Brecht, Straub-Huillet e os extremos da representação (original) (raw)
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Straub/Huillet e Antígona: o rigor do mito
2014
Professor de Cinema do Departamento de Audiovisual da UNB 64 Straub/Huillet e Antígona: o rigor do mito / João Lanari Bo Resumo: O singular percurso da dupla Jean-Marie Straub e Daniele Huillet tem como uma de suas estratégias fundamentais a revisitação de clássicos, da antiguidade à modernidade. Em cada uma dessas operações, a dupla emprega seu conhecido rigor construtivo, de modo a extrair dessas obras o vigor original que exibiam à época de sua criação. Antígona, a peça de Sófocles, de larga importância para a cultura ocidental, é um dos casos bem sucedidos dessa estratégia.
Um fotograma de diferença: a montagem arcaica de Straub-Huillet
This article resumes the film lessons from Jean-Marie Straub and Danièle Huillet on the documentary Where does your hidden smile lie? (Pedro Costa, 2001), to reignite, next to the Straub’s moviola, an important debate started during the re- edit of a third version of the movie Sicily! (Straub & Huillet, 1998). Surrounding the countless method issues raised by the couple of French filmmakers in their editing table, we will attempt to seek a better understanding of their editing strategies, something that, up until now, has not been very thoroughly explored.
Mateus Araujo. "Straub, Huillet e o ensaísmo dos outros". Devires (Revista de Cinema e Humanidades), UFMG, Vol. 10, n.1, jan-jun 2013, p.108-137., 2013
Resumo: Partindo de uma caracterização brevíssima do ensaio fílmico como uma forma de argumentação audiovisual (seção I), o artigo assinala e discute, na filmografia dos Straub, um veio ensaístico presente em cinco filmes do casal (seção II) e em dois curtas mais recentes de Straub (seção III). Palavras-chave: Ensaio fílmico. Jean-Marie Straub. Danièle Huillet. Argumentação audiovisual. Abstract: After a brief characterisation of the film essay as a form of argumentation by images and sounds (section I), this article points out and discusses, in the Straub- Huillet’s filmography, an essayistic dimension in five of their films (section II) and in two shorts made more recently by Straub alone (section III). Keywords: Film essay. Jean-Marie Straub. Danièle Huillet. Filmic argumentation. Résumé: En partant d’une caractérisation très concise de l’essai filmique comme une forme d’argumentation par images et sons (section I), l’article signale et discute, dans la filmographie des Straub, une dimension essayiste présente dans cinq films du couple (section II) et dans deux autres, plus récents, de Straub (section III). Mots-clés: Essai filmique. Jean-Marie Straub. Danièle Huillet. Argumentation audiovisuelle.
Huillet-Straub no cinema moderno: autoria como primado do material e espectatorialidade libertária
Revista Galáxia, 2022
Embora sua trajetória nomádica (decorrente do exílio) por vezes impeça uma vinculação nominal de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub aos novos movimentos cinematográficos europeus do pós-guerra, o casal de cineastas se formou no bojo cinéfilo e crítico que daria origem à Nouvelle Vague e fomentou o surgimento do Junger Deutscher Film — além de sua obra atualizar o problema do realismo. Mediante a contextualização do início da carreira de Huillet-Straub e análises fílmicas sumárias, o objetivo deste artigo é introduzir a concepção huillet-straubiana de autoria, a qual se aproxima mas difere tanto da Politique des auteurs quanto do Autorenfilm, sendo caracterizada pelo primado do material e por uma espectatorialidade libertária.
Brecht e a polêmica sobre o Expressionismo
2016
O artigo reavalia aspectos gerais da polêmica sobre o Expressionismo, quando na década de 1930 diversos intelectuais debateram na revista Das Wort os caminhos da arte de esquerda no modernismo, em sua relação com a tradição literária do Realismo. Detém-se, particularmente, no ponto de vista de Bertolt Brecht em relação ao sentido normativo gerado pelo debate sobre os produtores de arte, a despeito da complexidade dos pontos de vista estéticos envolvidos.
Straub Huillet e Antígona Rigor do Mito.pdf
Resumo: O singular percurso da dupla Jean-Marie Straub e Daniele Huillet tem como uma de suas estratégias fundamentais a revisitação de clássicos, da antiguidade à modernidade. Em cada uma dessas operações, a dupla emprega seu conhecido rigor construtivo, de modo a extrair dessas obras o vigor original que exibiam à época de sua criação. Antígona, a peça de Sófocles, de larga importância para a cultura ocidental, é um dos casos bem sucedidos dessa estratégia. Palavras-chave: Straub. Huillet. Antígona. Hölderlin. Brecht. Abstract: The unique trajectory of the couple jean-marie Straub and Danièle Huillet has as one of their basic strategies the process of revisiting the classics, from antiquity to modernity. In each of these operations, the couple employs their well known constructive rigor, in order to extract from these works their original vigor, which they exhibited at the time of their creation. Antigone, Sophocles play, of large importance to western culture, is one of the well succeed cases of this strategy. Keywords: Straub. Huillet. Antígona. Hölderlin. Brecht. Résumé: Le parcours singulier du couple Jean-Mari Straub et Danièle Huillet a comme une de ces stratégies fondamentales la revisitacion des classiques, de l’antiquité à la modernité. Dans chacune de ces opérations, le couple emploi son bien connu rigueur constructive, a fin d’extraire de ces oeuvres le vigueur original qu’elles ont montré à l’époque de sa création. Antigone, La pièce de Sophocles, avec une telle importance pour la culture de l’occident, est une des bien connues enterprises avec cette stratégie. Mots-clés: Straub. Huillet. Antígona. Hölderlin. Brecht.
Paul Auster, entre outros : sobre os limites da representação nas artes
2014
Paul Auster, um escritor norte-americano nascido em 1945, é poeta, romancista e tradutor. Sua obra literária, porém, esteve próxima às artes visuais desde suas primeiras publicações. Em A Invenção da Solidão, de 1982, uma narrativa ensaística e também livro de memórias, escreve-se sobre a morte do pai, sobre sua personalidade ausente, mas marcante, sobre a dificuldade de adentrar-sua vida interior‖, de conhecer o homem que desapareceu. Assim, Auster é atraído às fotos de família, que se constituem também como partes das memórias. Elas o ajudam a atravessar a solidão de recordare reinventarseu passado. Atuando como vestígios, permanecem no presente como-retratos de um homem invisível‖, seu pai. Em 1994, Auster começa sua carreira no cinema, a partir da escrita dos roteiros de Cortina de Fumaça e Sem Fôlego e da co-direção deste último filme, em 1995, com Wayne Wang. No primeiro, a fotografia transforma-se em hobby do personagem principal Auggie Wren, que registra momentos de seu dia a dia. Apesar de suas fotos serem muito similares, já que tiradas no mesmo local e horário, ele as vê como únicas, cada uma diferente de todas as outras. Para ele, como em Le Point de Vue 1 (MAGRITTE, 1927), cada imagem é um ponto de vista, mesmo que sua captura tenha se dado a partir do mesmo ângulo que todas as outras. A cena que a câmera registra, naquele fragmento de segundo em que é disparada, nunca mais se repetirá. Estes filmes, além disso, podem ser aproximados à obra de Orson Welles no cinema, como em Verdades e Mentiras (1973). A partir da relação entre elas, é possível identificar a presença do que Deleuze (2005) chama de falsário, que no caso do filme de Welles se esboça, por exemplo, no personagem do Cosmopolita Hipnotizador, uma espécie de ilusionista. Relaciona-se, ainda, ao cinema, à fotografia e à pintura a narrativa intitulada Viagens no Scriptorium (2007), de Auster. Porém o faz de formas diferentes. Nesse caso, trata-se de uma obra literária onde não há nenhuma foto visível ao leitor e nenhuma referência clara a pinturas conhecidas, como acontece em A Invenção da Solidão. Existem, porém, outros 1 O Ponto de Vista. Nesse quadro, veem-se quatro paisagens repetidas através de quadros como molduras ou lentes de uma câmera. A obra encontra-se desaparecida, segundo Carolina Junqueira dos Santos (2006).
Primo Levi e os limites da representação
Topoi, 2022
Este artigo discute o topos do limite da representação, que não surgiu no século XX, mas foi utilizado por muitos sobreviventes da Shoah para sugerir que os eventos ocorridos nos campos de concentração não poderiam ser convertidos em narrativa verossímil. Embora Primo Levi tenha recorrido a esse lugar-comum, nem por isso furtou-se de refl etir sobre os horizontes e possibilidades da representação. Pretende-se analisar de que maneira o autor mobilizou diferentes expedientes para fi gurar o inaudito da experiência no Lager.
Straub Huillet e Antígona Devires 2013.pdf
The unique trajectory of the couple jean-marie Straub and Danièle Huillet has as one of their basic strategies the process of revisiting the classics, from antiquity to modernity. In each of these operations, the couple employs their well known constructive rigor, in order to extract from these works their original vigor, which they exhibited at the time of their creation. Antigone, Sophocles play, of large importance to western culture, is one of the well succeed cases of this strategy.