Curso: Antropologia da Sexualidade (PPGAS/MN/UFRJ, 2020) (original) (raw)

Curso: Antropologia do Gênero e da Sexualidade (PPGAS/MN/UFRJ, 2017)

2017

Docentes: Profa. María Elvira Díaz-Benítez, Profa. Barbara Pires, Prof. Everton Rangel Ementa: Curso de formação em questões de gênero e sexualidade na antropologia e em diversas vertentes das ciências sociais. Em um primeiro momento, com o uso de uma literatura canônica, o curso pretende discutir a importância do gênero como categoria analítica – oferecendo centralidade à teoria da performatividade – e da sexualidade como construção social e dispositivo de poder. A invenção histórica dos perversos será uma chave para discutirmos sobre práticas sexuais vistas como abjetas e/ou dissidentes, e também para discutirmos como risco e consentimento simultaneamente se amalgamam e se configuram em determinados desejos e prazeres. Por meio da leitura de diversas autoras feministas que descentraram a teoria e chamaram a atenção para diversos modos de existência e agência social, o curso dará especial atenção às maneiras em que o gênero e a sexualidade operam sempre em interseção a outros marcadores da diferença, como raça e classe. Interessa-se, igualmente, por debater as tecnologias que desafiam a binaridade dos corpos e os modos de regulamentação do gênero e da sexualidade que, por sua vez, evidenciam o caráter instável dos mesmos. A sedimentação e a desestabilização de feminilidades e masculinidades, bem como a produção de corpos, hierarquias e fronteiras ocupam lugar relevante no curso. As potências e ambivalências da crítica social e/ou feminista serão pensadas a partir de proposições e contextos políticos diversos. As condições de produção do trabalho antropológico no que se refere ao gênero e a sexualidade, embora não somente, serão objeto de discussão.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL ROBERTO ARRIADA LOREA CIDADANIA SEXUAL E LAICIDADE

A presente tese tem por tema a pioneira jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, relativamente às demandas por reconhecimento de efeitos jurídicos às uniões entre pessoas do mesmo sexo, compreendidas essas demandas como uma luta pela implementação da cidadania sexual, cujo obstáculo político principal na América Latina tem sido a resistência de setores conservadores do campo religioso. Partindo dessa premissa, a qual está evidenciada na literatura, o objeto da pesquisa focou a questão da influência religiosa no enfrentamento jurídico de questões ligadas à cidadania sexual. No intuito de pensar as causas das diferentes interpretações judiciais que conduzem ao reconhecimento (ou não) das uniões gays, foram analisadas decisões do TJRS e entrevistas realizadas com os magistrados que atuam na área do Direito de Família. O estudo buscou identificar as concepções dos magistrados sobre conjugalidade gay, religião e família, tentando identificar as categorias de pensamento que são acionadas pelos magistrados no momento de decidir. Um dos principais achados da pesquisa foi identificar a vinculação entre a rejeição à conjugalidade gay e o emprego de categorias de classificação ligadas à moral sexual cristã manifesta na valoração negativa da homossexualidade. Tal valoração aparece como fundamento subjacente aos argumentos formalmente empregados para justificar um tratamento desigual a gays e lésbicas. Palavras-chave: laicidade, cidadania sexual, direitos sexuais, casamento gay ABSTRACT The pioneering jurisprudence of the Rio Grande do Sul Court is analyzed regarding the recognition of juridical consequences of same sex unions. The legal claim for same sex marriage is here understood as part of a pledge for sexual citizenship. The main obstacle for such sexual rights in Latin America has been the resistance of conservative religious sectors. This thesis focuses on examining the religious influence of legal and juridical decisions regarding sexual citizenship.

Antropologia no Brasil (Curso oferecido para graduação em Ciências Sociais)

Ementa: Curso que visa familiarizar os estudantes com as tradições da disciplina no Brasil, no contexto mais amplo da história da antropologia. A bibliografia incluirá análises dos aspectos institucionais-museus, centros e faculdades onde os antropólogos desenvolveram seus trabalhos de pesquisa e ensino metodológicos e teóricos dessa história. Objetivos: O propósito deste curso é discutir algumas vertentes da produção antropológica brasileira enfatizando, a um só tempo, a formação do campo disciplinar no país e a consolidação de temas que parecem fundamentais para pensar as transformações da antropologia feita no Brasil. Tomando a primeira metade do século XX como referência temporal, o primeiro bloco do curso está dedicado a discutir as narrativas sobre a alteridade em face aos dilemas da nação. A partir de obras de Nina Rodrigues, Roger Bastide, Gilberto Freyre e Florestan Fernandes, a proposta é acompanhar os desdobramentos do debate sobre relações étnico-raciais e nação, colocando-o em paralelo com o próprio processo de institucionalização da antropologia enquanto disciplina no Brasil. O segundo bloco está centrado em temas que auxiliam a caracterização dos debates que ocuparam o pensamento antropológico brasileiro, sobretudo, entre os anos de 1960 e 1990. A produção antropológica desse período, marcado institucionalmente pela multiplicação dos programas de pós-graduação em antropologia e pela diversificação temática das pesquisas realizadas no país, também serve para explicitar as possíveis conexões entre a " antropologia no Brasil " e perspectivas analíticas tributárias das matrizes disciplinares francesa, inglesa e estadunidense. Ao explicitar essas conexões, busca-se demarcar o momento de pluralização da antropologia no Brasil sem incorrer num paroquialismo. A última aula desse bloco será dedicada a leitura comparativa de balanços históricos da antropologia praticada no Brasil. A proposta é colocar esses textos em perspectiva e identificar modos de narrar e caracterizar a disciplina no Brasil. Por fim, no terceiro bloco, três temas serão privilegiados para indicar a progressiva diversificação temática e teórica da antropologia no país, ressaltando, ao mesmo tempo, como essa produção recente dialoga com diferentes tendências da antropologia mundial. O conjunto dos textos debatidos no bloco apontará alguns delineamentos da antropologia contemporânea no Brasil e embasará o trabalho final do curso. Para realizá-lo, cada estudante deverá elaborar uma resenha crítica sobre algum livro da antropologia feita no Brasil a partir da década de 1990, relacionando-o com debates realizados ao longo do semestre. Metodologia: Os conteúdos programados serão abordados por meio de aulas expositivas e seminários, com base nos textos indicados abaixo (leitura prévia obrigatória), com estímulo ao debate coletivo; em algumas sessões, haverá atividades com base em material textual e audiovisual.

Programa - Antropologia do Futuro (Graduação)

2020

No segundo semestre de 2019, a Japan House de São Paulo recebeu a exposição do arquiteto japonês Tsuyoshi Tane, intitulada "Arqueologia do Futuro-Memória e Visão" com curadoria do próprio artista. A exposição, num primeiro vislumbre, se assemelha a um grande ateliê, de paredes e chão brancos, preenchido por vários objetos das mais diferentes sortes em estantes de madeira, e milhares de fotografias coladas toscamente na parede. Não há, pelo menos não aparentemente, uma organização sistemática do espaço, uma coerência entre as peças expostas que variam entre pedaços de pedra, livros, maquetes de projetos arquitetônicos, imagens, etc. Logo na entrada, o texto de boasvindas na parede não é discreto em apresentar a ambiciosa proposta arquitetônica de Tane:

Antropologia Urbana - PPGAS/UFRGS 2017-2

Antropologia urbana e etnografia nas sociedades complexas ANP28 | 4 créditos Jean Segata, Cornélia Eckert e Ana Luiza Carvalho da Rocha Quarta-feira, das 14h às 18h | Sala 209 -IFCH Súmula Estudo de etnografias da e na cidade. Teorias antropológicas que tratam dos habitantes em suas formas de sociabilidades, interações, interlocuções e jogos de memórias. Pesquisas que problematizam as Sociedades Complexas. Paradigmas e linhas de pesquisa que analisam o fenômeno urbano e a sociedade moderna. Objetivos O objetivo geral deste curso é o de apresentar uma reflexão geral sobre o campo da Antropologia Urbana e suas principais teorias e métodos de pesquisa contemporâneos. A ênfase deste programa, em particular, reside nas diversas concepções, sentidos e usos da cidade, abordadas a partir de temáticas variadas, como corpo, gênero, espaço, animais, plantas, novas tecnologias, medo, religião, fronteiras, etc. Privilegia-se, também, a leitura de autores/tendências contemporâneas, com o objetivo de conhecer alguns dos novos olhares sobre o campo, especialmente, de pesquisadoras/es brasileiros. Metodologia e avaliação A disciplina acontece em 15 sessões, com aulas expositivas e dialógicas. A avaliação é contínua e permeia todo o processo de ensino e aprendizagem. Isso exige frequência e participação de todos/as nas aulas. Diretamente, ela acontece sob duas formas: a) Apresentação de questões. Cada aluna/o deve trazer, ao longo do semestre, cinco questões que servirão de base para as discussões dos textos em sala de aula. b) Monografia final. A partir da seleção de uma temática abordada no curso, cada aluna/o deverá entregar uma monografia final (10 a 15 páginas). Sugere-se articulação com suas pesquisas e/ou articulação com elementos empíricos.