Fazer etnografia na pandemia: propagando caminhos possíveis via ondas sonoras (original) (raw)

Podcast 'Fazeres etnográficos em tempos de pandemia': possibilidades de pesquisa antropológica em ambientes digitais e para além deles

Blog Primavera nos dentes - Ensaios sobre a escola e a realidade brasileira, 2021

Nove antropólogas(os) compartilham conselhos, experiências e reflexões para (re)pensar e (re)direcionar pesquisas antropológicas diante dos obstáculos às interações presenciais colocados pelo novo coronavírus. Com Denise Pimenta (CIDACS/Fiocruz-BA), Debora Leitão (Université du Québec), Viviane Vedana (UFSC), Lucas Freire (PPHPBC/CPDOC/FGV-Rio), Aline Rochedo (PPGAS/UFRGS), Alessandra El Far (Unifesp), Fabiene Gama (UFRGS), Eva Scheliga (UFPR) e Fabio Mura (UFPB). Produção de Juliane Bazzo (PPGAnt/UFGD), como parte do programa de ensino de uma disciplina de mesmo nome, ministrada em âmbito de mestrado, no segundo semestre de 2020.

RESENHA: A experiência etnográfica em percurso

Revista de Antropologia USP, v.61 n.1, 381-387, 2018

A viagem como vocação reúne diversos ensaios de Fernanda Peixoto conectados pela ideia da viagem como forma de refletir sobre as obras e trajetórias de quatro figuras centrais do pensamento social no Brasil e na França. É ao acompanhar os processos de constituição das imaginações etnográficas de Gilberto Freyre, de Roger Bastide, de Pierre Verger e também de Michel Leiris, cunhadas nas andanças e nas redes estabelecidas por esses intelectuais ao longo de suas vidas, objetivadas em suas publicações, mas também nos diários, cartas, desenhos e fotografias que produziram, que Peixoto nos proporciona uma promissora chave de análise, que verte para o próprio livro e as formas de tomá-lo como ponto de partida para outras investigações sobre história intelectual. Um estudo sensível das fontes mobilizadas-as mais públi-cas, mas também as mais pessoais-permite mostrar como as contribuições sociológicas e antropológicas que tornaram esses autores referências na história das ciências sociais foram produzidas nesses trânsitos intersubjetivos. O livro é composto por seis capítulos divididos em duas partes. Para ajudar o leitor a percorrer o texto nos são oferecidas também duas pequenas "paus-as", como a autora chama esses trechos em que se permite refletir, como uma leitora de si mesma, sobre seu trabalho. Essa opção por uma estrutura textual que ressalta linhas de força, mas que também possibilita perscrutar parentes-cos insuspeitos com outras obras, através da indicação de temas como amizade e memória-que as viagens colocam em relevo-, tem a grande vantagem de seduzir-nos, seus leitores, ao tornar-nos cúmplices dos bastidores: da produção das obras e também do presente livro.

Pensando a etnografia na pesquisa em Comunicação

Questões Transversais

Este artigo tem como objetivo refletir sobre a pesquisa etnográfica na Comunicação a partir de contribuições de abordagens decoloniais e feministas. Para isso, produzimos um debate acerca de lógicas de pesquisa do campo em diálogo com a Antropologia. Compreendemos a pesquisa etnográfica como uma abordagem que busca ser abrangente e pode dar conta de aspectos holísticos, utilizando diferentes práticas de escuta, de colaboração e de escrita. Buscamos apontar, a partir de contribuições de perspectivas decoloniais e feministas, que a etnografia pode ser um processo teórico metodológico preocupado com a participação mútua e colaborativa, com as imposições interpretativas, com as lentes colonizadoras de gênero, raça e classe (principalmente, mas não apenas) e com uma linguagem e escrita mais democrática.

NOTAS SOBRE A PANDEMIA: Como conduzir uma etnografia durante o isolamento social

Blog SocioFilo, 2020

Apresentação O antropólogo Daniel Miller é professor no Departamento de Antropologia da University College London. Possui uma extensa trajetória de pesquisa em cultura material e consumo, sendo atualmente uma referência no campo da antropologia digital. Em 03 de maio de 2020, Miller publicou um vídeo em seu canal Youtube, em que oferta perspectivas para encarar o trabalho de campo no universo virtual, num momento em que muitos antropólogos se veem sem outra opção para prosseguir com seus estudos, em razão da pandemia do novo coronavírus. Seus vinte agradáveis e sábios minutos de fala-uma verdadeira aula compacta, que inclui fragmentos de experiências etnográficas on-line e off-line — foram traduzidos ao português e adaptados para a forma escrita a seguir.

Pensando a prática etnográfica: entre improvisos e imprevistos

Esse artigo discute como a prática etnográfica deve ser pensada no âmbito da pesquisa de campo, tendo como parte integrante desse processo, os constantes obstáculos. Na Antropologia, existem campos e campos diferenciados, cada campo apresenta sua particularidade e nessa perspectiva, deve-se pensar que imprevistos acontecem e nós como pesquisadores devemos nos dispor de estratégias para lidar com essas situações inusitadas. Diante desse ponto de vista, busco pensar essa prática etnográfica a partir do que o campo me apresenta.

PAISAGENS SONORAS: POSSÍVEIS CAMINHOS AOS ESTUDOS CULTURAIS EM GEOGRAFIA

RA'E GA-O Espaço Geográfico em Análise, 2011

Paisagem é um conceito de interesse da Geografia desde o seu surgimento enquanto ciência. Aplicada para representar uma unidade do espaço, um lugar, a paisagem -portadora de formas, cores, cheiros, barulhos e movimentos -imprime suas marcas na cultura ao passo que recebe suas marcas, numa relação dinâmica recíproca. Os estudos geográficos da paisagem e da cultura, especificamente na paisagem sonora, possível por meio de uma abordagem humanista-cultural, trazem à luz as preocupações com a compreensão de como o indivíduo e o coletivo constroem e concebem o espaço. No presente artigo, pretende-se discutir o conceito de paisagem na Geografia, e apontar caminhos para estudos que tenham por base a paisagem sonora, na busca da compreensão da cultura e do lugar.

Pensando a etnografia como aprendizagem

Kula. Antropología y Ciencias Sociales, 2020

Resumo: Pretendo pensar a etnografia como aprendizagem. O fio condutor da reflexão está no diálogo com artigos que foram publicados em periódicos que trazem em seus títulos e escopo a etnografia. Para desenvolver o argumento, tempo, alteridade e escritas surgem como referenciais para o desenvolvimento de uma etnografia que se pensa enquanto aprendizagem, propondo a antropologia como uma aprendiz de sujeitos em condições variadas. Para exemplificar, utilizo exemplos de minha pesquisa etnográfica junto a um terreiro. Ao final, defendo a ideia de que o encontro produz a diferença e um tipo de conhecimento que pode desestabilizar poderes e hierarquias estabelecidas. Palavras-chave: Antrpologia, Etnografia, Aprendizagem, Tempo, Diferença. Resumen: Pretendo pensar la etnografía como aprendizaje. Lo fio conductor de la reflexión es lo diálogo con artículos que fueron publicados en periódicos que llevar en sus nombres y alcance la etnografía. Para desenrollar lo argumento, tiempo, alteridad y escrita surge como referenciales para lo desarrollo de una etnografía que se piensa mientras aprendizaje, proponiendo la antropología como una aprendiz de sujetos en condiciones variado. Para ejemplificar, utilizo ejemplos de mi búsqueda etnográfica junto a un terreiro (territorio afro-brasileiro). Al final, defiendo la idea de que lo encuentro produce la diferencia y un tipo de conocimiento que puede desestabilizar potestades y jerarquías establecidas. Abstract: I intend to think ethnography as learning. The thread of reflection is in dialogue with articles that have been published in journals that bring in their titles and scope the ethnography. To develop the argument, time, alterity and writing appears as references for the development of an ethnography that is thought as learning, proposing anthropology as an apprentice of subjects in varied conditions. To exemplify, I use examples from my ethnographic research with a terreiro (afro-brazilian territory). Finally, I defend the idea that the encounter produces difference and a kind of knowledge that can destabilize established powers and hierarchies.

DESESTABILIZANDO A “RAZÃO”: explorando caminhos possíveis na prática etnográfica contemporânea

O presente ensaio procura refletir, utilizando de exemplos pontuais, sobre alguns caminhos percorridos pela prática etnográfica contemporânea e como antropólogos da atualidade tem procurado reinventar seus procedimentos investigativos a partir de novos posicionamentos de crítica sublinhando aspectos das limitações do fazer etnográfico e da autocrítica. Com efeito, procurou-se assinalar as aproximações da antropologia com outros campos do saber como o da História.