Reflexões Em Torno Da Escrita Nos Novos Gêneros Digitais Da Internet (original) (raw)
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Trama, 2019
Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE) 3 RESUMO: A modernidade tardia (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999) trouxe consigo a ascensão dos meios digitais e de novas possibilidades de interação. Com isso, novos gêneros, ou gêneros "reconfigurados", sustentam os propósitos discursivos e formatam os novos enunciados que nos são disponibilizados todos os dias. Esta modernidade tardia, portanto, nos coloca novos desafios: ser letrados em diferentes linguagens multissemióticas e multimodais (LEMKE, 2010). Diante desse contexto, nosso objetivo é analisar de que forma o letramento digital se manifesta do ponto de vista da leitura, compreensão e produção de textos de alunos de nível avançado e nível iniciante em Língua Inglesa, num programa de ensino de línguas de uma universidade pública. Inseridos no campo de estudos da Linguística Aplicada (MOITA-LOPES, 2006), compreendemos a linguagem como uma manifestação social, dotada de características discursivas, portanto, impossível de ser descolada de seu contexto e de uma real necessidade de estudo. Trata-se, assim, de um trabalho qualitativo-interpretativista (BORTONI-RICARDO, 2008), que pretende demonstrar como os multiletramentos se fazem presentes em salas de aulas de línguas estrangeiras na atual conjuntura em que nos encontramos.
“Oi, Pessoal Que Tem Útero!”: Tensões Discursivas Sobre Gênero Em Ambiente Digital
2020
No presente artigo, analisamos as trocas argumentativas de usuarios da rede social digital Instagram em postagem publicada pela youtuber Julia Tolezano, do canal Jout Jout Prazer, que apresentava o seguinte slogan para uma campanha de coletor menstrual: “Oi, pessoal que tem utero!”. Nosso objetivo foi apreender os sentidos sobre genero mobilizados durante a discussao na postagem em questao e para isso nos apropriamos da Analise de Conteudo como metodo proficuo para categorizacao das tematicas centrais dos argumentos. A saudacao utilizada pela influenciadora digital, direcionada a pessoas de diferentes identidades de genero que possuem o orgao reprodutor, suscitou intenso debate entre comentadores que, a partir de diferentes perspectivas sobre o que e ser homem e mulher, (re) produziam sentidos e buscavam firmar posicionamento no debate. Percebe-se a polarizacao nos dialogos entre (1) sujeitos que proferem argumentos conservadores e uma visada binaria sobre genero e outro (2) que rei...
Gêneros (digitais) em foco: por uma discussão sóciohistórica
ALFA: Revista de Linguística, 2010
• O objetivo deste artigo é realizar uma discussão de caráter sócio-histórico que aponte o que, a nosso ver, seriam as três grandes fases na história da constituição dos gêneros discursivos, a saber: suas origens na Retórica aristotélica, ainda como um gênero oral; sua redefi nição a partir da invenção da escrita tipográfi ca no século XV; e sua "transformação" em gêneros digitais com o advento da Internet. Como base teórica, adotamos uma perspectiva sócio-histórica de linguagem, cuja formação se estende desde a retórica aristotélica, perpassa a visão bakhtiniana dos gêneros discursivos e é ressignifi cada em teorias mais recentes que lidam com a questão dos gêneros digitais ). Consideramos que tal discussão de cunho sócio-histórico pode nos permitir construir um referencial teórico ainda pouco explorado no meio acadêmico que traga contribuições que contemplem tanto questões de cunho sócio-ideológico (mais amplas) quanto questões de cunho linguístico-discursivo (mais específi cas) a partir de uma relação dialética entre teoria e prática na constituição de gêneros digitais.
Letramento Digital: Um Tema Em Gêneros Efêmeros
Revista da ABRALIN
Com base em revisão bibliográfica sobre o conceito de letramento, discutimos a emergência do conceito de letramento digital como uma necessidade para a delimitação de pesquisas em Linguística e Educação. Propõe-se aqui a formulação do conceito de letramento digital e certa delimitação do âmbito que ele atinge nas pesquisas atuais, além de se tentar justificar uma “desagregação” do conceito mais amplo de letramento.
Internetês Versus Escrita Formal: A Nova Escrita e Seus Desdobramentos
Web Revista SOCIODIALETO, 2021
Com o advento da internet, o acesso ao meio digital proporcionou novas formas de comunicação, dentre elas, a escrita com características de fala, em um contexto mais abrangente do que o meio físico, além de um acesso mais abrangente à informação. Com isso, as práticas de leitura e escrita mudaram significativamente, promovendo outros olhares para as inadequações gramaticais e o surgimento de uma escrita própria da internet: o internetês. Neste trabalho, analisamos a reescrita de 4 posts publicados em uma rede social online, realizadas por estudantes do 1º. ano do ensino médio de duas escolas, uma pública e uma privada. O objetivo foi verificar i) a influência da escrita digital no conhecimento da norma padrão dos participantes; ii) semelhanças e discrepâncias entre os resultados dos dois grupos; iii) o equilíbrio entre os grupos, em relação à consciência dos gêneros textuais e a questões de situacionalidade. A metodologia empregada seguiu os preceitos do estudo de caso, tendo a pes...
A Produção De Gêneros Discursivos No Ciberespaço: Desafios Para Os Novos Letramentos
Revista de Letras, 2015
As competências de leitura e escrita no ciberespaço numa época de avanços na área tecnológica apontam para modificações nas formas de ler e escrever em novos suportes e diferentes linguagens. Mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação, as leituras e produções textuais são redimensionadas pelas redes sociais. Isso porque, inseridos no ambiente virtual, os internautas estabelecem novas formas de interação, compartilhando informações e experiências, além de desenvolverem novas práticas sociais como a participação ativa em grupos de interesses comuns. O presente artigo propõe uma reflexão sobre a prática de leitura e escrita na rede Skoob, uma plataforma de interação social. Para tanto, realizou-se uma análise do gênero discursivo resenha disponibilizado nessa plataforma, verificando-se as características dessa produção nesse espaço relacional.
Fanfiction: Leitura e Escrita na Era Digital
Revista Línguas & Letras, 2020
Resumo: Ao se partir da premissa de que a sociedade se torna cada vez mais digital e que as pessoas cada vez mais leem e escrevem no ciberespaço, esta proposta visa refletir acerca do gênero fanfiction e relacioná-lo às práticas de ensino, tendo em vista que a escola não fique alheia à diversidade de linguagens e culturas do mundo tecnológico, e que aborde os gêneros discursivos como práticas sociais, a fim de formar cidadãos multiletrados. Trata-se de uma reflexão acerca de uma pesquisa qualitativa, calcada numa intervenção desenvolvida, fundamentada tanto nos estudos bakhtinianos para se pensar sobre os gêneros; quanto nos estudos sobre os multiletramentos e ainda na noção de cultura participativa, de Jenkins. Os resultados demonstram a urgência do trabalho com gêneros multimodais em sala-de-aula e a necessidade de adequação da escola ao contexto contemporâneo. Palavras-chave: Gêneros Discursivos. Cultura participativa. Multiletramentos. Abstract: Based on the premise that society becomes more digital and that people increasingly read and write in cyberspace, this proposal aims to reflect on the fanfiction´s discursive genre (fan writing) and relate it to teaching practices, considering that the schools should not be unaware of the diversity of languages and cultures in the technological world, and that it should address discursive genres as social practices in order to form multi-literate citizens. This is a reflection on a qualitative research, based on both the Bakhtinian studies to think about genders; as well as on multiliteracies studies and on Jenkins' notion of participatory culture. The results demonstrate the urgency of working with multimodal genres in the classroom and the need to adapt the school to the contemporary context.
Em tempos de mídias eletrônico-digitais, de proliferação de linguagens artificiais e de comunidades virtuais, nada pode parecer mais anacrônico do que recorrer ao conceito de gênero para a análise do processo de transmissão das mensagens e da organização textual na cultura. Se, por um lado, gênero recorda a clássica teoria poética fundada por Aristóteles, por outro vai de encontro às classificações que delimitam o caráter das obras da cultura literária que parecem, cada vez mais, ''coisas do passado''. Tanto os gêneros poéticos, derivados da hierarquia no uso da voz, quanto os gêneros literários, direcionados para a classificação das produções da littera, se ocuparam das formas fixas e imutáveis.