Mercado imobiliário, neoliberalismo e Covid-19: a crise vista pelos olhos da "oportunidade" (original) (raw)
Related papers
Airbnb, investimento imobiliário e a crise de habitação em Lisboa
2019
} compreender a profissionalização do trabalho relacionada com o Airbnb, e verificar a hipótese de que este é um mercado cada vez mais desigual, i.e., os que têm maior capital acumulado são os que melhor podem competir, e os mais pequenos irão desaparecer, pelo que o Airbnb não representa uma dinâmica de economia de partilha benéfica para a cidade e para os seus cidadãos.
O capitalismo imobiliário e a crise da habitação em Lisboa
A habitação em cidades como Lisboa tem estado a satisfazer investimentos especulativos e o desenvolvimento turístico, mas deixa para trás a consagração de um direito social que não pode ser deixado à «regulação» do mercado e à crescente financeirização do sector.
Capital mercantil, circuito imobiliário e crise urbana
Capital mercantil, circuito imobiliário e crise urbana., 2021
Fix, Mariana; Ventura Neto, Raul . Capital mercantil, circuito imobiliário e crise urbana. In: Santos, Adroaldo Quintela; Galvão, Antonio Carlos; Bolaño, César Ricardo, Patrício, Cid Olival; Macedo, Mariano; Oliveira, Nelson Victor. (Org.). Wilson Cano. A questão regional e urbana no Brasil.. 1ed.São Paulo: Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia; Fundação Perseu Abramo; Expressão Popular, 2021, v. 1, p. 120-145.
Nas últimas décadas, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) tem passado por profundas transformações socioespaciais. Inspirados pela metáfora de Henri de "implosão-explosão da cidade", denominamos como "explosão da metrópole" os processos contemporâneos de transformação socioespacial que apontam para formas mais dispersas e fragmentadas de expansão metropolitana, expressão principal da produção do espaço metropolitano sob a urbanização extensiva .
30 Anos de Alta de Lisboa: os efeitos da crise num grande empreendimento imobiliário
O planeamento urbanístico do Alto do Lumiar, hoje conhecida pela marca comercial “Alta de Lisboa”, nasceu com o objectivo de expandir a cidade de Lisboa para norte, aproveitando terrenos camarários e outros, ocupados por populações carenciadas em condições de habitação muito precárias, que preocupava quem, à época, exercia o governo da cidade de Lisboa. Concebido através de um plano de urbanização designado por Plano de Urbanização do Alto do Lumiar (PUAL), que após várias alterações, foi por fim revisto e gerido pelo urbanista espanhol Eduardo Leira, inspirado nos conceitos da corrente designada por “Novo Urbanismo”. Vários factores, identificados em investigações anteriores, contribuíram para o actual estado do projecto. Esta comunicação visa demonstrar, como as sucessivas crises económicas e financeiras que sobrevieram, culminadas pela crise imobiliária de 2008, contribuíram para penalizar a calendarização e conclusão do plano em geral, prevista para 2015, e a operação imobiliária de cariz privado, em particular.
A Crise Como Oportunidade Para O Empreendedor Brasileiro
South American Development Society Journal, 2017
O empreendedorismo é um marco na estrada para o progresso econômico, e faz uma contribuição enorme à qualidade e às esperanças futuras de um setor, de uma economia ou mesmo de um país. O objetivo deste artigo é comprovar que nos momentos de instabilidade econômica aumenta-se o numero de empreendedores através de dados de pesquisas de instituições reconhecidas utilizando fontes de evidencias quantitativas. Este estudo trata-se de uma pesquisa exploratória, baseada em dados secundários, com análise quantitativa de dados e amparada na literatura científica. Enquanto os indicadores econômicos apresentaram índices negativos devido a uma crise econômica, os indicadores de empreendedorismo mostraram uma reação inversa com índices positivos, caracterizando um aumento nos empreendimentos.
Mercados imobiliários: universalidades, particularidades e singularidades
Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 2022
Partindo da ideia de que mercado imobiliário é uma abstração, posto que se refere a um largo espectro de modalidades de mercados, pergunta-se: quais as determinações comuns a todos os mercados imobiliários? Quais são semelhantes e definidoras de cada grupo ou tipo de mercado e quais são específicas de cada mercado local, histórica e espacialmente determinado? Diante dessas indagações, o presente ensaio, com base no método dialético, explora e aplica os conceitos de singular, particular e universal em análises de mercados imobiliários, explicitando correlações e interdependências entre essas dimensões. Além disso, aplica a tríade singular-particular-universal para a análise do mercado imobiliário da área central do Recife.
Configurações
No Brasil vivemos dois mundos bem separados e, na maioria das vezes, no mesmo espaço de vivência. Quiçá seja assim no resto do mundo, particularmente, na América Latina. De um lado, a burguesia dominante e seus diversificados governos (dos ditadores aos democratas desenvolvimentistas); de outro, uma população pobre e periférica nas cidades metropolitanas e/ou regionalmente distribuída, ávida por uma saída qualquer que melhore sua condição social. 2 A morte provocada pelos poderes dominantes nunca foi desconhecida entre os explorados nativos e escravizados como domínio sobre suas vidas. Os senhores de escravos chicoteavam até à morte os rebeldes ou fujões, mas a culpa dos castigos e a morte não eram absolutamente dos Senhores, mas dos próprios escravos: "os castigos utilizados tão somente no caso de inadaptação do escravo à sua condição. O escravo fugitivo-um inadaptado à própria comunidade dos seus pares, um inadaptado social. Culpa dele, porque, em geral, os senhores souberam oferecer aos escravos um mundo tranquilizador [sic]" (Gorender, 1990, p. 13). Não escaparam das garras da morte provocada nem os padres, como Frei Caneca, nem os alferes do Reino, como Tiradentes. A possessão da vida das pessoas pelos senhores de engenho é tão marcante que foram nomeados "donos de homens e da cana" por Schwartz (1988, p. 224). Depois, na república, a provocação da morte passou para as mãos dos policiamentos locais, legais ou não, como as devidas ao coronelismo até à Constituição de 1888 e, hoje, pelos grileiros, pelos gendarmes do agronegócio, pelas madeireiras, pelas mineradoras e, claro, pelas polícias civis e militares a serviço do Estado. Mas a provocação da dor e da morte nunca foi um negócio simples, um provocar simples da morte. Paradoxalmente, era preciso construir o consentimento marcado pelo domínio e proteção da vida.