Para o futuro e para o fim: horizontes do Belo Monte de Antonio Conselheiro (original) (raw)
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VASCONCELLOS, Pedro Lima. Missão de guerra: capuchinhos no Belo Monte de Antonio Conselheiro
Revista De Estudos Da Religiao Issn 1677 1222, 2014
Tudo isso é para poder haver a guerra! Em meio à emergência do regime republicano e à separação formal entre Igreja Católica e o Estado brasileiro, lideranças eclesiásticas da mesma Igreja e o governo do mesmo Estado se juntam para inviabilizar a existência do arraial liderado por Antonio Conselheiro. O processo que antecede a chamada guerra de Canudos (1896-1897) consta de uma missão dos freis capuchinhos que, sem êxito, busca levar Conselheiro a dissolver o arraial. A ineficácia da missão faz com que frei João Evangelista de Monte Marciano escreva, em 1895, um relatório ao Arcebispado da Bahia, pedindo providências quanto à existência de Belo Monte. O relatório analisado por Vasconcellos é o maior responsável por fazer com que a discussão sobre Canudos ganhe projeção nacional. O autor busca analisar dois aspectos que antecedem a guerra: a missão dos capuchinhos e o relatório de frei João Evangelista. Sintetiza bem o processo a frase atribuída ao próprio Conselheiro que diz: "Tudo isso é para haver a guerra!". * M e s t r a n d o , P r o g r a m a d e P ó s -G r a d u a ç ã o e m C i ê n c i a s d a R e l i g i ã o , P U C -S P . C o n t a t o : wwlancieri@yahoo.com.br 1 Sobre Belo Monte ver ainda VASCONCELLOS, Pedro Lima. Missão de guerra. (Dissertação de mestrado em Teologia). ITESP: São Paulo, 2012 e VASCONCELLOS, Pedro Lima. Do Belo Monte das promessas à Canudos destruída: o drama bíblico na Jerusalém do sertão. Maceió: Edições Catavento, 2010, fruto de sua tese de Doutorado em Ciências Sociais.
Paisagem: Um horizonte, um espelho, um fim
PIXO - Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade , 2024
Este ensaio é um experimento de leitura e escrita sobre o conceito de paisagem, cujo objetivo é pensá-la através da arte. Para isso, escolhemos a pintura O grande dia de sua ira, do artista John Martin, e desdobramos a teoria a partir daquilo que é visto no quadro, tomando como base a questão: por que significamos e teorizamos acerca da paisagem? Nossa leitura se fundamentou, inicialmente, em uma perspectiva fenomenológica, que nos permitiu abordar a dimensão sensível que toca a paisagem, para em seguida problematizar a relação da paisagem com o sujeito que a percebe. Essas reflexões nos levaram a pensar acerca dos limites do conceito de paisagem. Nesse sentido, concluímos propondo uma reflexão sobre o fim da paisagem, e consequentemente da divisão entre sujeito e natureza, a partir de categorias da arte, em especial da possibilidade de ela estabelecer novas formas de expressão sobre o futuro que queremos.
Belo Monte e EngajaMundo uma Análise Pós Desenvolvimentista
Este trabalho objetiva apresentar a crítica ao desenvolvimento através de questionamentos quanto a sua formulação. Utilizando-se de dois casos específicos, busca-se reunir alguns dos principais trabalhos sobre o chamado pós-desenvolvimento. Deste modo, tendo como metodologia uma revisão de literatura especializada, será exposta inicialmente a discussão pós-desenvolvimentista. Em seguida, serão analisados os casos da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e o trabalho da ONG EngajaMundo. Conclui-se que os casos analisados demonstram na prática a argumentação feita pelos teóricos pós-desenvolvimentistas. Enquanto a construção de Belo Monte pode ser compreendida como um projeto que desconsidera a condição e os interesses das populações locais, baseando-se em um ideal de desenvolvimento imposto, o trabalho do EngajaMundo dialoga com o debate sobre as formas alternativas de
Antonio Conselheiro, comunista
Lampião, 2021
O artigo discute a qualificação de “comunista” atribuída a Antonio Conselheiro e ao Belo Monte que liderou: tal caracterização jogou papel importante na criação da caricatura que justificaria a “guerra de Canudos” e o massacre dela decorrente. Mostra como o termo ganhou força no país por obra dos debates em torno da escravidão e da sua abolição, na segunda metade do século XIX.
Livro e jardim. Novos horizontes para os passeios do jovem Werther
Jardins - Jardineiros – Jardinagem [Atas do Colóquio 2013], 2014
Desde a cultura cortesã medieval e o misticismo, o jardim tem vindo a desempenhar um papel fulcral na cultura da comunicação espiritual e amorosa, contribuindo para um vetor da literatura europeia que interage, por sua vez, com a evolução do paisagismo, nomeadamente a partir do sentimentalismo do século XVIII: o advento do Jardim Inglês coincide com um novo conceito de livro e de leitura a partir da cultura epistolar e da ‘literatura portátil’. No romance epistolar Die Leiden des jungen Werther (1774), de repercussão europeia, o jardim revela-se um espaço mediático que integra a leitura. Partindo desta interpretação, propomos uma nova concretização do binómio de ‘livro’ e ‘jardim’ sob as condições de hipertexto e realidade aumentada (jardim real / virtual), defendendo uma reintegração criativa da literatura.
Belo Monte: risco ou progresso
2011
As transformações que ocorrem na modernidade, impulsionadas pela globalização e desenvolvimento industrial e tecnológico produzem riquezas, o que geralmente vem acompanhado da produção de riscos. Essas riquezas trazem consigo ameaças incertas, o que gera inquietação na sociedade. O presente trabalho trata do risco na modernidade reflexiva no caso da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, a qual vem sendo feito sob muita polêmica, principalmente pelos potenciais danos que ameaça causar, já que aquela que será a terceira maior hidrelétrica do mundo e poderá gerar muito mais energia para o país ameaça ter um alto custo financeiro, social e ecológico.
2016
O artigo trata de como Euclides da Cunha, em Os sertoes, aborda lideres cristaos do seculo II, tomados como hereticos, em vistas a estigmatizar a figura de Antonio Conselheiro. Particularmente o teor milenarista do anuncio de Montano, aplicado sem mais como chave interpretativa da pregacao do Conselheiro, serve para afirmar a inviabilidade historica do que o Belo Monte (mais conhecido como Canudos) representava para os homens e mulheres do sertao que nele apostaram suas vidas. Destaca-se como o equivoco do autor se deve tambem ao preconceito com a religiao e com o lugar central que ela ocupava no projeto conselheirista.
Montano e outros “heresiarcas” no olhar de Euclides da Cunha sobre Antonio Conselheiro.pdf
Ano VII, nº 14, dezembro/2016 1 Rever o passado para estigmatizar um presente incômodo: Montano e outros "heresiarcas" do século II no olhar de Euclides da Cunha sobre Antonio Conselheiro * Revisitar el passado para estigmatizar un presente molesto: Montano y otros herejes del siglo II en la mirada de Euclides da Cunha sobre Antonio Conselheiro Resumo: O artigo trata de como Euclides da Cunha, em Os sertões, aborda líderes cristãos do século II, tomados como heréticos, em vistas a estigmatizar a figura de Antonio Conselheiro. Particularmente o teor milenarista do anúncio de Montano, aplicado sem mais como chave interpretativa da pregação do Conselheiro, serve para afirmar a inviabilidade histórica do que o Belo Monte (mais conhecido como Canudos) representava para os homens e mulheres do sertão que nele apostaram suas vidas. Destaca-se como o equívoco do autor se deve também ao preconceito com a religião e com o lugar central que ela ocupava no projeto conselheirista.
O Apocalipse De Belo Monte: Uma Cidade Frente À Construção Da Hidrelétrica
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Este texto reflete sobre os efeitos da construção da barragem de Belo Monte, visíveis nas ruas de Altamira, registrados em imagens fotográficas, evidenciados pelos discursos de seus moradores ou dos que exercem atividades profissionais e no comércio. Presentes em distintos momentos na cidade, acumularam-se notas e fotografias desde antes da implantação da barragem em 2009 até 2016, de maneira que além desse registro, aciona-se a memória dos pesquisadores, de diferentes atores e posicionamentos de atores sociais sobre Belo Monte para a elaboração deste texto. Conclui-se pela constatação do fim de um ciclo de ebulição e tumulto na vida social e econômica da cidade, para um momento de depressão, letargia, desaceleração, expectativa e desencanto provocados pela desmobilização dos recursos utilizados para este empreendimento