Cioran, leitor de Nietzsche (live tertúlia) (original) (raw)
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O presente artigo aborda a influência da filosofia de Nietzsche, mais especificamente, da questão do niilismo, nos pensamentos de Heidegger e Cioran, salientando o modo como essa influência contribuiu para a divergência de ambos no que diz respeito a questões fundamentais como a do ser e do pensar. Portanto, tratamos neste artigo do modo como o tema do niilismo, abordado por Nietzsche, influenciou tanto o pensamento do ser, no sentido de uma ontologia fundamental, pós-metafísica, defendido por Heidegger, quanto o pensamento do nada ou do vazio, no sentido de uma mística desprovida de absoluto, sustentado por Cioran. Palavras-chave: Niilismo; metafísica; ontologia; mística; vontade de poder; ser; nada.
Cioran no teatro: "Palestra sobre nada" - Entrevista com Euler Santi (2013)
Portal E.M. Cioran Brasil, 2013
Estreou em 18 de janeiro de 2013, na Casa das Rosas (São Paulo), o espetáculo dramatúrgico E.M. Cioran-Palestra sobre Nada. O monólogo de Euler Santi ficou em cartaz na Casa das Rosas até 22 de fevereiro de 2013, antes de ser apresentado em outros locais. O diretor e ator do monólogo, Euler Santi, conversou com o Portal E. M. Cioran sobre a mise-en-scène de Cioran.
Resenha: FIORE, Vincenzo. Emil Cioran. La filosofia come de-fascinazione e la scrittura come terapia. Piazza Armerina/Enna: Nulla Die, 2018, 187 pp. Rodrigo Inácio Ribeiro Sá Menezes Itália é um dos países mais produtivos, atualmente, no que se refere à fortuna crítica cioraniana. Todo ano são publicados novos estudos, produções acadêmicas e editoriais, além de correspondências epistolares inéditas do próprio Cioran. Um dos mais recentes lançamentos editoriais na Itália em torno de Cioran é o livro de Vincenzo Fiore: Emil Cioran. La filosofia come de-fascinazione e la scrittura come terapia (Nulla Die, 2018). Trata-se de um estudo histórico-biográfico e crítico-filosófico cuja virtude é comunicar os dois procedimentos fundamentais, o duplo princípio a pautar o labor filosófico e criativo de Cioran: "A filosofia como desfascinação e a escritura 2 como terapia". O livro se divide em três partes: Una giovinezza fra disperazione e fervore politico, L'anti-profeta e, por fim, μή φϋναι. Meglio non esser nati.
Alfred Fouillée, ‘leitor lido’ de Nietzsche
Cadernos Nietzsche, 2019
Resumo: Este artigo visa a investigar as críticas que o sociólogo francês Alfred Fouillé faz a Nietzsche acerca de suas concepções morais. Apoiado nos textos de seu enteado, Jean-Marie Guyau, Fouillée contrapõe uma moral do altruísmo ao que entende ser uma moral nietzschiana: individualismo, egoísmo e violência. O texto indica os equívocos da leitura de Fouillée a partir dos próprios comentários de Nietzsche ao sociólogo francês e faz algumas aproximações entre Nietzsche e Guyau.
Meu Amigo Nietzsche": Os Perigos Da Leitura Crítica Em Um Mundo Conformado
Trabalhos em Linguística Aplicada
RESUMO O objetivo deste artigo é discutir o ensino de literatura no Brasil a partir da análise do curta-metragem Meu amigo Nietzsche (2012), que representa, a nosso ver, um discurso de resistência no cenário de crise democrática em que vivemos. O filme apresenta a história de Lucas, um menino da periferia de Brasília que encontra dificuldades de leitura na vida escolar e, advertido pela professora, tenta melhorar suas práticas por iniciativa própria. Ao se deparar com um exemplar de Assim falou Zaratustra (NIETZSCHE, [1883] 2011), Lucas parece desenvolver práticas de letramento crítico a partir de um processo de descoberta dos sentidos das palavras, que evoluiu para uma reflexão filosófica sobre o mundo a seu redor. Assim, a partir da análise de algumas cenas do curta-metragem, tencionamos refletir sobre a literatura e seu ensino, assim como sobre a recepção da leitura crítica em um mundo conformado.
Nietzsche leitor de Shakespeare
O artigo analisa passagens nas quais Nietzsche propõe interpretações de duas tragédias de Shakespeare. Uma dessas passagens, retirada de Aurora, defende uma compreensão de Macbeth que escape da avaliação moralista do protagonista. A outra passagem é do primeiro livro de Nietzsche, O nascimento da tragédia, e diz respeito a uma das questões mais debatidas na recepção de Hamlet: o motivo da hesitação do príncipe, sua demora em agir diante das circunstâncias que lhe são apresentadas no primeiro ato da tragédia.
Nietzsche, entre a arte de ler bem e seus leitores
Cadernos Nietzsche, 2014
Este trabalho visa a colocar algumas questões acerca da relação entre Nietzsche e seus leitores. Para tanto, intenta abordar o duplo papel da arte de ler bem, que, de um lado, pode indicar a maneira pela qual o filósofo lê o mundo, e, de outro, como quer que suas obras sejam lidas.
Edward W. Said leitor de Nietzsche
Cadernos Nietzsche, 2021
Não obstante a filosofia de Nietzsche tenha exercido uma grande influência no pensamento de Said, essa influência ainda tem recebido pouca atenção crítica. O objetivo deste artigo é remediar essa lacuna incidindo particularmente nas diversas analogias que ligam o perspectivismo de Nietzsche à concepção de Said, presente em seu notório livro Orientalismo, segundo a qual não é possível haver representação verdadeira, uma vez que toda representação implica uma interpretação, que é ela mesma uma reconstrução do objeto de interpretação. A última parte do artigo busca mostrar que, embora ambos compreendam o conhecimento humano como perspectivo, nem Nietzsche, nem Said defendem um relativismo epistemológico radical.
Nietzsche e a busca pelo seu leitor ideal
Resumo: Durante praticamente todo o seu itinerário filosófico, Nietzsche se preocupou com a recepção de seu pensamento, desenvolvendo coor-denadas de como gostaria que os seus escritos fossem lidos. Essas co-ordenadas passam a cumprir uma função particularmente significativa e estratégica no período em que o filósofo concebe o projeto de um oculta-mento resoluto de suas posições mais essenciais – um projeto que vai de par com a adesão ao estilo aforismático–, podendo ser dividas em duas classes: aquelas que solicitam o leitor que preserva a literalidade do texto e aquelas que estimulam o leitor a empreender uma arte de interpretação. A reunião desses dois direcionamentos fecunda a figura do leitor ideal de Nietzsche, o leitor que adentra de forma ativa na corrente de pensamentos que precede os aforismos, sem, contudo, perder de vista a letra do filósofo. Palavras-chave: leitor – recepção-filologia – interpretação-aforismo Neste artigo, procurarei investigar as sugestões dadas por Niet-zsche para os seus leitores de como ele gostaria de ser lido. Feitas ao longo de praticamente toda a produção nietzschiana de maneira esparsa e pouco sistemática, muitos podem, por certo, ver nessas sugestões nada além do reflexo de um autor preocupado com os seus leitores mais ansiosos. Isso poderia nos convencer de que elas cumprem unicamente uma propedêutica para um público restrito, um público ainda imaturo que necessita ser advertido. Contudo, eu gostaria de apresentar a hipótese de que essas sugestões não são tão banais quanto parecem, fazendo parte de uma estratégia mais