O sentido do amor na “metafísica do corpo” de Alberto Caeiro (original) (raw)
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Poética do palavrão: corpo e amor
2017
Homens de palavrão, de palavra encorpada: esses são os poetas. Nem sujeitos, nem objetos, todos eles brothers da interjeição. No palavrão, qual a grandeza da palavra? Será sagrado o que ela tem de profano? Na fala cotidiana, a mais promíscua e ordinária, a terceira margem da voz devolve ao já tão dito e difundidoo raro, o virgem e o extraordinário -- Vidaputa que nos pariu! Questão de amor: tudo que se encorpa ama perder corpo. Tudo o que dá na cara ama quebrar a cara. Heráclito que o diga, tá ligado
A Poética Da Natureza Em O Pastor Amoroso, De Alberto Caeiro
Travessias Interativas, 2014
RESUMO: O artigo mostra a forte oposição que há entre as obras O guardador de rebanhos e O pastor amoroso, ambas de Alberto Caeiro. Assim, comparamos as duas e as confrontamos, mostrando como era Caeiro quando vivia sozinho, de forma primitiva, junto à Natureza, sentindo-se um elemento dela, e como passou a viver a partir do momento em que apareceu a figura feminina em sua vida, modificando seu modo de sentir e de olhar. Ele passa a viver de forma consciente e envolve-se com os sentimentos humanos, distanciando-se da Natureza.
2006
A metafísica do amor, em Artur Schopenhauer, pode ser identificada por meio da "vontade", definida como impulso presente em todos os seres da natureza; e no homem, ímpeto cego, instintivo e irresistível. É da vontade de amar, que surge o desejo metafísico da vontade em si, ao qual, o homem levado pelo espírito da espécie, e não pelas inclinações individuais, é impulsionado ao desejo e a paixão incontida, reafirmando no ciclo da vida, o querer-viver, e a indestrutibilidade da espécie humana. Palavras-chaves: Schopenhauer-Vontade de amar-Querer-viver. A Natureza e o Papel do Amor A filosofia de Schopenhauer, como se sabe, é envolvida por uma curiosa manifestação ao amor, no sentido de força ativa e poderosa. E por isso, Schopenhauer, conduziu a sua filosofia para uma metafísica, a qual teve seu princípio na idéia de mundo como vontade e como representação, e, por essa via, chega num sistema filosófico que atribui à vontade a dignidade ontológica como centro e cerne metafísico da realidade. Aqui a vontade é considerada como querer universal, substância íntima e núcleo de todo ente particular, bem como do todo. O conceito de vontade é dotado de uma novidade absolutamente inovadora, rompendo-se o liame e invertendo-se os pólos de valoração tradicional entre vontade e racionalidade. Razão e intelecto são pensados por ele como instrumentos a serviço da vontade,
O corpo, a paixão no pensamento de Ignácio A. Silva (I): Corpo e Paixão: a gênese do sujeito
Revista CASA Cadernos de Semiótica Aplicada, 2004
Resumo: Este é o primeiro de uma série de textos cujo objetivo é promover um debate sobre a leitura feita por alunos do professor Ignácio Assis Silva de questões, conceitos propostos por ele à reflexão em sala de aula. Esta série baseia-se em idéias que ele lançou em cursos ministrados em 1998 e 1999 na FFLCH-USP e na ECA-USP. Procurou-se a maior fidelidade possível ao texto oral do professor Ignacio, com a ressalva de nossa condição de alunas e à inexorabilidade da interpretação subjacente. Espera-se, assim, incitar no leitor o desejo de responder: seja bem vindo. Abstract: This is the first of a series of texts that aims to promote a discussion of the view of Ignácio A. Silva about questions, concepts and proposals that he formulated during his classes. This series is a summary of questions and ideas of professor Silva in graduation disciplines ministered by him in 1998 and 1999 in the FFLCH-USP and in the ECA-USP. We tried to be as accurate as possible, except for our condition of eleven and the inexorability of the subjacent interpretation. We hope it incites in the reader the desire of answering: you'll be welcome. Apesar de usar a palavra corpo, a semiótica vai falar de corporalidade, simulacro de corpo. A corporalidade é a abstração do corpo e o caminho em direção ao corpo. Ela só estará presente na semiótica a partir da segunda metade da década de 1970, quando a aridez da sintaxe começou a ser sensibilizada pelo corpo e pela tensividade.
A naturalidade do não-natural e Alberto Caeiro
Resumo: Alberto Caeiro, heterónimo pessoano, autor (ficcional) de relevo no modernismo literário português, pretendeu sobrepor a sensação ao pensamento; o verapenas e o não-pensar à consciência doentia que assalta e transforma o mundo.
Missangas: Estudos em Literatura e Linguística, 2021
O artigo tem por objetivo analisar, em dois contos da literatura brasileira, a representação do corpo como canal de manifestação da insegurança e inexperiência masculina. O método de análise é o descritivo analítico baseado em teorias sociais sobre representações masculinas (estudos das masculinidades). Desse modo, a análise dos contos demonstra a afirmação do porte físico dos personagens que trazem, seja pelo excesso ou pela carência da força física, essa insegurança que, em algumas situações, pode se externar em violência como autoafirmação. Como resultado dessa leitura, o corpo é depreendido a partir de representações que trazem a perspectiva de experiência ou inexperiência e pelo desejo de satisfação sexual a partir do corpo alheio.
A poesia de Alberto Caeiro e o romantismo alemão
Fernando Pessoa entre Filosofia e Literatura, 2017
Pretendemos aproximar neste artigo, alguns aspectos da obra pessoana, dando especial ênfase para a poesia de Alberto Caeiro e os desdobramentos da mesma no espaço literário pessoano do pensamento filosófico dos primeiros românticos, sobretudo dos escritos deixados por Friedrich Schlegel e Novalis. Fernando Pessoa, poeta e criador de heterônimos, foi também um leitor voraz: a análise dos documentos do seu espólio e da sua biblioteca particular são comprovações deste fato.
Alberto Caeiro e o cantar a Natureza
Poesia Portuguesa (LEV343), FL-UFRJ, 2016
Avaliação que discute sobre o heterônimo de Fernando Pessoa (1888-1935), Alberto Caeiro, chamado de “o mestre” e a questão do "cantar a Natureza".