O humor em "O Cônego Felipe (original) (raw)

O humor na criminalidade perversa

Cogito, 2009

Resumo O objetivo deste trabalho é investigar os modos pelos quais o humor se apresenta na criminalidade perversa. Para tanto, utiliza o referencial teórico da psicanálise freudiana e lacaniana e explora o célebre caso de 'Landru', retratado no filme 'Monsieur Verdoux', por Charles Chaplin. O trabalho aponta que o humor, na criminalidade perversa, força o limite do risível e faz borda com o Real, desafiando as normas estabelecidas pela cultura. Ele subverte valores e produz um questionamento profundo sobre a vida, ao tempo em que busca uma inserção simbólica na cultura, dividindo o ouvinte/espectador, que experimenta sentimentos contraditórios diante do humor nesse contexto.

O humor nos tempos de cólera

2007

V "Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas aquelas que melhor reagem à mudança" Charles Darwin Agradecimentos "ex abundantia cordis" VI "A minha única diferença em relação a um homem louco é que eu não sou louco!" Salvador Dalí Um trabalho como este, nunca pode ser considerado a obra de um só louco. Assim, se é curial dizer-se que "a culpa não pode morrer solteira", neste caso, viverá sob os ditames de um outro aforismo popular: "Morra Marta, mas morra farta!" Com efeito, a "culpa" não só não morrerá solteira, como tentará escapar ao julgamento social de uma existência absolutamente poligâmica, mercê dos cuidados e desvelos de uma pluralidade de participantes. Em primeiro lugar, convirá agradecer a quem muito adequadamente escolheu a divisa da Universidade Fernando Pessoa: Nova et Nove. Se bem a soubemos interpretar, instiga, motiva e valoriza que se façam não só coisas novas como também de maneira nova o que nos possibilita, abalizadamente, escrever o que acima afirmamos. Decidimos então abordar este trabalho, de uma forma um tanto ou quanto heterodoxa, por variadas razões, em que uma certa idiossincrasia, talvez não seja a menor ou a mais negligenciável. Em segundo lugar, os nossos agradecimentos penhorados ao Professor Doutor Milton Madeira, prezado orientador desta dissertação, cuja criatividade, flexibilidade e intuição ("eixos" em que o próprio trabalho se vai desenvolver) permitiram, não só facilitar a nossa capacidade de modificação perceptual, como melhorar a nossa Inteligência Social ("tem de facilitar a tarefa ao seu leitor…") e, decisivamente, a nossa Inteligência Científica. Sem a sua compreensão e paciência, mas sobretudo sem a sua atenção, qualidade e rigor, este ensaio não teria chegado sequer ao estatuto de um trabalho medianamente aceitável (apesar dos precários resultados…). Uma referência ainda à sua amizade entusiástica que constituiu um alento indispensável nos momentos mais complicados. Conquanto neste ensaio-assim entendido por ser um esboço, porque de certa forma é uma tentativa primariamente literária e enfim, porque apesar das suas óbvias limitações, assenta sobre a análise de ideias profundamente ÍNDICE GERAL

O Humor Levado a Sério

Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 2018

Desde suas origens, a charge está associada à realização de críticas e até mesmo de denúncia em diversas questões da sociedade. O objetivo desse trabalho é apresentar algumas charges que saíram dos papéis e ganharam as ruas em manifestações sociais, auxiliando os manifestantes na transmissão das ideias de sua causa, levando em consideração os estudos da filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin que evidencia a natureza ideológica do signo. Portanto, pretende-se apresentar as significações, realizando uma análise das charges por meio da metodologia de análise de imagens de Panofsky, apontando de que forma as charges transmitem os mesmos discursos das manifestações, atuando como uma ferramenta persuasiva. PALAVRAS-CHAVE: comunicação visualchargehumor-Carlos Latuffmanifestações sociais.

Comicidade em O Grande Mentecapto, de Fernando Sabino

Anais do III Colóquio FIlosofia e Literatura, 2013

Resumo: A partir da leitura teórica de pensadores como Henri Bergson e Sigmund Freud (entre outros, tais como Demócrito de Abdera, D. C. Muecke, etc.), analisaremos onze procedi-mentos cômicos encontrados em O Grande Mentecapto: relato das aventuras e desven-turas de Viramundo e de suas inenarráveis peregrinações (1979), romance de Fernando Sabino, a fim de compreendermos as funções (literárias e sociais) da comicidade nesta obra literária. Introdução teórica O plano de leitura proposto incluirá analisar a comicidade em O Grande Mentecapto: relato das aventuras e desventuras e Viramundo e de suas inenarráveis peregrinações (1979), de Fernan-do Sabino, a partir de dois pressupostos teóricos: Henri Bergson (2007) e Sigmund Freud (1977), ambos preocupados com questões relativas à comicidade. Após as discussões teóricas, serão de-monstrados os procedimentos cômicos do romance. O último item deste artigo tratará da função social da comicidade do romance face à nossa história política e social. Assim sendo, o que é a comicidade para Henri Bergson (2007) e Sigmund Freud (1977)? O ponto de contato entre ambos é o inconsciente: a comicidade pertence a uma lógica onírica (uma lógica do desejo, portanto). A comicidade é como o sonho, em seus termos de absurdo, de substituição, de condensação de emoções: não há uma lógica instrumental a zelar na produção da comicidade em geral. Esta (ausência de) lógica é, evidentemente, explicada em termos diferentes em ambos os autores: se o primeiro faz uma interessante correlação entre arte e vida, o segundo põe o efeito cômico na conta do prazer operado pela catexia (economia da despesa psíquica).

Cannabis e humor

Revista Brasileira de Psiquiatria, 2010

OBJETIVO: Avaliar as relações entre o uso agudo e crônico de cannabis e alterações do humor. MÉTODO: Os artigos foram selecionados por meio de busca eletrônica no indexador PubMed. Capítulos de livros e as listas de referências dos artigos selecionados também foram revisados. RESULTADOS: Observam-se elevados índices de comorbidade entre abuso/dependência de cannabis e transtornos afetivos em estudos transversais e em amostras clínicas. Estudos longitudinais indicam que, em longo prazo, o uso mais intenso de cannabis está relacionado com um risco maior de desenvolvimento de doença bipolar e, talvez, depressão maior em indivíduos inicialmente sem quadros afetivos; porém, os mesmos não encontraram maior risco de uso de cannabis entre aqueles com mania ou depressão sem esta comorbidade. Outra importante observação é que o uso de substâncias psicoativas em bipolares pode estar associado a uma série de características negativas, como dificuldade na recuperação dos sintomas afetivos, maior...

O humor em (dis)curso

Cadernos de Estudos Linguísticos, 2021

Historicamente, nossa sociedade se construiu a partir de um modelo masculino de organização, e ao longo de sua constituição promoveu e ratificou formas de violência contra as mulheres, sempre fundamentadas na concepção de fragilidade e sensibilidade femininas, que traziam implicadas as noções de inferioridade e submissão. Como militantes e em busca por igualdade, as mulheres saíram às ruas e seus corpos tornaram-se discursos que trazem o “avesso” da história de dominância, construindo outras possibilidades de sentido e de memória na luta contra o machismo. Neste artigo, nosso objetivo é observar, em algumas publicações em redes sociais, o lugar atribuído à mulher e ao feminismo no bojo de estereotipias e imaginários cristalizados em nossa sociedade e que ocupam nosso espaço discursivo. Para tal, nosso material é composto por quatro memes publicados no Instagram ressaltando, sobretudo, esse ideal dominante pré-determinado e utópico acerca do papel da mulher, satirizando a luta e a re...

A comicidade em Philogelos

2019

O presente artigo trata da analise da comicidade existente no texto "Philogelos", titulo grego para "O Gracejador", supostamente escrito por Hierocles e Filagrio, conforme publicacao realizada pela Universidade de Coimbra. Pesquisadores apontam que a data do texto se situa entre os seculos III e VI da Era Crista, nao sendo possivel definir uma data exata. Porem, a compilacao das anedotas ou "blagues" que estao difundidas hoje sao textos que circulavam no periodo medieval. A partir de uma analise das anedotas e personagens que surgem e sao classificados no texto e possivel tecer consideracoes sobre a cultura e o cotidiano das pessoas mais comuns no periodo supracitado, revelando que: apesar de diversas escolas com correntes filosoficas consideradas muito "serias" percebe-se um humor latente nos povos helenicos; varios xistes denunciam fatos ou acoes importantes em periodos diversos; ha um pequeno embriao do que seriam os "personagens tipos...

O Filósofo e o Comediante

Uma das figuras mais curiosas na galeria dos filósofos antigos (tão rica em curiosidades) é um obs-curo cristão que viveu entre o segundo e o quinto século de nossa era, cuja profissão como filósofo nos foi transmitida pelo cabeçalho da obra que lhe é atribuída, em que se lê: " De Hérmias filósofo, Escárnio dos filósofos deles " (ΕΡΜΕΙΟΥ ΦΙΛΟΣΟΦΟΥ διασυρμὸς τῶν ἔξω φιλοσόφων). Pelo pouco que sabemos, bem como pelo próprio teor dessa sua única e breve obra, dificilmente chegaria ele a integrar o rol de alguma história da filosofia em virtude de alguma contribuição específica, quando muito frequentando trabalhos sobre apologética cristã ou então o rol de fontes doxográficas. Note-se ainda que sua própria identificação como cristão se faz com base em nada mais que no fato de que ele abre seu Escárnio com uma citação de Paulo – " a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus " – que o autoriza a enveredar por uma sucessão de exemplos sobre como os filósofos dos gregos são ridículos e jamais conheceram a verdade, dando como prova o quanto se contradisseram: Como pois chamar tudo isso [as opiniões dos filósofos]? Do modo como me parece, char-latanice ou insensatez ou loucura ou rebelião ou tudo ao mesmo tempo. Se encontraram o verdadeiro, ponham-se de acordo ou deem seu assentimento – e eu então, de boa vontade, acreditarei neles. Mas se cada qual me puxa a alma em sentido contrário e a arrasta, um para uma natureza, outro para uma substância diferente, e a transforma de matéria em matéria, confesso que me aflijo com esse fluxo e refluxo das coisas. Agora sou imortal e me alegro, agora, ao contrário, torno-me mortal e choro; logo em átomos me dissolvo, torno-me água, torno-me ar, torno-me fogo. Um pouco depois, nem ar, nem fogo, mas uma fera um faz de mim, um peixe outro faz de mim – e de novo, então, tenho os golfinhos como irmãos. 1 Quando me vejo a mim mesmo, tenho medo de meu corpo e não sei como o chamarei: homem ou cão ou lobo ou touro ou pássaro ou serpente ou dragão ou quimera, pois em todo tipo de feras sou transformado pelos que filosofam, terrestres, aquáticas, polimorfas, selvagens, mansas, mudas, canoras, irracionais, racionais: nado, voo, rastejo, corro, pouso. E ainda por cima Em-1. Cf. o Hino homérico VII (a Dioniso), em que os piratas que tentaram capturar o deus terminam transformados em golfinhos.