A palavra é uma arma: cumplicidades literárias e solidariedade internacionalista num espaço cultural sui generis [in Contemporary Iberian Studies 41st Annual Conference, Lx, FLUL, 5/IX/2019, sala B3, 10h] (original) (raw)

Fronteiras literárias: as línguas ibéricas e o portunhol

2011

A Península Ibérica é um jardim milenar onde germinaram, floresceram e murcharam línguas com origens as mais diversas: célticas, fenícias, latinas, germânicas, moçárabes, entre outras. O convívio de numerosas línguas num espaço geográfico tão restrito sempre gerou conflitos, levando a um processo de (im/o/sobre)posição de umas em relação às outras. Esse processo não é estranho aos idiomas que atualmente gozam do status de oficialidade na região (português, espanhol, galego, catalão/valenciano e basco), com importante impacto nas respectivas literaturas. O presente trabalho pretende tratar das relações entre as diferentes literaturas ibéricas, em especial quanto ao bilinguismo literário e às mútuas influências, estabelecendo um paralelo com o contexto sul-americano, em que o contato entre o português e o espanhol tem apresentado como resultado mais expressivo, para além das inflexões recíprocas, uma linguagem literária totalmente nova, baseada na interlíngua da fronteira: a florescen...

Sob a ordem da mistura: a palavra literária renovada na enunciação e pelas coerções da leitura graduada em língua espanhola

Es una revelación cotejar el Don Quijote de Menard con el de Cervantes. Este, por ejemplo, escribió (Don Quijote, primera parte, noveno capítulo):«... la verdad, cuya madre es la historia, émula del tiempo, depósito de las acciones, testigo de lo pasado, ejemplo y aviso de lo presente, advertencia de lo por venir.» Redactada en el siglo XVII por el «ingenio lego» Cervantes, esa enumeración es un mero elogio retórico de la historia. Menard, en cambio, escribe:«... la verdad, cuya madre es la historia, émula del tiempo, depósito de las acciones, testigo de lo pasado, ejemplo y aviso de lo presente, advertencia de lo por venir.» La historia, madre de la verdad; la idea es asombrosa. Menard, contemporáneo de William James, no define la historia como una indagación de la realidad sino como su origen. La verdad histórica, para él, no es lo que sucedió; es lo que juzgamos que sucedió. Las cláusulas finalesejemplo y aviso de lo presente, advertencia de lo por venir-son descaradamente pragmáticas. También es vívido el contraste de los estilos. El estilo arcaizante de Menard-extranjero al finadolece de alguna afectación. No así el del precursor, que maneja con desenfado el español corriente de su época.

Livros, periódicos e “papéis efêmeros” no espaço iberoatlântico

Revista Tempo (UFF), 2023

Distante de se estabelecer de modo natural, ou atem- poral, a história atlântica pressupõe circunscrições precisas, so- cial e politicamente configuradas. Nesse sentido, este dossiê te- mático busca contribuir para a percepção do que se define como espaço iberoatlântico, focando em um aspecto específico: a cir- culação da cultura escrita, declinada dos movimentos realizados por livros, periódicos, panfletos e papéis vários. O objetivo é compreender os múltiplos processos de circulação letrada no decorrer dos tempos. Buscou-se pensar os processos em longa duração, para vislumbrar as mudanças nas configurações do mundo iberoatlântico e suas persistências. Evidencia-se, assim, no dossiê, como cada espaço de criação e apropriação de textos postos em circulação é um produto concreto de inserção contin- gente em redes de diversa compleição e densidade, por meio das quais se materializa um fluxo de objetos manuscritos, impressos e de ideias, movimento no qual se estabelecem sistemas de liga- ções entre várias regiões do mundo iberoatlântico.

O espaço do sistema literario brasileiro contemporaneo nos intercambios culturais transnacionais

Este livro propõe uma discussão sobre as I-vJ,n"'\t.\J''''f\!Ii:;ll; espaço na literatura brasileira confrontos e hierarquias sociais e que é) ele rívalidade e sign? das diferenciações entre grupos e «F"~H'.",,. textos aqui reunidos, o espaço físico em que se situam níllri'~tti\rl:fSi~~;/E::T~? se deslocam personagens, que é sempre :il11[lUJJ:allea,m(~~ paço simbólico que atribuí valorações distintas a é colocado em questão junto com o v«u','vu metafórico em que ocorrem a movimentação e seus agentes -autoras/es, kitoras/es, ec11to.ral'leS;c(Yl:fl toras/es, livreiras/es etc. Neste sentido, mais do os modos como o espaço aparece representado leíra contemporânea, procura-se discutir as partir de relações conflituosas com o espaço Vl11ertC1;rçH~S entorno das obras.