A produção acadêmica no Brasil de dissertações e teses sobre Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) e Medicalização na Educação no período de 2005 a 2017 (original) (raw)

O caso Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a medicalização da educação: uma análise a partir do relato de pais e professores

As dificuldades de comportamento na infância têm sido alvo de inúmeras discussões na área médica e educacional, sobretudo nos últimos anos. Com isto, dois fenômenos inter-relacionados se sobressaem: a medicalização e a patologização da infância. A medicina e a psiquiatria são saberes produtores destes processos ao criarem e recriarem categorias diagnósticas que justifiquem inúmeros problemas da rede de relações complexas que caracterizam o ambiente escolar. Nesta perspectiva, pretendemos trazer o relato de pais e professores de uma escola pública do interior de São Paulo sobre alunos, com idade entre sete e 11 anos, diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e relacioná-lo com as discussões acerca do processo de medicalização na atualidade. Considera-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem ou comportamento são categorizadas como um corpo biológico a-histórico desprovido de vida social e afetiva.

Medicalização e TDAH: discussões nos programas de pós-graduação em educação e em psicologia do Mato Grosso do Sul

INTERFACES DA EDUCAÇÃO

Estudo bibliográfico, de abordagem qualitativa com o objetivo de compreender a abordagem dos temas Medicalização e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na produção científica dos campos da Educação e Psicologia no Estado de Mato Grosso do Sul. Empregou-se a metodologia do estado do conhecimento, com um recorte temporal e espacial em levantamentos realizados nas teses e dissertações defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Psicologia cujo resumo contivesse os descritores medicalização ou TDAH. Os dados permitiram afirmar que o volume de pesquisas em Educação e em Psicologia em Mato Grosso do Sul é significativo, considerando a recente implantação da maioria dos programas, entretanto, as pesquisas sobre as temáticas em estudo ainda são incipientes necessitando de mais pesquisas que abordem a medicalização na Educação.

Metodologias de ensino e a promoção da inclusão de estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Uma análise em dissertações e teses da CAPES

Research, Society and Development, 2021

Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar trabalhos que versam sobre estudantes com Transtorno de Déficit de Atenção e a proposição de metodologias de ensino que favoreçam a sua aprendizagem e inclusão. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e exploratória, na qual foram realizadas buscas no banco de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da Capes utilizando para a busca o descritor “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade”. O recorte temporal utilizado nas buscas foi o período de 2015 a 2020. Para análise dos dados, teve por base a Análise de Conteúdo, de Bardin. Nesta investigação foram encontrados 160 trabalhos, sendo 121 dissertações e 39 teses, a partir da leitura dos resumos foram descartados os duplicados e os que não se referiam a área da educação, restando 25 , sendo 7 teses e 18 dissertações, estes foram lidos na íntegra excluindo os que não estavam relacionados ao docente e a prática inclusiva.Para fim deste estudo c...

A Multiplicidade do TDAH nas Diferentes Versões Produzidas pelas Ciências no Brasil

Psicologia: Teoria e Pesquisa

RESUMO A partir da Teoria Ator-Rede, esta revisão teve como objetivos discutir as diferentes realidades performadas pela literatura científica brasileira sobre o TDAH e descrever a produção de versões acerca do fenômeno por meio do funcionamento de suas redes heterogêneas. Selecionamos 80 artigos científicos brasileiros das bases de dados Lilacs, Pepsic, BVS, Scielo e IndexPsi utilizando o descritor TDAH. A discussão aponta para diferentes versões do TDAH, que se distanciam, se conectam, se sobrepõem e agenciam diferentes realidades por meio das relações entre agentes humanos e não humanos que participam da construção destas versões. Espera-se que a presente pesquisa possa contribuir com um olhar para o TDAH por meio de seus agenciamentos, com base na busca de uma compreensão mais ampla e híbrida deste fenômeno.

TDAH e medicalização: Implicações neurolinguísticas e educacionais do déficit de atenção/hiperatividade

Fórum Linguístico

TDAH E MEDICALIZAÇÃO: implicações neurolinguísticas e educacionais do Déficit de Atenção/Hiperatividade, de autoria de Rita Signor, mestra e doutora em Linguística pela UFSC, fonoaudióloga no Hospital Infantil Joana de Gusmão (Florianópolis/SC), e de Ana Paula Santana, fonoaudióloga, mestra e doutora em Linguística pela UNICAMP, professora do curso de Fonoaudiologia e da Pós-Graduação em Linguística da UFSC, busca “[...] discutir os aspectos neurolinguísticos, clínicos e educacionais atrelados à produção do chamado TDAH [...]” (SIGNOR; SANTANA, 2016, p. 17).Este livro, publicado em 2016, destaca-se pela relevância do tema, uma vez que há ainda poucas produções interdisciplinares que tratem do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade numa visão para além do diagnóstico clínico, ou seja, por meio de uma análise que considere o sujeito em sua dimensão histórico-cultural. A retomada do conceito de normal versus patológico no TDAH é constituída, no livro de Signor e Santana (2016)...

Representações da mídia escrita/digital para o transtorno de deficit de atenção com hiperatividade no Brasil (2010 a 2014)

Explicações biológicas vêm sendo cada vez mais utilizadas, no discurso científico, para explicar transtornos mentais, incluindo aqui o transtorno de deficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ao mesmo tempo, aumentam também as críticas aos argumentos de que este tipo de explicação é a única válida. Nesse cenário, podemos perguntar: como essas informações chegam à população? Nosso objetivo, portanto, é descrever de que forma o discurso científico sobre o TDAH vem sendo traduzido e apresentado pela mídia brasileira para a população, a partir da análise de 81 artigos jornalísticos recentes de dois importantes jornais do Brasil: a Folha de São Paulo e O Globo. Dividimos os resultados em três grandes temas: “o aumento no número de diagnósticos e a medicalização da vida”, “o tratamento medicamentoso” e “a clínica psiquiátrica, critérios e diagnósticos”, que apareceram de forma recorrente nas reportagens analisadas. Na mídia, o discurso científico hegemônico não conquistou um espaço monopolizado (apesar de representar 65% das reportagens analisadas), mas o divide com o discurso da medicalização e da crítica ao excesso de diagnósticos e terapêuticas.

ARGUMENTAÇÃO E DISCURSOS SOBRE O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) NAS MÍDIAS SOCIAIS

A big challenge which has been present in the teaching context is the learning disorders; mainly the Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). This subject has been focused by academic and scientific studies and more popular researches as well. The exponential increase of diagnosed people (MATTOS, et al., 2012) has highly affected education field, therefore teachers’ searching for information and studies about it has also increased, since they want to know how to deal with it in the classroom. Observing this context, it is possible to say it is necessary to analyze these texts, so its interests and ideological positions can be confronted. This study is based on Perelman & Olbrechts-Tyteca (2005) and the “Logical Fallacies Guide”, by Downes (1996). First some argumentation theories were discussed, and after that, a text titled “Are we all hyperactive?” from the Brazilian newspaper Folha de São Paulo has been analyzed. This paper intends to draw some argumentative strategies which were used in this text. So it was possible to make some assumptions about the authors’ intentions and points of view. The purpose here is to help teachers by presenting some critiques about this theme.