MARTINS, João Furtado, “Tanoeiros e Luveiros na Época Moderna: Trabalho, Sociabilidade e Cultura Material”, Revista Trilhas da História, vol.8, n.º 15, Três Lagoas, 2018, pp. 74-89. (original) (raw)

BRAGA, Isabel Drumond, “Um bufarinheiro francês na Lisboa quinhentista: trabalho, pobreza e luteranismo”, Revista Trilhas da História, vol. 8, n.º 15, Três Lagoas, 2018, pp. 30-43.

Trilhas da História, 2018

Resumo: Este texto pretende dar a conhecer parcelas da vida de um bufarinheiro, isto é, um vendedor ambulante, francês que escolheu Portugal para viver e trabalhar, durante o século XVI. A partir do processo da Inquisição que lhe foi movido, sob a acusação de luteranismo – e que tem uma particularidade relevante, é um dos poucos que, no início da segunda metade do século XVI, apresentou inventário de bens – podemos igualmente aferir do seu grau de riqueza e do modo como governava a sua vida. Abstract: This paper aims to study some aspects of a French bufarinheiro (peddler) life, who lived and worked in Portugal, during the sixteenth century. He was accused of Lutheranism and had a process in the Inquisition. This document has a relevant peculiarity, is one of the few who, at the beginning of the second half of the sixteenth century, contains an inventory of goods, i.e., we can also measure his property and his way of life.

Senhores e lavradores: modos de viver em Itu, 1869-1914

Anais do XI Seminário Nacional do Centro de Memória da Unicamp, 2023

Rastrear uma infinidade de nomes e outras informações de pessoas e famílias em registros paroquiais, maços de população, entre outros documentos, pode parecer uma tarefa impossível se for executada sem uma devida metodologia, quando o objetivo do autor é tentar desvendar e reconstituir os modos de viver de populações do passado. A demografia histórica tem servido de ferramenta desde a década de 1960 para os estudos de diferentes povoações do mundo, e, com o impulsionamento do estudo da história das famílias brasileiras, a partir da década de 1980, os métodos dos historiadores demógrafos têm contribuído inclusive para a reconstituição de famílias, e por meio destas poder identificar os modos de viver e suas relações com os tempos históricos, conforme cada situação em particular, mas também conectada com outras realidades. Neste trabalho, serão apresentados alguns resultados obtidos por meio de tais métodos para a nossa pesquisa de mestrado sobre os modos de viver da família Rodrigues da Silveira em Itu, no período de 1869-1914.

“Mão de Luva” e “Montanha”: bandoleiros e salteadores nos caminhos de Minas Gerais no século XVIII (Matas Gerais da Mantiqueira: 1755 1786)

2008

Esta pesquisa visa a analisar as acoes dos bandos armados da Mantiqueira e Macacu. Para isso, construimos uma serie de hipoteses que pudessem explicar as razoes que levaram os respectivos bandoleiros a atuar por um relativo espaco de tempo em suas areas. A quadrilha da Mantiqueira compunha-se de mesticos e ciganos. Agia nos sertoes da Mantiqueira durante os anos iniciais da decada de 1780. Era liderado por um cigano denominado Joaquim de Oliveira, por alcunha “Montanha”. Possuia engenhosos expedientes, sendo responsavel pela morte de respeitaveis homens de negocio, como Antonio Sanhudo de Araujo, morador no Sabara. Seus membros acabaram sendo presos e sentenciados no Tribunal da Relacao do Rio de Janeiro. Nos sertoes das Cachoeiras de Macacu – sertoes do leste – atuou o bando de contrabandistas comandado pelo lendario Mao de Luva. Assim como os “mantiqueiras”, agiu nos anos iniciais da decada de 1780. Composto por brancos pobres, escravos, libertos e indigenas, este bando ocupava-se...

DO PORTO ÀS CASAS DE SOBRADO: CULTURA MATERIAL E RIQUEZA NOS INVENTÁRIOS DE NEGOCIANTES (PARANAGUÁ/PR, SÉCULO XIX)

REVISTA CANTAREIRA, 2018

Este artigo analisa a materialidade presente no cotidiano dos comerciantes de grosso trato e fazendeiros estabelecidos em Paranaguá no decorrer do século XIX. Com base em nove inventários post-mortem e outras fontes complementares, foi possível levantar questões referentes à sofisticação das casas de sobrado, ao universo do trabalho e a composição dos patrimônios numa região voltada à vida marítima e aos engenhos de farinha e madeira. Tendo em vista as noções metodológicas e historiográficas da cultura material, buscamos analisar a materialidade em simbiose com a sociedade e economia do Paraná oitocentista. Tal proposta nos permite compreender a vida cotidiana da elite comercial parnanguara enquanto reprodução de um padrão social arcaico vigente no Império do Brasil.

Os Sentidos Do Trabalho e a Produção Artesanal: Os Casos Do Luthier e Do Mestre Vidreiro

world of labor in capitalism takes place due to the fact that wage earners are immersed in a management universe whose values and principles lead to physical and mental exhaustion, being the artisanal production one of the possible alternatives that provide healthier and autonomous working conditions. In order to confirm this assumption, we have analyzed the experiences of two categories of artisans existing in Brazil-the luthier and the glassmaker. As from the contact with these master craftsmen, by means of an ethnographic research that made use of non-participating observation and in-depth interviews, we have come to the conclusion that the master craftsmen, supported by the peculiarities of the artisanal savoir-faire, are partially exempt from the precariousness present in the wage earners' everyday labor.

PIMENTA, J. (2017) - Em Torno dos Mais Antigos Modelos de Ânfora de Produção Lusitana os dados do Monte dos Castelinhos (Vila Franca de Xira). In FABIÃO, C.; RAPOSO; J.; GUERRA, A.; SILVA, F., coords. - Olaria Romana. 195-205.

The ongoing excavations at Monte dos Castelinhos settlement in Vila Franca de Xira have added new elements to the investigation into the beginning of Roman pottery production in the peninsula west region. The fortified settlement of Monte dos Castelinhos, is placed in a prominent position on the Tagus Valley. It is an archaeological site with unique characteristics. Founded apparently in the first half of the 1st century BC, the site was subject to widespread destruction still in the 1st century BC, possibly correlated with the conflicts between Caesar and Pompeius. It is precisely in these levels of abrupt abandonment of the site, well dated from the beginning of the second half of the 1st century BC by the presence of Campanian B and Baetic Amphorae of the Class 67 Type, Haltern 70 and Class 24, which are attested the first amphorae of Lusitanian production. Their presence in these well-defined contexts clearly confirms the beginning of the production of Roman amphorae in the Western peninsula at the Late Republican period. It is a set of rims and bases fragments, due to their formal characteristics, are close to Baetica's first amphorae productions, mainly Haltern 70, Class 67 and Dressel 7/11 family. These amphorae are close to the oldest attested productions at the Lusitanian potteries on the Sado valley, dating back to the Julius-Claudius period. Key words: Monte dos Castelinhos, amphorae, trade, Roman (republican), production.

Contributos para um dicionário dos pedreiros e canteiros com atividade em Lagoa (Algarve) no século XVIII

Arade – revista do Arquivo Municipal de Lagoa, nº 1, 2022

O presente estudo centra-se naquilo que foi a atividade dos pedreiros e canteiros que viveram e laboraram no termo do atual concelho de Lagoa durante o século XVIII, o que implica procurar dar resposta a questões tão fundamentais como: quem eram estes indivíduos, quantos eram, de onde vinham, que obras assumiram, em que termos e de que modo as executaram e que ligações terão estabelecido entre si e com a comunidade em geral? Este trabalho, que surge no seguimento da publicação dos dicionários dedicado aos profissionais da construção ativos em Loulé e em Faro em cronologia setecentista, insere-se num projeto mais abrangente e que, a médio e longo prazo, visa a inventariação e estudo da atividade construtiva e dos seus protagonistas no Algarve da Época Moderna (séculos XVI, XVII e XVIII).