EPIDEMIA DE SUICÍDIOS ENTRE OS POLICIAIS BRASILEIROS: OS NOSSOS "HERÓIS ANÔNIMOS" ESTÃO DOENTES ... (original) (raw)
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BESTIÁRIOS POLICIAIS: AS INACEITÁVEIS COLEÇÕES DE CORPOS NAS DELEGACIAS BRASILEIRAS
VIII Congresso Internacional do Observatório da Mentalidade Inquisitória. Em homenagem ao Professor Julio Maier., 2021
Este artigo tem como objetivo problematizar a utilização da prova produzida no reconhecimento fotográfico a partir dos "álbuns de suspeitos”, partindo da premissa que tal utilização fomenta ainda mais a manutenção do racismo estrutural, já que os pré-selecionados serão, via de regra, escolhidos pelo determinante raça. Os objetivos gerais da presente pesquisa são: (i) fazer uma abordagem teórica de como a utilização apenas da prova produzida no reconhecimento fotográfico para condenar é antidemocrático e ilegal; (ii) demonstrar como o racismo estrutural influencia na escolha dos suspeitos que vão compor o álbum; (iii) discutir a necessária cadeia de custódia que deve ser observada no reconhecimento de suspeitos; (iv) apresentar as últimas decisões paradigmáticas do STJ sobre o tema e (v) apresentar a proposta da criação de um banco online de fotos dos suspeitos - que seria criado por meio de uma lei processual penal, a fim de regular a produção probatória via reconhecimento fotográfico -, para que haja transparência, e não fique privativamente com um agente público, com a finalidade de que seja possível a retirada das fotos de quem não tiver qualquer lastro de vínculo com algum crime.
VIOLÊNCIA POLICIAL NO BRASIL: FATORES SOCIOECONÔMICOS ASSOCIADOS À PROBABILIDADE DE VITIMIZAÇÃO
2022
O objetivo do presente estudo é analisar a probabilidade de vitimização da violência cometida por policiais no Brasil. Para tal, utiliza-se um modelo Probit para estabelecer relações de probabilidade de os indivíduos serem vítimas mediante alguns fatores socioeconômicos, tais como sexo, raça, escolaridade, idade, renda e local de moradia. Os principais resultados denotam que indivíduos do sexo masculino, pretos ou pardos, que moram em áreas urbanas e possuem baixo nível de escolaridade têm maior probabilidade de serem vítimas da violência policial, enquanto o nível de renda e a região federativa de moradia não foram fatores significativos.
Estresse: diagn�stico dos policiais militares em uma cidade brasileira
Rev Panam Salud Publica, 2007
Objetivos. Diagnosticar a ocorrência e a fase de estresse em policiais militares da Cidade de Natal, Brasil, além de determinar a prevalência de sintomatologia física e mental. Método. Estudo descritivo, com corte transversal. Foi investigada uma amostra de 264 indivíduos extraída de uma população de 3 193 militares do Comando de Policiamento da Capital. Os dados foram coletados entre junho de 2004 e janeiro de 2005 utilizando-se o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp. Foi determinada a presença de estresse, a fase de estresse (alerta, resistência, quase-exaustão, exaustão), a prevalência de sintomas físicos e mentais e a relação entre estresse e unidade policial, posto policial, sexo, hábito de beber, fumo, escolaridade, estado civil, idade, tempo de serviço e faixa salarial. Resultados. A proporção de policiais sem sintomas de estresse foi de 52,6%, enquanto que 47,4% apresentaram sintomatologia. Dos 47,4% com estresse, 3,4% encontravam-se na fase de alerta, 39,8% na fase de resistência, 3,8% na fase de quase-exaustão e 0,4% na fase de exaustão. Sintomas psicológicos foram registrados em 76,0% dos policiais com estresse, e sintomas físicos, em 24,0%. Das variáveis investigadas, a única que apresentou relação com estresse foi o sexo (P = 0,0337), sendo as mulheres as mais afetadas. Conclusões. Os níveis de estresse e de sintomas não indicaram um quadro de fadiga crítico. É recomendável uma ação preventiva por parte da organização policial, que poderia incluir a aplicação de um programa de diagnóstico, orientação e controle do estresse. Estresse, polícia, saúde mental, Brasil. RESUMO A profissão de policial militar é uma atividade de alto risco, uma vez que REFERÊNCIAS
O Mal Banalizado na Polícia Brasileira
Resumo: O artigo analisa a atuação da polícia brasileira, por conseguinte, a crise recorrente do sistema de segurança pública, a desconfiança e a falência da justiça. Fatos estes que causam grande impacto na atuação policial gerando atos violentos praticados por seus agentes. Vamos compreender e discutir como este mal banalizado descrito por Hannah Arendt se instaurou nos órgãos de segurança pública brasileira, principalmente na polícia militarizada que foi criada para defender o Estado e não o cidadão. Policiais são sujeitos passivos de uma ordem institucional perversa, compelidos a manterem acordos tácitos e extraoficiais, com a finalidade de conter o avanço desenfreado do crime. Palavras-chave: polícia, poder, violência, mal, banalização * Graduado em Filosofia e Pós Graduado em Sociologia
RESUMO A investigação pericial de incêndios e explosões ocupa fase muito importante na elucidação de fatos e na busca da verdade em um processo. Em função disso, o objetivo principal do presente trabalho é iniciar uma reflexão acerca do tema " causas não apuradas " (que será considerado sinônimo de " causa indeterminada "), já que parte das conclusões das investigações assim é classificada, sem identificarem efetivamente as prováveis causas do sinistro. Este estudo apresenta um relato sobre os aspectos jurídicos e estatísticos do Departamento responsável pelo serviço investigativo e a visão de seus profissionais peritos sobre sua própria atuação. O leitor encontrará no presente trabalho impressões sobre o método investigativo utilizado no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo e a tentativa de elucidar os fatores envolvidos nas conclusões por " causa não apurada " nos laudos periciais emitidos pela corporação até o fim do ano de 2015. No presente escrito, será visto o enfrentamento do problema a partir de uma visão tripartite, em que se deve levar em consideração a estrutura, requalificação e metodologia como pressupostos principais na reflexão sobre o assunto.
É preciso falar sobre a epidemia silenciosa de suicídios entre policiais
É preciso falar sobre a epidemia silenciosa de suicídios entre policiais, 2022
Uma epidemia silenciosa vitima profissionais de segurança pública em todo o país. Enquanto ONGs, membros do Judiciário, políticos e parte da mídia impulsionam uma campanha de desqualificação da imagem dos agentes, o Fórum Nacional de Segurança Pública registra uma alta de mais de 55% no número de suicídios de policiais.
O suicídio policial: O que sabemos
Este artigo revisa os resultados de pesquisas americanas, inglesas e nacionais que testaram a relação entre as mortes por suicídio e fatores associados à ocupação de policial. A taxa de suicídio de policiais de Nova York foi o dobro da taxa da população geral em 1994. No Brasil, o diferencial das taxas de suicídio de policiais e da população é também expressivo. Musumeci e Muniz (1998) constaram que a taxa de suicídio da Polícia Militar da cidade do Rio de Janeiro em 1995 foi 7,6 vezes a da população geral. Como explicar essas estatísticas? Quais são fatores de risco do suicídio policial? Em que condições policiais cometem suicídio? The article Policemen Suicide: What do We Know? analyzes the results of American, English, and Brazilian surveys on the relationship between suicide deaths and factors associated with police occupation. The suicide rate of New York police officers was two times the rate of the general population in 1994. In Brazil, the differential of suicide rates for police officers and the population is also significant. Musumeci and Muniz (1998) reported that the suicide rate of the Military Police of the city of Rio de Janeiro in 1995 was 7.6 times that of the general population. How to explain these figures? What are the risk factors for police suicide? Under what conditions do policemen commit suicide? Palavras-chave: suicídio, suicídio policial, taxas de suicídio, suicídio e ocupação, vitimização policial Introdução: estatísticas de suicídio policial e algumas questões de métodos oliciais, entre profissões diversas, são apontados pela literatura como um grupo de alto risco de morte por suicídio. O'Hara e Violanti (2009), revisando resultados de pesquisas, encontraram relevantes controvérsias no que se refere à validação e confiabilidade das taxas de suicídio entre policiais. Até que ponto é possível afirmar que policiais se matam mais do que outras categorias ocupacionais, como médicos, trabalhadores manuais ou químicos? Essa questão é ainda uma incógnita para os especialistas no tema. A literatura internacional está dividida. Não há consenso sobre as estimativas de suicídio e sua associação com o trabalho policial. Uma revisão sistemática do suicídio entre policiais, realizada por Hem et alii (2001), mostrou que as taxas de mortes por suicídios entre agentes policiais variam em momentos e contextos específicos. Pesquisas epidemiológicas sustentam que a taxa de suicídio entre policiais é superior à média da população. Burnett et alii (1992), controlando os casos de suicídio registrados em 26 estados P