Guatemala violencias desbordadas (original) (raw)

Mito e violencia

Quem quiser saber a verdade acerca da vida imediata tem que investigar sua configuração alienada, investigar os poderes objetivos que determinam a existência individual até o mais recôndito nela. Adorno-Minima moralia RESUMO A leitura da filosofia de Walter Benjamin proposta aqui tem como fio condutor a tentativa de percorrer o caminho que leva à construção, ou à produção da vida não-política, a mera vida, na atualidade, à luz de Agamben e outros comentadores. Assim, o objetivo principal do trabalho é refletir como essa vida, sempre incluída através de uma exclusão, é politizada, isto é, como se atribui um valor político a ela e quais são suas representações na teoria benjaminiana. Os três eixos que constituem o trabalho para a análise que nos propomos são: a reflexão sobre o elo de ligação entre a violência e poder soberano, que se fundamenta negativamente pela duplicidade "estado de exceção-mera vida", através do diálogo estabelecido entre as teorias de Benjamin e Schmitt; a estreita ligação entre mera vida e mito através da demonstração das representações das imagens dessa vida pelas alegorias e imagens dialéticas da modernidade; a reflexão sobre o papel revolucionário da arte na politização dessas vidas e, também, o interesse de Benjamin pelo surrealismo.

Drogas e violencia

Nos dias de hoje, a escola ocupa um lugar inquestio-nável. Quase todas as pessoas sabem o que é uma escola, pois viveram, por um certo tempo de sua existência, uma experiência escolar. Passar pela escola é na vida de qual-quer pessoa um fato quase " natural ". Contudo, vivemos atualmente uma experiência escolar estendida e contínua. Houve um tempo em que chegava a hora de despedir-se da escola para inserir-se no mercado de trabalho, porque ocorrera um corte brusco na experiência educacional ou para adentrar à universidade. Agora, estamos endereçados à escola do nascimento à morte. Essa verdade foi construída pelo saber contemporâneo para ser consensualmente acei-ta e incorporada como inevitável. A escola não é mais o lugar de uma etapa necessária ao desenvolvimento da criança e do adolescente, estabelecida pelos pais, sob o controle do Estado, para uma educação de conhecimentos regulada por pedagogos e psicólogos. Ela perdeu o status de lugar especial, de etapa a ser cumprida

Mecanismos de poder e de violencia

Revista de Interpretação Bíblica Latinoamericana, 2020

Mecanismos de poder e violência no primeiro século Mecanismos de poder y violencia en el primer siglo Resumo O avanço do Império Romano em direção à Palestina pode ser datado em 63 a.C., quando Pompeu conseguiu tomar Jerusalém sem muitos problemas. Esta conquista que fará com que a Palestina permaneça subjugada à águia romana, cujo domínio alimentaria o ódio do povo por muitos séculos. A Palestina era, portanto, um conjunto de cidades dominadas e submetidas na Palestina (e as províncias da Galiléia, Samaria e Judéia do primeiro sé-culo) envolveu protesto e resistência contra as provocações e opressão ro-mana. Jesus nasceu e viveu no contexto social do século I d.C., um período em que a importância do império romano é incontestável e determinante. As principais vítimas da política expansionista romana eram justamente-mente uma pesada tributação e, mais do que isso, uma séria ameaça a sua existência, haja vista que muitos deles foram expulsos de suas terras. Con-clui-se que Jesus falou e agiu numa situação de injustiça sistêmica e de mal-dade estrutural em que o sacrifício de uma grande porcentagem de pessoas era necessário para tornar o processo de construção do império possível. Nesse contexto, na linha dos profetas do Antigo Testamento Jesus tem uma proposta antissistema, de defesa dos últimos e de promoção da vida. : imperialismo; violência; libertação; resistência; camponeses.

Violenciamulher

This qualitative study aims to describe the trajectories of female victims of gender violence in Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, Brazil. The methodology included in-depth interviews with women and staff, attempting to map the critical paths of women when they made the decision to seek professional help. We interviewed 21 women victims of gender violence and 25 professionals, including law enforcement officials, health and social workers, and nongovernmental organizations. The women's trajectories in the services were mapped, identifying facilitating factors and obstacles in the process of breaking with gender violence. The victims reported: pressure by professional staff to return to their marriages and police inefficiency in providing protection. The discourse of law enforcement officials and health and social workers showed a range of different concepts regarding violence, medicalization of violence, and network fragmentation. Violence Against Women; Domestic Violence; Critical Route

Violenci no pais redemocratizado

vem revelar curiosos paradoxos, especialmente no caso dos que passam a militar pelos direitos humanos. Os últimos, a partir da década de 80, embora baseados na teoria universalista e abstrata de tais direitos -na sua concepção natural e cristã -, apresentaram-se ao mesmo tempo como os aliados específicos das camadas mais atingidas pelo aparato policial e judicial do Estado. Não haviam abandonado de todo o modelo marxista dicotômico de sociedade, que opunha classe oprimida ao Estado, ou o conflito entre duas classes sociais antagônicas, mas militavam em defesa da cidadania no modelo da construção da nação, na qual deveriam ser incluídos os pobres do campo e das cidades. O paradoxo era maior no contexto urbano, onde os pobres figuraram simultaneamente como protagonistas principais dos crimes violentos cometidos e como vítimas preferenciais deles. Da dupla inserção dos pobres nas manifestações de violência, principalmente urbana, decorreram, então, dilemas éticos e políticos lancinantes e algumas ambigüidades teóricas. Outros modelos societários, nem sempre integrados aos demais, foram também acionados: o modelo da organização da sociedade civil, claro entre os que falavam da civilidade ou de um espaço civil , de espaço público (Zaluar, 1991 a; b; c e 1994b), ou ainda as parcerias entre organizações não-governamentais, empresas, movimentos sociais e governos (Fernandes e Carneiro, 1996; CPDOC FGV/Iser, 1997 a e b); o modelo da sociabilidade violenta, que considera a violência como cerne do social ou legitimada na sociedade mais ampla (Machado da Silva). m leitor familiarizado com a literatura internacional a respeito do tema logo percebe que a discussão acerca de "criminalidade e violência", no Brasil, tomou um rumo muito marcado pela recente história política do país e o papel que nela tiveram os intelectuais que trabalhavam nas universidades e organizações não-governamentais. Torna-se importante, pois, levar em conta a relação entre o campo intelectual e o campo político para entendermos os debates e afirmações reiteradas que ocuparam o pensamento dos que se dedicaram ao assunto. Os últimos 25 anos cobrem um período da história do país marcado por profundas mudanças políticas, sociais e econômicas, das quais os cientistas sociais participaram como pesquisadores e como cidadãos. Eles viviam tais mudanças e sobre elas pensavam dos lugares que ocupavam em suas instituições universitárias, partidos políticos e movimentos sociais, os quais sofreram várias inflexões. Mais recentemente, transformações na articulação entre os dois campos -o intelectual e o político -, com o advento das organizações não-governamentais, tiveram profundo impacto sobre as pesquisas e a literatura produzidas.

NARRATIVAS DE VIOLENCIA Y TRANSFORMACIÓN DE MUJERES INDÍGENAS UITOTO EN BOGOTÁ

Memórias, violências e investigação colaborativa com povos indígenas. Contribuições teóricas, metodológicas, éticas e políticas ao fazer etnográfico, 2020

Este capítulo aborda narrativas sobre experiencias de violencia de mujeres uitoto que migraron para Bogotá de la región del Caquetá Putumayo en Colombia. Las narrativas que presentamos emergen en el contexto del encuentro etnográfico en Bogotá, como parte de una investigación doctoral realizada en el 2015 por la primera autora, que exploró la movilidad de mujeres indígenas a partir de la construcción de narrativas biográficas (Nieto Moreno, 2017).

Femicídios no México

Resumo O artigo apresenta a situação atual de mulheres operárias no México, com ênfase na cidade fronteiriça de Juárez, onde há uma incidência altíssima de assassinatos de mulheres. A maioria destas mulheres é torturada e estuprada antes de serem assassinadas. Apesar do fato da humilhação do homem pobre numa cultura que paulatinamente destrói o modelo familiar estável ser um fator para esta violência contra mulheres, a cultura machista é o maior fator parar a esta situação. O artigo traz algumas estatísticas e reflexões sobre o impacto destas mortes na família das vítimas, assim como em toda a sociedade. Palavras-chave: Femicídio; estupro; estatística; Juárez; fábricas. Abstract The essay presents the current situation of factry workers in Mexico, with emphasis on the frontier city of Juárez, where there is a very high incidence of murder of women. Most of these women are tortured and raped before they are killed. Although the humiliation of poor men in a culture that slowly destroy...

Desarmar o brasão de Guatemala

Palíndromo

A seguinte proposição artística aborda a obra “Desarmar o Brasão de Guatemala”, uma releitura teórica e prática sobre a independência da Guatemala. Este símbolo patriótico "reforça" uma identidade nacional com a qual a população não se identifica e agora cobra outra simbologia, desarmando artisticamente os elementos presentes no brasão atual. Retirando símbolos de violência, morte e conquista, busco abrir espaço a elementos de revolução, liberdade e força das lutas coletivas dos movimentos populares indígenas, que arduamente vem atravessando todo tipo de opressão militar e social mas sempre seguem firmes e fortes nos seus propósitos. Neste trabalho desenvolvo um novo brasão, constituído de elementos de lutas revolucionárias.