"Porque afinal precisa deixar algum rastro Aquele mundo completamente calcinado" Poemas de Irit Amiel (original) (raw)

Vidas vividas, vidas escritas: vida e obra de Irit Amiel

Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG., 2023

Este artigo tem como objetivos apresentar a escritora e poeta polonoisraelense Irit Amiel e refletir sobre sua biografia, inseparavelmente unida à sua escrita, em grande parte autobiográfica. Para tanto relato a biografia da escritora por meio de suas palavras, extraídas de livros e entrevistas, e uso estudos a seu respeito. Como quatro marcadores do relato biográfico uso os pontos de quebra na vida da autora, momentos de transformações importantes que configuram nascimentos de uma nova personalidade. Assim a fase da infância termina com o "segundo nascimento", o momento da saída do gueto. Uma outra nova vida, a maturidade, é marcada simbolicamente com a mudança de nome depois de chegar a Israel. Por fim a época da sabedoria e senescência coincide com a estreia como escritora aos sessenta e três anos. O relato é acompanhado de uma reflexão sobre o trauma de um outro sobrevivente da Shoá, Boris Cyrulnik. This paper aims to present the Polish-Israeli writer and poet Irit Amiel and reflect on her biography inseparably linked to her writing, largely autobiographical. To this end, I report the writer's biography through her words, extracted from books and interviews, and use studies about her. As four markers of the biographical report I use the breaking points in the author's life, moments of important transformations that configure the birth of a new personality. Thus the childhood phase ends with the “second birth”, the moment of leaving the ghetto. Another new life, maturity, is marked symbolically with the change of name after arriving in Israel. Finally the time of wisdom and senescence coincides with her debut as a writer at the age of sixty- three. The report is accompanied by a reflection on the trauma of another Shoah survivor, Boris Cyrulnik.

Resíduos, nos nossos dias, de ações, sentimentos e pensamentos contidos na obra A arte de amar, de Ovídio.

2022

A sociedade, mesmo sem perceber, reproduz ações, sentimentos e pensamentos de mais de dois mil anos. Essa reprodução, por vezes inconsciente, denomina-se resíduo, isto é, algo que permanece ou que ainda resta de algo, que são aspectos e características das sociedades antigas. Roberto Pontes (2006), por meio da Teoria da Residualidade, visa explicar e fundamentar sua teoria por meio de quatro conceitos básicos: resíduo, cristalização, hibridação cultural e mentalidade coletiva. É possível perceber, em nossos dias, muitas ações, sentimentos e pensamentos contidos na obra A Arte de Amar, de Ovídio, sendo, portanto, características que a sociedade romana apresentava já naquela época. Essas características daquela época, que remanescem na contemporaneidade, são denominadas resíduos.

Caminhos para o Silêncio na Poesia de Max Martins

Anais do X SEPA (UFPA), 2013

Resumo: O artigo concentrar-se-á na exposição das ―linhas de força‖ do projeto de mestrado intitulado ―A Voz do Silêncio na Poesia de Max Martins‖, que tem por finalidade fazer um percurso interpretativo pelos textos do poeta Max Martins em diálogo com a questão do silêncio entendida como essência da linguagem. Palavras-chave: Poesia, Silêncio, Max Martins

DO ESQUECIMENTO COMO MATÉRIA VIVA DE UMA POÉTICA ARTÍSTICA

Neste artigo me proponho a estender a interpretação de textos sobre a narrativa histórica ao campo das Artes Visuais, buscando nas suas erupções, como propunha Walter Benjamin, um entendimento das posições ocupadas pelo artista: sua implicação em seu próprio discurso e o papel que destina, nessa “partilha do sensível”, como colocou Jacques Rancière, ao espectador.

INTERTEXTOS: RELAÇÕES COM O MUNDO NA POESIA DE O HOMEM INACABADO, DE DONIZETE GALVÃO

GALVÃO, D. O homem inacabado. São Paulo: Portal, 2010. 72 p. O homem inacabado, mais recente trabalho do poeta mineiro Donizete Galvão, publicado em 2010, caracteriza-se por manter um intenso – e profícuo – diálogo com o mundo, levado a cabo por meio do recurso da intertextualidade, que estabelece uma série de relações, tanto internas, entre os poemas do próprio volume, quanto com a obra pregressa do autor e com a de outros artistas – poetas, romancistas, pintores. A quebra da linearidade da leitura – propiciada pelas ligações intertextuais desvendadas pelo leitor –, associada aos temas cantados pelos cinquenta poemas que constituem o volume, recriam no universo poético o mundo que produz o homem inacabado a que o título do livro alude e que o poeta tenta captar. Esse homem, cujo reflexo o leitor cuidadoso pode vislumbrar em meio ao caos imagético produzido pelos poemas do livro, é o homem contemporâneo, principalmente o que vive no meio urbano, e que se angustia diante da necessidade de lidar com as complexas relações impostas por seu mundo e por seu tempo: relações que, de uma forma ou de outra, exigem dele, sempre, uma tomada de posição, uma escolha. Não poder, nunca, possuir ou alcançar o que quer que seja sem que algo tenha de ser preterido; daí esse homem ser incompleto, inacabado: há sempre uma parte dele que ficou para trás e há sempre uma parte dele a ser construída, porque cada escolha impõe um recriar-se a si próprio. O projeto temático do livro – bem como sua estrutura multilinear – pode ser resumido em dois símbolos: a epígrafe de Aníbal Machado, retirada do livro Cadernos de João, e as ilustrações do artista plástico Rogério Barbosa. Dispostas nas páginas iniciais (há também uma ilustração de Barbosa no final do livro) tanto a epígrafe quanto as imagens antecipam a viagem ao interior do homem e a

Trecho do livro: Tudo o que resta é tudo o que eu escondi

Editora Moinhos, 2019

Editora: Moinhos Páginas: 152 Dimensões: 14×21 cm Gênero: Contos ISBN: 978-85-45557-87-6 Ano: 2019 Esta é a primeira obra de ficção publicada por Geanneti Tavares Salomon. O livro traz dois contos ambientados na cidade de Belo Horizonte, tendo como “pano de fundo” a moda, as questões de identidade e referenciação pessoal como alegoria no mundo contemporâneo, a reflexão sobre o ambientalismo e o capitalismo e seus aspectos controversos, o trânsito entre o real e o virtual da vida cotidiana em redes. Na primeira história, Lucius é um Personal life, alguém que costura os rumos da vida dos desesperançados; na segunda, Raphaela e Alex vão se encontrar no “chão de fábrica” de uma confecção mineira de roupas, numa amizade que vai levá-las a questionar: quais são os caminhos da moda hoje? Link: https://editoramoinhos.com.br/loja/tudo-o-que-resta-e-tudo-o-que-eu-escondi/

Políticas e poéticas dos rastros

2015

Resumo A relativa abertura para uso civil do sistema GPS e a popularizacao das tecnologias de transferencia de dados sem fio de maior alcance (redes Wi-Fi e telefonia movel 3G) em aparelhos cotidianos tornaram visiveis fenomenos que ja ocorriam, em escala exponencialmente menor, a partir dos sensores de etiquetas RFID e do Bluetooth: os dispositivos moveis reforcam e ressignificam a relacao dos usuarios com o local em que se situam, problematizando questoes como posicionamento, localizacao, vigilância e mobilidade. Ao analisarmos projetos nacionais e internacionais desenvolvidos com estas tecnologias na ultima decada utilizando metodologia ancorada na Teoria Ator-Rede, de Bruno Latour, a hipotese aqui desenvolvida e de que, atraves da manipulacao de dados em fluxo, a producao de novas espacialidades e territorios transitorios de resistencia se da pela materializacao e concretizacao dos diversos rastros digitais colhidos na relacao entre usuarios, dispositivos de mediacao e espaco fi...