Os Potiguara da Paraíba: Identidade, território e Patrimônio Cultural (original) (raw)

História, Ritos e Espiritualidade Indígena: Interfaces Com Os Potiguara e Tabajara Do Estado Da Paraíba

Revista Fragmentos de Cultura - Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas

O presente artigo trata a respeito de ritos e espiritualidade numa perspectiva indígena, mais especificamente, sobre os Potiguara e Tabajara do estado da Paraíba. Tem como objetivo discutir a percepção social acerca da comunidade indígena com interfaces envolvendo duas tribos paraibanas. A partir do questionamento a respeito do Índio que mora na nossa cabeça, foram discutidos alguns aspectos históricos relacionados ao indígena no Brasil, preconceitos, demandas e reparações históricas, seguidos de proposições e relatos baseados em experiência de campo nas aldeias Vitória, Barra de Gramame e Lagoa do Mato, com características distintas dessas aldeias. Para tanto, foi utilizada uma metodologia predominantemente descritiva a partir das experiências empíricas, utilizando fontes orais e bibliográficas. Os resultados demonstram a necessidade de reparações históricas a serem feitas, principalmente no tocante a posse da terra, em que os Potiguara e Tabajara também se colocam nessa situação a...

Territorialidades e conexões interurbanas: prática culturais da crew Clan Potiguara na cidade de Rio Tinto/PB

Latitude, 2019

Professor da Universidade Federal da Paraíba. Professor do Programa de Pós Graduação em Antropologia (UFPB). Líder do Grupo de Pesquisa em Etnografias Urbanas (UFPB), membro do Núcleo de Estudos e Pesquisa Afro-Brasileirose Indígenas (UFPB) e membro da Rede de Estudos sobre Experiências e Ações Juvenis (REAJ). Resumo O objetivo deste artigo é apresentar uma análise das condições e estratégias da crew (grupo) Clan Potiguara de ocupar e apropriar espaços públicos e desencadear e reafirmar processos de territorialidades. Para tal, partiu-se da análise de um evento de break dance que está em sua terceira edição, o "We are hip-hop Potiguara", organizado pela crew Clan Potiguara e realizado nas dependências do campus IV da Universidade Federal da Paraíba, na cidade de Rio Tinto/PB. Numa região fortemente marcada e influenciada pela cultura indígena Potiguara, a partir do evento, pretende-se analisar, além das práticas culturais, os elementos culturais globais e as apropriações e ressignificações em conformidade com as características locais; os processos de territorialidades acionados; o estabelecimento de conexões interurbanas. Embora eu pesquise crews em João Pessoa, desde 2010, esse artigo aborda um evento organizado pela crew Clan Potiguara, grupo pesquisado no meu atual projeto PIBIC.

Etnografia, Lugares Da Memória e O Discurso Dos Poderes Na Aldeia Dos Índios Potiguara

E Hum, 2013

A aldeia dos índios Potiguara não é somente um aglomerado de casas e pessoas. Trata-se de um espaço social muito mais complexo, somando ao habitat modelos de parentesco, cruzando práticas culturais e economicas, juntando aos humanos bichos e plantas, rotinas de trabalhos e "libertações" de lazeres. A aldeia Potiguara embora se apresente como singular, ela comunicava e continua a comunicar hoje com redes mais amplas de aldeias rurais e indígenas, gerando transformações culturais e sociais profundas. Embora as alterações marquem as mudanças nos habitos da aldeia Potiguara acredita-se que as práticas culturais que se estendem das festas ao turismo das suas aldeias são tão tradicionais como singulares.

Entre a tradição e a modernidade, os Potiguara. Estudo etno-histórico, narrativas de memórias e rituais, a revisitação e o turismo

História, histórias

Abrindo a nossa observação etno-histórica dos lugares da memória dos índios Potiguara, seus símbolos, práticas tradicionais e festas colectivas, percebemos que esses lugares da memória são o que nos chega, fica, seleciona o passado. Os rituais que os Potiguara apresentam como museus e mostruários da sua cultura singular, remetem imediatamente para a formação dessa outra comunicação tão primária na formação de culturas colectivas que é o do som e da música que se vai, depois, verter em festa. Não existindo documentação histórica e evidências etnográficas suficientes para investigar com rigor a formação cultural da música e das festas tradicionais entre os Potiguara, não existe outro caminho a não ser o de procurar observar densamente os grandes festivais colectivos que os Potiguara continuam a oferecer como tradicionais e representativos da sua cultura, dando destaque neste estudo aos rituais dos cocos que devem ter entrado nos espaços indígenas litorais do Brasil com a colonização e...

Na margem da visibilidade: Indígenas potiguaras LGBTQIAPN+ da Paraíba no contexto do aldeamento e da cidade

v. 6 n. 01: Povos e comunidades indígenas e tradicionais: (Re)existências, saberes e lutas por direitos, 2023

O objetivo dessa pesquisa é sinalizar a existência dos Indígenas Potiguaras LGBTQIAPN+ dos aldeamentos e núcleos urbanos do Litoral Norte Paraibano, bem como na necessidade de ampliar as concepções frente à discussão sobre sexualidade nas terras indígenas. Por vez, a metodologia utilizada parte do relato de experiência enquanto indígena potiguara gay, bem como a escrita em primeira pessoa, destacando os enfrentamentos frente à homofobia e discriminações tanto dentro das aldeias quanto na cidade-e mesmo na Academia. Além disso, com ênfase no compromisso ético dessa pesquisa de trabalho de conclusão de curso, ora em andamento, os resultados pairam através dos discursos de ódio, violências físicas, verbais e psicológicas contra os Potiguaras LGBTQIAPN+ na cidade e principalmente dentro do aldeamento, sendo fortemente influenciada pela presença da fé cristã nesses espaços de terra indígena (TI), e o aumento expressivo da perda das tradições originárias, assim como também o preconceito, afeito sob diversas óticas: são indígenas paraibanos/as/es, racializados/as/es e LGBTQIAPN+. Conclui-se que pouco se fala sobre os povos originários na perspectiva de sexualidade, aflorando ainda mais o olhar colonizador sobre esses corpos, que são alvos constantes do apagamento e do silenciamento. Logo, são urgentes os debates para que se possa haver visibilidade, acolhimento e principalmente respeito, no âmbito da escrita da História-e para além dela.

TERRITORIALIDADE, SINAIS DIACRÍTICOS E JUREMA: Reflexões sobre a religiosidade e identidade Potiguara

2017

Historiograficamente registrada desde o inicio da colonizacao portuguesa no Nordeste brasileiro, a jurema ( Mimosa tenuiflora [Willd.] Poir., Mimosa verrucosa Benth. e Vitex agnus-castus L.) apresenta grande importância para os povos indigenas dessa regiao. Neste trabalho, refletir-se-a acerca dos varios aspectos e usos da jurema, em especial para o Povo Indigena Potiguara, localizado no Litoral Norte do Estado da Paraiba. Consiste em uma pesquisa teorica e bibliografica e de experiencias etnograficas pontuais que pretende ser ponto de partida para futuros debates, reflexoes, questionamentos e pesquisas. As questoes centrais exploradas nesse artigo remetem a religiosidade, identidade e construcao de uma territorialidade desse povo. Nesse sentido, trabalhamos com a hipotese de que os rituais associados com a jurema tem como um de seus possiveis corolarios a afirmacao de diferencas interetnicas, em vista da existencia de uma baixa contrastividade cultural desse grupo para com a socied...

A Educação Escolar Indígena Como Fortalecimento Da Identidade Cultural Dos Potiguara Da Paraíba/Brasil - Considerações Iniciais

Trabalhos em Linguística Aplicada

RESUMO Este artigo, elaborado a partir de uma pesquisa qualitativa, consiste em apresentar algumas reflexões suscitadas a partir da relação entre escolarização e tradição como contribuintes para o fortalecimento da identidade étnico-cultural dos indígenas Potiguara em uma escola estadual de ensino fundamental e médio da Paraíba-Brasil, traduzidas na experiência do fazer pedagógico intercultural. Nesse contexto, infelizmente, há professores que se deparam com a falta de instrumentos pedagógicos e práticos para o desenvolvimento de estratégias no sentido de melhor exercerem a interculturalidade indígena. Sendo assim, por meio deste trabalho, é possível compreender o processo histórico para se garantir uma educação escolar indígena intercultural, específica e diferenciada para o povo indígena Potiguara da Paraíba, a qual é hoje assegurada por lei, orientada para atender as situações concretas da realidade indígena, tendo como finalidade a autonomia, a sustentabilidade, a política, a ec...

De “noiteiro” a cacique: constituição da chefia indígena Potiguara da Paraíba

Revista ANTHROPOLÓGICAS, 2011

Estudos antropológicos recentes sobre os grupos indígenas localizados no Nordeste brasileiro têm apontado para a importância do papel da chefia nas relações que tais grupos estabelecem com a sociedade envolvente na luta pela posse da terra, os quais se traduzem em movimentos de reivindicação pelo reconhecimento da especificidade cultural. Discutir a formação, legitimação e atuação das lideranças indígenas Potiguara é o objetivo deste artigo. Neste contexto específico, a constituição da chefia revela, de um lado, a perspectiva simbólica indígena de política através da percepção das relações de contato com a alteridade. De um outro lado, é possível também perceber as intervenções e influências de atores externos na atuação das lideranças.

TERRITÓRIO E IDENTIDADE NO BOI-BUMBÁ DE PARINTINS

Revista Geográfica de América Central , 2011

O texto tem por objetivo investigar a influência do espaço amazônico na construção da identidade parintinense a partir do boi-bumbá, uma manifestação folclórica brasileira resultante da união de elementosdas culturas européia, africana e indígena. Considerado a base das relações socioambientais onde se materializam aspráticas sociais, o território pode ser apreendido como um referencial simbólico no processo de construção da identidade social. A identidade social é percebida como uma identidade territorial quando sua construção parte do território, tanto no sentido simbólico quanto concreto. Fundamentada na análise documental e bibliográfica, épossível perceber oboi-bumbá comoum território onde os atores projetam suas concepções de mundo e constroem suas concepções identitárias, representadas atualmente não apenas como identidade ribeirinha, mas como identidade amazônica. Parintinsse mostraum território produzido pela cultura das relações imaginárias que envolvem o contexto amazônico. As identidades parintinenses se revelam como um conjunto de valores e papéis em constante processo de mudança e de atualização. O boi-bumbá é um espetáculo tecido com o encanto das toadas e lendas, representações de rituais indígenas e celebrações tribais povoadas por seres míticos amazônicos, uma expressão máxima da autenticidade cultural da região Norte do Brasil.