Gênero, tecnologias digitais e ativismo: quando jovens mulheres abrem a boca na rede (original) (raw)

“Oi, Pessoal Que Tem Útero!”: Tensões Discursivas Sobre Gênero Em Ambiente Digital

2020

No presente artigo, analisamos as trocas argumentativas de usuarios da rede social digital Instagram em postagem publicada pela youtuber Julia Tolezano, do canal Jout Jout Prazer, que apresentava o seguinte slogan para uma campanha de coletor menstrual: “Oi, pessoal que tem utero!”. Nosso objetivo foi apreender os sentidos sobre genero mobilizados durante a discussao na postagem em questao e para isso nos apropriamos da Analise de Conteudo como metodo proficuo para categorizacao das tematicas centrais dos argumentos. A saudacao utilizada pela influenciadora digital, direcionada a pessoas de diferentes identidades de genero que possuem o orgao reprodutor, suscitou intenso debate entre comentadores que, a partir de diferentes perspectivas sobre o que e ser homem e mulher, (re) produziam sentidos e buscavam firmar posicionamento no debate. Percebe-se a polarizacao nos dialogos entre (1) sujeitos que proferem argumentos conservadores e uma visada binaria sobre genero e outro (2) que rei...

Enegrecendo as redes: o ativismo de mulheres negras no espaço virtual

Revista Gênero, 2016

O presente artigo aborda os contornos que o feminismo negro brasileiro tem adquirido com a sua inserção nas redes sociais e o alcance e a multiplicação de informação através do compartilhamento de seus textos políticos. Tem como um dos seus focos a visibilização de histórias de mulheres negras antes invisíveis não só na internet, mas também nos meios de comunicação hegemônicos. Para embasar a reflexão aqui feita serão utilizados aportes de feministas negras como Sueli Carneiro, bell hooks, Luiza Bairros e Angela Davis.

Gêneros (digitais) em foco: por uma discussão sóciohistórica

ALFA: Revista de Linguística, 2010

• O objetivo deste artigo é realizar uma discussão de caráter sócio-histórico que aponte o que, a nosso ver, seriam as três grandes fases na história da constituição dos gêneros discursivos, a saber: suas origens na Retórica aristotélica, ainda como um gênero oral; sua redefi nição a partir da invenção da escrita tipográfi ca no século XV; e sua "transformação" em gêneros digitais com o advento da Internet. Como base teórica, adotamos uma perspectiva sócio-histórica de linguagem, cuja formação se estende desde a retórica aristotélica, perpassa a visão bakhtiniana dos gêneros discursivos e é ressignifi cada em teorias mais recentes que lidam com a questão dos gêneros digitais ). Consideramos que tal discussão de cunho sócio-histórico pode nos permitir construir um referencial teórico ainda pouco explorado no meio acadêmico que traga contribuições que contemplem tanto questões de cunho sócio-ideológico (mais amplas) quanto questões de cunho linguístico-discursivo (mais específi cas) a partir de uma relação dialética entre teoria e prática na constituição de gêneros digitais.

Ativismo Feminista Digital: Redes Femininas e a Tentativa Da Diminuição Do Gap De Gêneros a Partir Dos Coletivos De Música

2020

Os feminismos inseridos na cultura pop vem ganhando caracteristicas proprias que se refletem em diversos tipos de movimento ja consolidados, como o Riot Grrrl e o Girl Power (MELTZER, 2010). Justamente por causa dessa popularizacao dos ativismos feministas, as mudancas continuam acontecendo, dando espaco para feminismos como interseccional, latino-americano ou sul-globalista. Tendo isso em mente, e compreendendo que a digitalizacao dos ativismos e um dos fatores para a popularizacao desses feminismos (BANET-WEISER, 2018), o presente trabalho se preocupa em apresentar a analise de tres paginas de coletivos de musica que tem como objetivo endossar a participacao feminina na industria fonografica: Girls I Rate, MUSAP e Women Walk Together. As analises ilustram a discussao realizada sobre os ativismos feministas contemporâneos e como eles vem sendo influenciados pelo ativismo digital. Portanto, este trabalho intenciona compreender a desenvoltura dos feminismos contemporâneos e como a di...

Feminismo em Rede As redes sociais digitais como ferramenta de ativismo on-line

2020

Estando em um país com grande ocorrência de violência contra a mulher e tendo as redes sociais digitais se apresentado também como um espaço de luta, esta dissertação discorre sobre o Ativismo Feminista encontrado nas redes sociais digitais, especificamente, no Twitter, utilizado como ferramenta para engajamento e mobilização de práticas ativistas. O trabalho objetivou verificar como as práticas ativistas feministas ocorrem por meio das redes sociais e teve como metodologia escolhida a análise de conteúdo, utilizando como base a obra de Laurence Bardin. Para a construção do corpus textual utilizou-se a aplicação Ltweet – Técnica do Professor Marcio Santos (UFMA), e para a leitura da análise do corpus foi utlizado o software Iramuteq. Os temas escolhidos para análise foram Feminismo, Ativismo e Violência Doméstica, que nos conduziram a resultados por temática, onde também foi possível verificar a consonância entre eles e o desejo dos interlocutores por um mundo mais justo para as mul...

Sobre os Ciberfeminismos e Ativismos Feministas em Rede Social Online -os feminismos mediados pelas tecnologias da comunicação online

XXXI Congreso ALAS 2017 Acta Académica , 2017

RESUMO: Esta proposta de apresentação reflete sobre os ciberfeminismos emergentes ao final do século passado, lançando os primeiros questionamentos sobre as possibilidades do ambiente digital estarem dotadas de poder revolucionário, ou apenas representarem a re-colonização do ciberespaço. Pelo método observação oculta para monitoramento em páginas feministas em redes sociais digitais, trabalha dados que explicitam a apropriação das tecnologias de comunicações pelas mulheres na ação política, para manifestarem-se, em vista de clamar, reclamar e conscientizar por justiça, direitos e democracia Palavras Chave: Ciberfeminismos; Ativismos Feministas; Tecnologias da Comunicação Online. ABSTRACT: This proposal of presentation reflects on emerging cyberfeminisms at the end of the last century, launching the first questions about the possibilities of the digital environment being endowed with revolutionary power, or just representing the re-colonization of cyberspace. By means of the obscure observation method for monitoring feminist pages in digital social networks, there are data that explain the appropriation of communications technologies by women in political action, in order to demonstrate to claim to raise awareness for justice, rights and democracy. Introdução O desenvolvimento da pesquisa observa que o uso das tecnologias da comunicação como aliada à política das mulheres, não é um fenômeno recente, surgiu simultaneamente com o advento da internet. Um marco deste fato se dá pela atuação dos movimentos ciberfeministas durante os anos noventa. Tais movimentos buscavam a produção artística através das teorias feministas francesas e da inspiração sob o "Manifesto Ciborgue" de Donna Haraway (1985). A

Feminismo teen e youtubers: feminismo na adolescência em tempos de redes sociais

DESidades, 2022

Este trabalho tem como objetivo investigar o modo como as motivações, práticas e experiências de adolescentes auto identificadas como feministas são impactadas pelas redes sociais. Por meio de entrevistas semiestruturadas, foi investigado de que modo as redes sociais, especialmente o YOUTUBE, impactaram o processo de formação feminista das meninas. O trabalho conclui que as redes sociais tem delineado uma ““feminização da cultura””, um longo processo histórico de mudança cultural no qual o respeito ao feminino, à dignidade humana e à diferença são valores centrais.

O ativismo inserido no ciberespaço: uma análise da página "Feminismo sem demagogia"

Com o alcance global da internet e a possibilidade de interconexão oferecida por ela, lutar por uma causa também passou a fazer parte do universo online. Este artigo estuda o ciberativismo feminista através da análise da página do Facebook " Feminismo sem demagogia – Original ". A partir de autores como Primo, Recuero e Santaella, o estudo analisa as interações estabelecidas no ciberespaço, tendo as novas mídias como protagonistas de mudanças nas relações sociais. O trabalho objetiva relacionar o ciberativismo ao estudo da recepção na construção da identidade feminista. Por meio da análise qualitativa dos comentários nos posts, pode-se observar que as publicações das redes sociais têm relação direta com a formação de identidade e aprimoramento das relações sociais dos seus usuários, que se identificam com o conteúdo. Sendo assim, é possível afirmar que a página analisada atua no ciberativismo, pois promove a discussão, relação e identificação dos membros em suas publicações.

ATIVISMO DIGITAL MATERNO E FEMINISMO INTERSECCIONAL: Uma análise da plataforma de mídia independente “Cientista Que Virou Mãe”

RESUMO-Neste artigo, buscamos compreender o ativismo digital materno a partir da análise de um blog que passou a operar como uma plataforma de mídia independente: o Cientista Que Virou Mãe (CQVM). Gostaríamos de apresentar os indícios que revelam que esta plataforma atua como importante iniciativa de ativismo digital materno. Tanto nos estudos feministas, como nos estudos de comunicação e mídia, este recorte, mais voltado para a análise das relações entre maternidade, feminismo e mídia, é relativamente pouco trabalhado. Após localizarmos a plataforma CQVM dentro do contexto do ativismo digital materno, destacamos que tal fenômeno pode ser beneficiado por uma maior incorporação das perspectivas do feminismo interseccional. Para demonstrar esse ponto, adotamos uma abordagem de inspiração (n)etnográfica, analisando um evento marcante na história da plataforma, o qual trouxe à tona as vozes das mulheres e mães negras. Palavras-chave: Ativismo digital. Ativismo materno. Feminismo interseccional. Mídia independente.

Reflexões Em Torno Da Escrita Nos Novos Gêneros Digitais Da Internet

Hipertexto e Gêneros Digitais. Pernambuco. Lucerna, 2004

A internet tem levado as pessoas a lerem mais ea usarem mais a escrita. Dessa forma, muitos internautas têm ficado mais habilidosos no manuseio e na criação de formas específicas de lidar com a língua. Este ensaio discute uma questão que vem ocupando ultimamente ...