Posição do Verbo no Português Clássico: Evidências de um Sistema V2 (original) (raw)

Valências verbais no Português Clássico

2008

M a r i a C l a r a P a i x ã o d e S o u s a P e s q u i s a d e p ó s -d o u t o r a d o s o b a s u p e r v i s ã o d e E s m e r a l d a V a i l a t i N e g r ã o U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o F a c u l d a d e d e F i l o s o f i a , L e t r a s e C i ê n c i a s H u m a n a s D e p a r t a m e n t o d e L i n g ü í s t i c a O u t u b r o d e 2 0 0 7 -A g o s t o d e 2 0 0 8

Estrutura Oracional e Posição do Verbo no Português Clássico

2008

RESUMO: À luz de pressupostos da Teoria de Princípios e Parâmetros em sua versão minimalista (CHOMSKY, 1995, e trabalhos subsequentes), o objetivo central do presente artigo é determinar a posição ocupada pelo verbo finito na estrutura oracional de sentenças declarativas da gramática do Português Clássico. Para isso, investigaremos a Grammatica da Lingoagem Portuguesa, obra de Fernão de Oliveira publicada em 1536, tomando-a como um texto representativo da gramática do período clássico do Português Europeu. Aqui, defenderemos que a posição final do verbo seja no núcleo da categoria funcional FP (no sentido de URIAGEREKA, 1995), localizada entre CP e TP.

Aspectos da Sintaxe de Posição do Verbo na História do Português Europeu

2008

RESUMO: Neste artigo, são apresentadas algumas das questões tematizadas por pesquisa (em andamento) cujo objetivo é, entre outros aspectos, definir a posição de verbos finitos na estrutura oracional de duas gramáticas na história do Português Europeu: Português Europeu Moderno e Português Médio. A discussão será realizada no âmbito do quadro teórico da gramática gerativa em sua versão minimalista (cf., por exemplo, Chomsky 1995).

Movimento do Verbo e Perda de SE Apassivador no Português Brasileiro

2008

RESUMO: À luz de pressupostos da Teoria de Princípios e Parâmetros em sua versão minimalista (Chomsky 1995), discute-se a perda de concordância entre o verbo finito e o argumento interno em estruturas transitivas envolvendo o clítico se, tradicionalmente conhecidas como construções com se apassivador, no âmbito da história do Português produzido no Brasil. A hipótese explorada aqui relaciona a perda desse tipo de estrutura a uma mudança ocorrida na sintaxe de posição do verbo, mais especificamente a perda de movimento do constituinte verbal para além do domínio de TP, mudança esta associada à impossibilidade de checagem de Caso nominativo e de traços φ de sujeito numa projeção intermediária localizada entre CP e TP. PALAVRAS-CHAVE: clítico se; movimento do verbo; mudança; Português Brasileiro.

A subida de clíticos e o estatuto do complemento de verbos causativos do Português Clássico

Anais do SETA, 2010

A subida de clíticos consiste no posicionamento de um pronome clítico semanticamente dependente de um verbo não-finito junto a um verbo superior. Este trabalho tem por objetivo descrever sua ocorrência no âmbito de predicados causativos do português clássico, que podem formar, juntamente com um infinitivo, a construção de “união de orações”. Para tanto, cerca de setecentas sentenças com verbos causativos obtidas a partir do corpus Tycho Brahe foram classificadas quanto ao tipo de construção, ou seja, se manifestam um predicado complexo, marcação excepcional de caso ou ambiguidade entre as duas opções. Os resultados mostram que a proporção de sentenças indubitavelmente formadoras de predicado complexo diminui com o tempo, fato que deve ser atribuído à perda de um sistema V2 no início do século XVIII, que levou à preferência pela construção ECM, em que o infinitivo apresenta uma posição fixa para o sujeito.

O Clítico SE e a Ênclise no Português Clássico

2008

O clítico se e a ênclise no português clássico 1 André ANTONELLI Resumo: No Português Europeu, do século XVI ao XIX, a ênclise e a próclise podem co-ocorrer no contexto sintático das orações afirmativas finitas nãodependentes XP-V, sendo XP um sintagma de natureza [+ referencial]. Em textos escritos antes do século XVIII, período este em que o uso da próclise predomina nesse contexto específico, notam que a opção pela ênclise está fortemente associada ao uso do clítico se. Elas mostram que, em textos dos séculos XVI e XVII, um alto percentual de ênclise em sentenças sujeito-iniciais tipicamente traduz-se em uma alta proporção da ordem "sujeito + verbo + clítico se". Esse mesmo paradigma, porém, não é observado para os textos dos séculos XVIII e XIX, a partir de quando passa a ocorrer um aumento generalizado no uso da ênclise. Isso porque, nos textos escritos por autores nascidos após 1700, a distribuição da ênclise com se e com os outros clíticos é muito mais balanceada. Dada essa particularidade no fenômeno da colocação de clíticos do Português Europeu envolvendo o pronome se, procuramos propor, dentro do quadro teórico da gramática gerativa, uma explicação para a relação entre a ênclise e o clítico se nos séculos XVI e XVII.

A ordem e a função do clítico SE no Português Clássico

Entrepalavras, 2017

Among the clitics, the SE is noteworthy for presenting a different behavior: while the other clitics are associated to the object function, SE can be associated to the subject or object. Based on Brito, Duarte and Matos (2003), we characterize three types of SE associated with the subject and object function: the passive SE, indefinite SE and SE as a reflexive pronoun. In this paper we describe the use of clitic SE in neutral main clauses, with the objective of observing the possible existence of a relationship between the position and the type/function of this clitic in texts by Portuguese authors born in the sixteenth, seventeenth and eighteenth centuries, from the Tycho Brahe Corpus. The use of SE associated with the subject function, passive SE and indefinte SE, neutral main clauses, seems to favor the enclitic placement in variation contexts, even in the sixteenth and seventeenth centuries, in which the frequency of proclisis is superior, because, in the distribution of the type of SE by placing, the frequency of enclisis for these two types of SE remain quite high in the contexts of enclisis/proclisis variation, the opposite happens with the SE as a reflexive pronoun that keeps high frequency of proclisis and marginal enclisis.

O Efeito V2 na História do Espanhol e Português Europeus

2014

Resumo: Abordamos a perda do efeito V2 na história do espanhol e do português europeus. Para isso, discutimos o que entendemos como língua V2, assumindo que efeito V2 implica em movimento do verbo para CP; apresentamos os argumentos que nos levam a analisar o espanhol antigo e o português antigo e clássico como línguas V2 e as possíveis causas das mudanças linguísticas; por fim, fazemos algumas considerações sobre como o contato de línguas na Península Ibérica pode ter influenciado na mudança linguística nas duas línguas.

Os Conceitos De Verbo Em Livros Didáticos De Língua Portuguesa

Anais Do Congresso Nacional De Estudos Linguisticos Conel, 2014

Este trabalho busca, através da análise dos conceitos de verbo apresentados nos manuais didáticos e dos exemplos que os acompanham, identificar as concepções teóricas que fundamentaram o processo de constituição de ambos, conceito e exemplo. Serão analisados, especificamente, o modo de enunciação do conceito, a sua filiação teórica e a relação com os exemplos que o demonstram didaticamente.