Diagnóstico e tratamento de epilepsia e crises pseudoepilépticas psicogênicas associadas: relato de caso (original) (raw)
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Tratamento farmacológico das psicoses na epilepsia
Revista Brasileira de Psiquiatria, 2004
A epilepsia é uma das causas mais comuns de incapacidade funcional. Comorbidades psiquiátricas, como as psicoses, estão freqüentemente associadas à epilepsia. Psicoses na epilepsia (PNE) requerem tratamento farmacológico mais cuidadoso, levando-se em conta a propensão dos antipsicóticos (AP) em provocar crises convulsivas e o risco de interação farmacocinética com as drogas antiepilépticas (DAE). Após uma breve descrição da classificação e das principais características clínicas das PNE, foram discutidos alguns aspectos gerais do tratamento farmacológico das PNE e o uso de AP típicos e atípicos, destacando seu potencial para diminuir o limiar epileptogênico (LE), bem como possíveis interações AP/DAE. Os AP atípicos, à exceção da clozapina, demonstraram exercer menor influência sobre o LE. Quanto às interações farmacocinéticas, as principais DAE estiveram relacionadas com um aumento importante do metabolismo dos AP. Portanto, apesar do risco para convulsões por AP ser dose-dependente, doses mais elevadas de AP podem ser necessárias no tratamento das PNE.
Resultados preliminares de um programa de tratamento de crises não-epilépticas psicogênicas
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 2007
In spite of the growing interest in psychogenic nonepileptic seizures (PNES), this diagnosis clearly lacks both standard protocols and efficient treatment. We analyzed seizure frequency, as well as, academic and working performances in a group of PNES patients, both prior and following a specific eight-week program developed at PROJEPSI (Epilepsy and Psychiatry Project) Institute of Psychiatry, Hospital de Clinicas, School of Medicine, University of Sao Paulo. The program targeted seizure reduction and decrease in losses associated to PNES. Fifteen patients (62.5%) entered prolonged remission and 19 (79.2%) improved academic and professional performances. Our study shows evidence supporting the efficacy of the NES protocol proposed by PROJEPSI. The number of patients presenting with either remission or significant decrease on their seizures following the diagnosis presentation, psychiatric comorbidity treatment and specific therapy aiming to damage and crisis suggests that the knowledge of this condition by patients, family members and friends is key to successful treatment.
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 2008
Um dos aspectos mais importantes da epileptologia é o da sua relação com as comorbidades psiquiátricas. Transtornos psiquiátricos (TP) são associados a praticamente todas as síndromes epilépticas e contribuem para uma maior dificuldade no manejo desses pacientes. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão das classificações dos TP na epilepsia e destacar a proposta elaborada pela Comissão de Neuropsiquiatria da ILAE. Conclusão: A proposta de classificação elaborada pela ILAE procurou diferenciar os TP que ocorrem em comorbidade daqueles que refletem atividade epileptiforme ou que ocorrem especificamente na epilepsia, sendo baseada em aspectos clínicos e descritivos mais do que em etiologias. Apresenta ainda critérios bastante claros e operacionais, constituindo-se de grande utilidade para futuros estudos dos quadros psiquiátricos na epilepsia.
Avanços no Diagnóstico e Diagnóstico Diferencial das Epilepsias
Revista Neurociências, 1996
São apresentados recentes métodos utilizdveis no diagnóstico e diagnóstico diferencial das epilepsias, especialmente métodos de neuro-imagem, estruturais (TC e RNM) e funcionais (PET e SPECT), bem como recentes métodos eletrof isiológicos como 'Brain Mapping" e monitorização eletrencefalográfica ambulatorial prolongada e de video-EEG.
Resultados preliminares de um programa de tratamento de crises n�o-epil�pticas psicog�nicas
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 2007
Apesar dos avanços no diagnóstico das crises não epilépticas psicogênicas (CNEP), até o presente momento não há tratamentos que sejam padronizados e eficientes. O presente estudo examinou a freqüência de crises e as condições de trabalho e acadêmicas em um grupo de pacientes portadores de CNEP antes e depois de completarem um programa de oito semanas específico, desenvolvido no PROJEPSI (os objetivos de redução da freqüência de crises e de danos associados ao diagnóstico de CNEP. Ao final do programa de tratamento, 15 pacientes (62,5%) apresentavam-se em remissão e 19 (79,2%) apresentaram melhora do desempenho profissional ou acadêmico. O presente estudo fornece evidências da eficácia do programa de atendimento dos pacientes portadores de CNEP proposto pelo PROJEPSI. O número significativo de pacientes que apresentam remissão e redução do número de crises após a comunicação terapêutica do diagnóstico, do tratamento das comorbidades psiquiátricas e da terapia para redução de danos e crises (TRDC) sugere que o conhecimento da doença por parte dos pacientes, familiares e amigos convidados é essencial ao tratamento.
Tratamento das epilepsias generalizadas idiopáticas
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 2008
As epilepsias generalizadas idiopáticas (EGIs) correspondem a um-terço de todas as epilepsias. Apesar desta elevada freqüência, as EGIs permanecem pouco reconhecidas. As características clínicas são fundamentais para o diagnóstico. Neste grupo de epilepsias, todos os tipos de crises generalizadas podem ocorrer especialmente as crises tônico-clônicas generalizadas, as crises mioclônicas e as crises de ausência. O eletroencefograma é bastante sugestivo do diagnóstico quando evidencia os típicos complexos espículas ou poliespículas-onda lenta, generalizados, simétricos e com atividade de base normal. De acordo com o tipo de crise predominante e com a idade de início das crises, as EGIs são divididas em subsíndromes. A importância do diagnóstico preciso está relacionada com a elevada porcentagem de indivíduos livre de crises quando tratados com a medicação antiepiléptica apropriada. Por outro lado, o uso de algumas medicações antiepilépticas como carbamazepina e fenitoína pode exacerbar as crises ou até mesmo induzir estado de mal epiléptico em determinadas subsíndromes. Neste artigo, revisamos as principais medicações antiepilépticas utilizadas no tratamento das EGIs bem como alguns aspectos práticos no tratamento das subsíndromes mais freqüentes.
Tratamento Cirúrgico das Epilepsias
Revista Neurociências, 2019
Pacientes com epilepsia refratária a tratamento clínico podem favorecer-se de uma cirurgia para remoção do foco epileptiforme cortical ou para interrupção desse foco. Antes da cirurgia, é preciso uma investigação cuidadosa para que o paciente evolua com ausência de crises, de déficits neurológicos e possa melhorar sua qualidade de vida. Victor Horsley (apud Taylor)1 em 1887, descreveu a primeira cirurgia em paciente que apresentava crises parciais motoras. Ele encontrou uma lesão na área motora que foi ulteriormente diagnosticada como um tuberculoma e após a cirurgia as crises puderam ser controladas. Remoção de cicatrizes corticais, decorrentes de traumatismo cranioencefálico, que evoluíram com crises epilépticas, foi descrita por Foerster e Penfield2 em 1930, apresentando resultados positivos no controle das crises, mostrando uma nítida relação entre agressão cortical e crises epilépticas. Contudo, somente com o uso do eletrencefalograma (EEG) por Berger em 1929 (apud Engel)3 foi ...
Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 1973
É relatada a incidência de epilepsia não convulsiva com características eletrencefalográficas de síndrome de Lennox em paciente de 4 anos de idade tratada com difenilhidantoina. A criança, ao iniciar o tratamento, era acometida por epilepsia convulsiva com atividades paroxísticas focais múltiplas no eletrencefalograma. Com base na observação de formas de transição entre epilepsias benignas e graves da infancia destacou-se o papel da terapêutica no estabelecimento de epilepsia iatrogênica com características malignas.
Manejo Não-Farmacológico da Epilepsia: Ferramentas para Viver Bem com Epilepsia
2016
O presente artigo discorre acerca do manejo nao-farmacologico da epilepsia, trazendo informacoes uteis aos pacientes e familiares interessados numa abordagem integral do individuo com epilepsia, rumo a uma vida qualitativa com habitos saudaveis e otimizadores da autonomia para lidar com esta condicao neurologica cronica. Apresenta-se, para tanto, os fatores precipitadores e sinais preditores ou sintomasalerta mais comumente estudados em artigos recentes, alem de conceitos como Autocontrole Percebido (ACP), Locus de Controle da Saude (LCS) e Qualidade de Vida (QDV) relacionados a evitacao e controle de crises epileticas e suas consequencias, finalizando com ferramentas facilitadoras do mapeamento e registro de padroes e do autoconhecimento fundamental ao tratamento autonomo e integral da epilepsia.
Tratamento das epilepsias parciais
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 2008
As epilepsias parciais constituem a forma mais comum de epilepsia nos indivíduos adultos. As drogas antiepilépticas (DAEs) permanecem como a principal forma de tratamento para os pacientes com epilepsia. Apesar da importância da medicação um número elevado de pacientes permanece sob um regime terapêutico inapropriado ou até mesmo sem qualquer medicação. Existem várias medicações disponíveis para o tratamento das epilepsias. A escolha de uma medicação específica ou a associação entre DAEs deve ser particularizada o máximo possível. Neste artigo revisamos alguns aspectos como classificação, início das crises, idade, sexo, comorbidades, custo e posologia das DAEs e história medicamentosa com a perspectiva de auxiliar nesta individualização do tratamento. Algumas características das principais DAEs disponíveis também são discutidas. Estes aspectos podem auxiliar na criação de um perfil ajudando assim na escolha do regime terapêutico mais apropriado para cada indivíduo. Aspectos práticos...