Somos nada mais que imagens - Entrevista com Anne Sauvagnargues (original) (raw)
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Processos de Criação em Anne Sauvagnargues
Revista Apotheke
O presente artigo busca problematizar os processos de criação a partir da obra de Anne Sauvagnargues. Para isso apresenta uma introdução sobre a concepção elaborada por esta artista e filósofa tendo como objeto de análise três de suas pinturas: “Station Saint Michel”, “Viva Italia!” e “Arrêt à Marseille”. A partir dessa exposição inicial desenvolve-se, então, uma aproximação com o conceito de bloqueio - visto que para a autora é o bloqueio quem cria - e com a noção de subtração - visto que para Sauvagnargues a criação é sempre subtrativa. A hipótese defendida pelo ensaio é de que haja uma teoria da criação em Anne Sauvagnargues que ao mesmo tempo se relaciona com a ideia de bloqueio - a qual seria distinta de uma determinada compreensão do conceito de resistência em Gilles Deleuze: criar é resistir - e com a subtração enquanto invalidação de uma lei naturalizada. Naturalização, que por sua vez, impede a percepção de que a defesa de sistemas coerentes são sempre imposições de uma lei...
Revista Polis e Psique, 2020
Anne Sauvagnargues é artista visual, escritora, filósofa e uma das maiores especialistas no pensamento de Gilles Deleuze. Pesquisadora da história da arte e da estética, explora o fio que atravessa toda obra deste autor em sua relação com a arte. Dedica-se atualmente ao desenvolvimento de uma Ecologia das Imagens, onde conceitos da filosofia da diferença dialogam intensivamente com sua poética em pintura, e oferecem novas abordagens ao conceito de imagem. Suas obras foram exibidas em diversas exposições na França e na Suíça, e seus livros traduzidos para várias línguas. Professora do departamento de filosofia na Université Paris-Nanterre, acolhe pesquisadores do mundo inteiro no seu Laboratório EA 4414 HAR: Histoire des Arts et des Représentations. Numa ensolarada tarde de junho de 2019, em Paris, conversamos a respeito de sua obra, cercados pelos livros de sua biblioteca, e diante de seus cadernos de pinturas e desenhos. A entrevista que segue é parte do material registrado nesse encontro, e posteriormente traduzido.
Processos de Criação em Anne Sauvagnargues Processes of Creation in Anne Sauvagnargues
Revista Apotheke, 2020
O presente artigo busca problematizar os processos de criação a partir da obra de Anne Sauvagnargues. Para isso apresenta uma introdução sobre a concepção elaborada por esta artista e filósofa, tendo como objeto de análise três de suas pinturas: “Station Saint Michel”, “Viva Italia!” e “Arrêt à Marseille”. A partir dessa exposição inicial desenvolve-se, então, uma aproximação com o conceito de bloqueio - visto que para a autora é o bloqueio quem cria - e com a noção de subtração - visto que para Sauvagnargues a criação é sempre subtrativa. A hipótese defendida pelo ensaio é de que haja uma teoria da criação em Anne Sauvagnargues que ao mesmo tempo se relaciona com a ideia de bloqueio - a qual seria distinta de uma determinada compreensão do conceito de resistência em Gilles Deleuze: criar é resistir - e com a subtração enquanto invalidação de uma lei naturalizada. Naturalização que, por sua vez, impede a percepção de que a defesa de sistemas coerentes são sempre imposições de uma leitura em específico. Nesse sentido, a aposta do trabalho é de que a obra de Anne Sauvagnargues, ainda pouco traduzida no Brasil, tenha contribuições importantes para cartografias cuja intenção passe pelo mapeamento de relações que envolvem os processos de criação e os processos de subjetivação.
Artmachines, de Anne Sauvagnargues
originally published in 16 Jan 2017: https://transobjeto.wordpress.com/2017/01/16/artmachines-de-anne-sauvagnargues/ Anne Sauvagnargues is a philosopher and currently a professor (Maître de Conférences) at Université de Paris-Ouest – Nanterre La Defense (Paris 10). The present text is a review of her book Artmachines: Deleuze, Guattari, Simondon, published in 2016 by Edinburgh University Press. The book contains 13 essays (from 2002 – 2016), grouped in 4 parts. A list of articles, with the original titles and publication places appear in the end of the review, with direct links to the original articles whenever available.
A Cabanagem entre fotografias e textos do presente
Simpósio Nacional de História, 2019
Resumo Neste trabalho pretendemos reconstruir, como leitores, a forma com que o livro Cabanagem reconta a história da Cabanagem a partir de fotografias do presente do estado do Pará e do texto histórico-crítico sobre o evento do séc. XIX. Para tanto, nos serviremos do entendimento da prática da história como uma prática política atrelada ao contexto do presente da sociedade desenvolvido por Walter Benjamin e também por Silvia Cusicanqui e do conceito de alegoria do próprio Benjamin. Com isso pretendemos mostrar como a fotografia pode contribuir para tal prática política da história visando a descolonização dos imaginários sociais e da própria história. Palavras-chave: fotografia; história; cabanagem Introdução Cabanagem (Fig.1) é um fotolivro de André Penteado publicado em 2015. Trata-se de uma investigação fotográfica sobre o evento da Cabanagem ocorrido entre os anos de 1835 e 1840 na antiga província do Grão-Pará (que abrangia os atuais estados do Pará, Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima). Cabanagem é composto de três volumes. Um volume maior com um ensaio visual sobre o evento, que analisaremos neste trabalho. Um volume menor com retratos de pessoas com as quais o fotógrafo teve contato para a elaboração do ensaio visual do livro maior. Enquanto no ensaio visual as fotografias não são legendadas; os retratos sempre vêm acompanhados de legenda com nome do retratado e atividade profissional. E uma texto em papel jornal assinado pela historiadora Magda 1 ST 161. Artes, Patrimônio e Educação: os múltiplos suportes
Evgen Bavcar: autorretratos e as imagens-mancha
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia, 2020
Este artigo apresenta a leitura de quatro autorretratos feitos pelo fotógrafo e filósofo cego Evgen Bavcar, os quais se encontram reunidos em seu livro Memória do Brasil, na tentativa de compreender como o fotógrafo constrói uma figura ou persona do “fotógrafo cego”. Ao analisar o primeiro desses autorretratos, levanto a hipótese de que Bavcar apresenta um caráter de manifesto em seu livro e proponho pensar nessas fotografias enquanto imagens-mancha, as quais, ao dirigirmos nosso olhar esperando encontrar nelas imagens feitas por um cego, são capazes de devolver uma imagem de nossa própria cegueira comum, já que, situadas no liminar da visibilidade, questionam e colocam em disputa nosso imaginário acerca da cegueira.
Precisamos falar sobre imagens
The picture of a group of young people in the Rijksmuseum (Amsterdam) with their backs turned toward a painting by Rembrandt while they check their mobile phones sets off a reflection on contemporary visual experience. The article comments on some challenges and impasses that confront museums due to the excess of the visible and hyper-mediation of artistic images. Originally published in the Blog of the Moreira Salles Institute in 2014. A foto de um grupo de jovens no Rijksmuseum, de costas para um quadro de Rembrandt, consultando seus celulares é o ponto de partida para uma reflexão sobre a experiência visual contemporânea. O artigo aponta alguns desafios e impasses museológicos diante do excesso de visível e da hipermediação das imagens artísticas. Originalmente publicado no Blog do Instituto Moreira Salles em 2014.