Minas Gerais Século XVIII (original) (raw)
Related papers
Os clérigos e os livros nas Minas Gerais da segunda metade do século XVIII
A "sociologia histórica das práticas de leitura", segundo Roger Chartier, move-se em meio à tensão operatória estabelecida entre, de um lado, o poder que o texto publicado (e/ou daqueles que estão por trás dele) procura exercer sobre o leitor e, de outro, a liberdade e a inventividade do leitor na produção de sentidos no contato com os textos. Neste artigo procuramos averiguar como esta tensão se manifestou em relação a um grupo especial de leitores: clérigos das Gerais do século XVIII, em sua maioria personagens notáveis, alguns pelos cargos que ocuparam, outros por seu envolvimento na Conjuração Mineira. Numa primeira etapa, examinaremos que títulos e autores a Igreja Católica procurava disseminar entre os eclesiásticos e que lugar estes ocupavam como proprietários de bibliotecas na França, em Portugal e, em seguida, nas Gerais do século XVIII. Depois, analisaremos bibliotecas pertencentes a clérigos mineiros do período, submetendo os dados referentes aos livros (nomes dos autores, títulos, língua em que foram escritas as obras, assuntos e preços) a um tratamento quantitativo, identificando regularidades entre as diversas livrarias e descobrindo os traços singulares de cada uma delas. Explicaremos as recorrências e especificidades das bibliotecas correlacionando-as ao estado sacerdotal e, quando possível, à biografia dos clérigos que eram seus proprietários: suas idéias, seus comportamentos e seus escritos. Com isso, verificaremos como a composição das livrarias, em suas divisões por assunto e em suas peculiaridades, associava-se à trajetória pessoal de seus proprietários e ao estado clerical. De um lado, relacionaremos a prática e o discurso político dos mineiros ao universo literário e, de outro, observaremos se os livros anularam ou reforçaram as normas coletivas, sociais (e não legais), hegemônicas, de comportamento sexual. Desse modo, avaliaremos em que medida os livros influenciaram as condutas políticas e sexuais - ou, ao menos, se não o fizeram - e se os clérigos Inconfidentes se diferenciavam dos demais.
Caderno de Atividades 05 - Minas Gerais no século XX, 2020
Da mudança da capital à projeção internacional do estado; da efervescência cultural às ditaduras, a história de Minas é marcada por reveses. Entretanto, o povo mineiro continua a honrar o lema em sua bandeira, mostrando que é na defesa perene da liberdade que se encontra o coração das Gerais. O quinto e último caderno de atividades, que integra o material educativo da exposição virtual “Várias Minas: encruzilhada de histórias” e celebra os 300 anos do estado, traz como temática a história de Minas Gerais no século XX.
" Marfins no Mundo Atlântico " : apontamentos para Minas Gerais, século XVIII
Resumo: Este trabalho é a primeira tentativa de estudar a presença dos marfins na América Portuguesa, durante o século XVIII. Por meio de um levantamento sistemático de fontes eclesiásticas, cartorárias e visuais, encontradas nos acervos de Minas Gerais, pretende-se inventariar as referências a tal material, bem como investigar seus usos e valores.
Fronteiras & Debates, 2023
Os registros de coartação e de alforria, inscritos em documentos nomeados como “cartas”, “escrituras” ou “papéis”, são fontes importantíssimas dos processos de libertação de escravos. Em áreas mais urbanizadas, como as Minas Gerais do Setecentos, essas tipologias foram muito acionadas e estiveram intimamente relacionadas com a constituição de enorme população liberta, que quase sempre pagou pela mudança de condição jurídica, seja de uma só vez ou em parcelas negociadas, como no caso das coartações. Muitos desses forros e, principalmente, forras – pois elas formaram a maioria – eram mestiçados, isto é, pessoas identificadas ou que se identificavam com “qualidades” como mestiço, pardo, mulato e cabra.
As Ordens Terceiras do Carmo na Capitania de Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX
Faces de Clio, 2019
Resumo: O presente artigo busca analisar o processo de entrada de pessoas na Ordem Terceira do Carmo em Vila Rica e em Mariana. Esse processo era extremamente criterioso, dividido em fase de avaliação dos candidatos, por parte da mesa administrativa. Entre ela estava o noviciado, um estágio de preparação que envolvia todas as etapas de devoção, orações, práticas e conhecimento da própria Ordem. Somente ao final de todo esse processo avaliativo os noviços eram reconhecidos como Irmãos Terceiros da Ordem do Carmo.
Urbanização em Goiás no século XVIII
tese que agora apresento não foi apenas fruto de meus esforços pessoais, pois todo o seu desenvolvimento contou com a participação e o auxílio de diversas pessoas e instituições, às A quais agora, com muita satisfação, agradeço. Em primeiro lugar, ao meu orientador, e por que não dizer o meu grande mestre o Professor Dr Mário Henrique Simão D'Agostino, ao qual quero exprimir publicamente o meu mais profundo reconhecimento e agradecimento por suas orientações teórico-metodológicas, seus diálogos, companheirismo, entusiasmo e profundo respeito ao sugerir as modificações nos textos que lhe foram apresentados, o que, seguramente os enriqueceram. Aos membros da banca de qualificação, professores Dr. Benedito Lima Toledo e Dra. Ana Paula Torres Megiane, não só por suas disponibilidades como também pelas pertinentes observações que apontaram no trabalho. Ao pesquisador português Mário Clemente Ferreira, pelo apoio e gentileza ao presentear-me com o seu importante livro O tratado de Madrid e o Brasil Meridional e com o livro e a tese de Renata Araújo Malcher, além de documentos importantes de seu acervo pessoal, sem os quais este trabalho não obteria o mesmo resultado. À professora Dra. Maria Helena Flexor, por encaminhar-me suas publicações mais atualizadas, ajudando-me a refletir sobre algumas das minhas indagações. À historiadora e paleográfa Maria Lenke Loiola, pelo substancial auxílio relativo às transcrições e interpretações dos inúmeros manuscritos setecentistas existentes no Instituto de Pesquisa Histórica do Brasil Central. Ao artista gráfico e arquiteto Laerte Araújo Pereira, ex-professor e extraordinário companheiro, por presentear-me com o projeto gráfico desta tese. Ao grande amigo e ex-aluno Rodrigo de Almeida Bastos, por gentilmente acompanhar-me aos arquivos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e do Exército, onde horas a fio se dispôs a fotografar alguns documentos iconográficos. Ao Gustavo Amaral, amigo e companheiro, a quem também tive o prazer de ser professora, por ajudar-me incessantemente na construção de vários mapas. Às amigas Juliana de Almeida e Viviane Cruz, por me acolherem gentilmente em suas residências em São Paulo ao longo de todo o tempo em que estive cursando as disciplinas do doutorado.