela ênclise está fortemente associada ao uso do clítico se. Elas mostram que, em textos dos séculos XVI e XVII, um alto percentual de ênclise em sentenças sujeito-iniciais tipicamente traduz-se em uma alta proporção da ordem "sujeito + verbo + clítico se". Esse mesmo paradigma, porém, não é observado para os textos dos séculos XVIII e XIX, a partir de quando passa a ocorrer um aumento generalizado no uso da ênclise. Isso porque, nos textos escritos por autores nascidos após 1700, a distribuição da ênclise com se e com os outros clíticos é muito mais balanceada. Dada essa particularidade no fenômeno da colocação de clíticos do Português Europeu envolvendo o pronome se, procuramos propor, dentro do quadro teórico da gramática gerativa, uma explicação para a relação entre a ênclise e o clítico se nos séculos XVI e XVII.

A ordem e a função do clítico SE no Português Clássico

Entrepalavras, 2017

Among the clitics, the SE is noteworthy for presenting a different behavior: while the other clitics are associated to the object function, SE can be associated to the subject or object. Based on Brito, Duarte and Matos (2003), we characterize three types of SE associated with the subject and object function: the passive SE, indefinite SE and SE as a reflexive pronoun. In this paper we describe the use of clitic SE in neutral main clauses, with the objective of observing the possible existence of a relationship between the position and the type/function of this clitic in texts by Portuguese authors born in the sixteenth, seventeenth and eighteenth centuries, from the Tycho Brahe Corpus. The use of SE associated with the subject function, passive SE and indefinte SE, neutral main clauses, seems to favor the enclitic placement in variation contexts, even in the sixteenth and seventeenth centuries, in which the frequency of proclisis is superior, because, in the distribution of the type of SE by placing, the frequency of enclisis for these two types of SE remain quite high in the contexts of enclisis/proclisis variation, the opposite happens with the SE as a reflexive pronoun that keeps high frequency of proclisis and marginal enclisis.

As Vozes Verbais na gramática normativa

À professora Maria Clara Paixão de Sousa, pela paciência, disposição e por sua contribuição efetiva em me auxiliar na superação de meus próprios limites e em direcionar, corrigir e lapidar um trabalho desta magnitude, que exige o desenvolvimento de várias habilidades como o da escrita, da leitura, do raciocínio lógico e da capacidade de pesquisar com o critério e rigor que um trabalho acadêmico exige.

A subida de clíticos e o estatuto do complemento de verbos causativos do Português Clássico

Anais do SETA, 2010

A subida de clíticos consiste no posicionamento de um pronome clítico semanticamente dependente de um verbo não-finito junto a um verbo superior. Este trabalho tem por objetivo descrever sua ocorrência no âmbito de predicados causativos do português clássico, que podem formar, juntamente com um infinitivo, a construção de “união de orações”. Para tanto, cerca de setecentas sentenças com verbos causativos obtidas a partir do corpus Tycho Brahe foram classificadas quanto ao tipo de construção, ou seja, se manifestam um predicado complexo, marcação excepcional de caso ou ambiguidade entre as duas opções. Os resultados mostram que a proporção de sentenças indubitavelmente formadoras de predicado complexo diminui com o tempo, fato que deve ser atribuído à perda de um sistema V2 no início do século XVIII, que levou à preferência pela construção ECM, em que o infinitivo apresenta uma posição fixa para o sujeito.

Análise Variacionista Da Ordem Dos Clíticos Pronominais No Português De Moçambique

2021

Com base em aporte da Teoria da Variacao e Mudanca (WEINREICH, LABOV, HERZOG; 1968; LABOV, 1972; 1994; 2003), o presente artigo tem como objeto de estudo a ordem de cliticos pronominais na variedade urbana do Portugues de Mocambique, de modo a investigar os contextos de realizacao das variantes pre-verbal (proclise) e pos-verbal (enclise) na modalidade falada. Tomando por base o principio da heterogeneidade ordenada, investiga-se a atuacao de possiveis elementos condicionadores da variacao, de natureza estrutural ou extralinguistica, atentando, sobretudo, aos chamados problemas da restricao e do encaixamento. Para a investigacao da colocacao pronominal com formas verbais simples, sao analisados dados de entrevistas com individuos que possuem o Portugues como L1 ou L2, homens e mulheres, distribuidos por diferentes faixas etarias e niveis de escolaridade, disponibilizados no Corpus Mocambique-Port (VIEIRA; PISSURNO, 2016). Alem das variaveis extralinguisticas, sao controladas variave...

O clítico e seu lugar na estrutura prosódica em português brasileiro

2008

O objetivo deste trabalho e discutir a estrutura prosodica dos cliticos em portugues brasileiro, com base na analise de Selkirk (2004). Segundo a proposta da autora, que tem como referencial teorico a Teoria da Otimidade, a prosodizacao dos cliticos e gerada pela hierarquia entre restricoes de dominância prosodica e restricoes de alinhamento. As evidencias trazidas apontam para a prosodizacao do clitico como anexado a uma frase fonologica, ou seja, rejeitamos a ideia de que o clitico incorpora-se ou adjunge-se a uma palavra prosodica. Alem disso, diferentemente de Bisol (2000, 2005a), apontamos para a inexistencia de um constituinte prosodico como o grupo clitico.